A Justiça de São Paulo condenou dois dos seis engenheiros civis acusados de responsabilidade pelo acidente nas obras da Arena Corinthians que matou dois operários em 27 de novembro de 2013.
O motorista e operador Fábio Luiz Pereira, 41, e o montador Ronaldo Oliveira dos Santos, 43, morreram quando tombou o guindaste que sustentava o último módulo a ser instalado na cobertura metálica do estádio. A peça, de 420 toneladas, destruiu parte da arquibancada e atingiu os dois operários. Eles trabalhavam para empresas terceirizadas na obra, que ficou temporariamente paralisada.
A decisão é da juíza Alice Galhano Pereira da Silva, da Vara Criminal e do Juizado Especial Criminal do Foro Regional de Itaquera. Ela acatou denúncia do Ministério Público estadual e considerou que os réus Frederico Marcos de Almeida Horta Barbosa e Márcio Prado Wermelinger foram responsáveis pelo tombamento do guindaste.
Na sentença, a magistrada considerou que os réus agiram com imperícia e negligência e determinou a condenação de ambos a um ano, seis meses e 20 dias de detenção, em regime inicialmente aberto. A pena, no entanto, foi substituída por prestação de serviços à comunidade ou entidade pública, pelo mesmo prazo.
Os réus também foram condenados a indenizar os herdeiros dos operários mortos na obra. Para Barbosa, o valor é equivalente a 80 salários, e para Wermelinger, 50 salários.
Outros quatro acusados pelo acidente —José Walter Joaquim, Leanderson Breder Dias, Valentim Valaretto e Gilson Guardia —foram absolvidos. Ainda cabe recurso da decisão e a Promotoria Criminal de Itaquera já avisou que vai recorrer, buscando a condenação dos demais engenheiros.
Uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, a Arena Corinthians começou a ser construída em 30 de maio de 2011 e recebeu seu primeiro jogo em 18 de maio de 2014, a apenas 25 dias do início do Mundial. Ainda inacabado, o estádio apresentava vários problemas, desde a sinalização dos portões até o funcionamento ruim de telefonia e internet.
O custo original do estádio, quando começou a ser construído, era de R$ 820 milhões (R$ 1,25 bilhão em valores corrigidos). Já em setembro de 2017, em reunião do conselho deliberativo do Corinthians, a estimativa apresentada foi de que o custo da construção estava em R$ 1,7 bilhão.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.