Luiz Cosenzo Alex Sabino
São Paulo

O Palmeiras saiu na frente na decisão do Campeonato Paulista. Em jogo com duas expulsões, dez cartões amarelos e um gol marcado logo no início do primeiro tempo pelo colombiano Miguel Borja, a equipe alviverde venceu o Corinthians por 1 a 0, neste sábado (31) no Itaquerão.

Com o resultado, o time dirigido por Roger Machado precisa de um empate no jogo de volta, marcado para domingo (8), no Allianz Parque, para quebrar um jejum de dez anos sem vencer o Estadual. A última vez que o clube foi campeão da competição —tem 22 títulos— foi em 2008, quando venceu a Ponte Preta.

Já o Corinthians necessita vencer por dois gols de diferença para levantar o caneco. Caso consiga uma vitória simples, o campeão será conhecido nas cobranças de pênaltis. A equipe alvinegra é a maior vencedora do torneio —possui 28 troféus.

Antes da decisão do próximo domingo, o Palmeiras enfrentará o Alianza Lima (PER), na terça-feira (3), às 21h30, no Allianz Parque, pela segunda rodada do Grupo 8 da Copa Libertadores.

Já a equipe de Carille terá uma semana livre para trabalhar até a final. Assim, o treinador terá tempo para definir o substituto do meia-atacante Clayson, expulso após se envolver em confusão com Felipe Melo.

Romero, que começou no banco de reservas, é uma das opções. As outras opções são os meias Jadson, recuperado de uma lesão na coxa direita, e Pedrinho, que entrou durante a etapa complementar.

As opções do Palmeiras para substituir Felipe Melo, outro expulso, são Moisés e Thiago Santos. O primeiro entrou logo após a expulsão do volante no lugar de Borja, enquanto o segundo substituiu Bruno Henrique na etapa complementar. 

O JOGO

Mesmo jogando em Itaquera, o Palmeiras não se intimidou e impôs seu ritmo, enquanto o Corinthians valorizava a posse de bola e procurava encontrar espaços para agredir o adversário.

Aos 6 minutos, a equipe alviverde abriu o placar. Em jogada ensaiada de escanteio, Dudu rolou para Lucas Lima, recebeu de volta e cruzou direto para o gol. A bola bateu no travessão e sobrou para Willian cruzar de primeira na direção de Borja, que só empurrou para o gol.

O Corinthians não se abateu com o gol tomado e criou duas chances para empatar. Aos 9 minutos, Vital recebeu na entrada da área, cortou o marcador e finalizou para boa defesa de Jailson. Pouco depois, Sidcley passou para Rodriguinho, que limpou Bruno Henrique e encontrou Vital. O meia-atacante rolou para Clayson, que concluiu fraco no canto e Jailson defendeu.

A equipe alvinegra continuou em busca do empate, mas encontrava o rival bem postado, que procurava se defender e explorar o contra-ataque. O time palmeirense, porém, errava o último passe.

Quando o primeiro tempo caminhava para terminar empatado, o atacante Borja e o zagueiro Henrique se desentenderam na linha de fundo. Dudu apareceu e começou a discutir com o defensor. Na sequência, chegou Felipe Melo e outros jogadores corintianos, entre eles Clayson. Na confusão, Felipe Melo e o jogador corintiano foram expulsos.

No segundo tempo, Roger Machado voltou com Moisés no lugar de Borja, enquanto Carille optou por manter a mesma equipe.

Com Rodriguinho bem marcado e a equipe com dificuldades para criar, o treinador corintiano colocou Pedrinho no lugar de Mateus Vital e Romero na vaga do lateral Sidcley antes dos 10 minutos. Assim, Maycon passou a atuar pelo lado esquerdo do sistema defensivo.

Com as substituições, principalmente com Pedrinho pelo lado direito do campo, o Corinthians melhorou, mas não criou lances de perigo. Na melhor delas, Rodriguinho concluiu da entrada da área e Jailson defendeu.

Roger Machado também fez outras duas alterações, mas por cansaço. Bruno Henrique e Victor Luís saíram para as entradas de Thiago Santos e Diogo Barbosa, que teve dificuldades para marcar Pedrinho.

O time continuou apostando nos contra-ataques puxados por Dudu. Em um deles, o camisa 7 cruzou para Willian, que concluiu fraco e Cássio defendeu. Lucas Lima, que ajudava na marcação e prendia a bola para controlar a partida, teve uma boa atuação. 

Com uma marcação forte e retraído em seu próprio campo, o Palmeiras conseguiu se segurar e garantiu a vitória por 1 a 0.

CONFUSÃO

Na primeira final de torcida única do Paulista, o tumulto não envolveu o público. Foi protagonizada pelos jogadores e resultou nas expulsões de Felipe Melo e Clayson, nos acréscimos do primeiro tempo. Em um lance inócuo na lateral, Henrique e Borja trocaram empurrões e a chegada de Dudu só inflamou os ânimos.

Até os atletas que estavam no banco de reservas saíram para se envolver no empurra-empurra. O árbitro Leonardo Bizzio Marinho conversou com os auxiliares antes de tomar a decisão de mostrar o cartão vermelho aos dois jogadores que têm um histórico de rivalidade pessoal.

Antes do jogo, eles não se cumprimentaram, assim como já havia acontecido no clássico entre os times na primeira fase do Estadual. No Brasileiro do ano passado, eles discutiram no túnel de acesso ao campo no Itaquerão e tiveram de ser separados pelos companheiros. Objetos foram atirados. Foram suspensos por uma partida pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

Felipe Melo protestou inocência após o jogo. Disse que apenas reagiu porque Clayson ameaçou lhe dar um soco. "As imagens são claras", afirmou.

Apenas os torcedores do Corinthans compareceram à partida deste sábado (31). No domingo (8), somente os palmeirenses estarão no Allianz Parque.

A política de torcida única em clássicos foi adotada por decisão do Ministério Público de São Paulo, Secretaria de Segurança Pública e Federação Paulista em abril de 2016, após briga entre integrantes da torcida organizada Mancha Alvi Verde, do Palmeiras, e Gaviões da Fiel, do Corinthians, que resultou em dezenas de feridos e um morto.

Desde então, apenas em 2018 o Campeonato Paulista é decidido com clássico. A final de 2016 foi entre Santos e Audax. No ano passado, Corinthians e Ponte Preta.

“Não tenho nada a falar sobre a confusão. É algo muito ruim para o futebol. Expulsou um de cada lado e os treinadores tiveram de buscar alternativas. Ainda vou pensar no que vou fazer para surpreender no segundo jogo”, disse o técnico corintiano, Fábio Carille. Uma das opções é colocar o garoto Pedrinho, 19.

Roger Machado não quis falar sobre a montagem da equipe sem Felipe Melo para a segunda decisão, já que terá na terça (3) confronto contra o Alianza Lima (PER), pela Libertadores.

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