Federação afirma que vídeo do Palmeiras não prova interferência 

Entidade diz que diretor de arbitragem podia ficar ao lado do gramado

O arbitro Marcelo Aparecido de Souza é protegido por policiais antes da disputa de pênaltis entre Palmeiras e Corinthians, na final do Campeonato Paulista
O arbitro Marcelo Aparecido de Souza é protegido por policiais antes da disputa de pênaltis entre Palmeiras e Corinthians, na final do Campeonato Paulista - Ricardo Nogueira/Folhapress
São Paulo

Em nota divulgada no início da tarde desta quarta (11), a FPF (Federação Paulista de Futebol) afirma que as imagens apresentadas pelo Palmeiras nesta terça (10) mostrando o chefe de arbitragem da entidade, Dionísio Roberto Domingos à beira do campo na final do Estadual "não provam nenhuma interferência externa na decisão dos árbitros."

O texto é mais um capítulo da confusão envolvendo o clássico entre Palmeiras e Corinthians no último domingo (8), no Allianz Parque, que decidiu o Campeonato Paulista. O Corinthians venceu por 1 a 0 e foi campeão.

O Palmeiras jogava pelo empate para ficar com o título.

O clube divulgou vídeo do circuito interno do estádio que mostra Domingos à beira do campo assim que o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza marcou pênalti para os donos da casa, cometido por Ralf sobre Dudu. As imagens da TV mostraram que a falta não aconteceu. O chefe da arbitragem se aproxima do bandeira e parece dizer alguma coisa. Pouco depois, o quarto árbitro Adriano de Assis Miranda o avisa de que a penalidade não havia acontecido. Ribeiro de Souza voltou atrás na marcação e concedeu escanteio.

O Palmeiras quer que a partida seja anulada porque qualquer conversa entre Domingos e integrante da arbitragem seria influência externa. O clube suspeita que ele disse ao auxiliar que o replay na TV mostrava que o pênalti não havia acontecido. Em entrevista à Folha, Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza negou que isso tenha acontecido.

"Como responsável pela avaliação da equipe de arbitragem, Dionísio Roberto Domingo estava legitimado a permanecer no entorno do gramado, onde ficou durante a partida inteira. Nem ele nem nenhum diretor da entidade teve qualquer influência na decisão da equipe de arbitragem. As imagens veiculadas pela Sociedade Esportiva Palmeiras não provam nenhuma interferência externa na decisão dos árbitros na decisão de voltar atrás na marcação de um pênalti inexistente", diz o texto da nota da FPF, que lamenta a tentativa de mudar o resultado da partida nos tribunais. 

O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, anunciou que o clube rompeu com a federação, embora vá continuar disputando suas competições. Após a partida, ele chamou a competição de "paulistinha".
Assinada por Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF, a nota abre a porta para a adoção do árbitro de vídeo no Campeonato Paulista de 2019, assim como a gravação da conversa entre a equipe de arbitragem. As duas reivindicações foram apresentadas pelo Palmeiras.

"[A FPF] colocará as propostas em pauta para que os clubes, soberanamente e em colegiado, decidam a respeito", finaliza.

O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo marcou audiência para ouvir os envolvidos na confusão da final do Estadual para o próximo dia 23. 

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