Mais profissional, Emerson Sheik mantém rotina de conquistar títulos

Atacante contratou duas coachings para não se envolver em polêmicas no Corinthians

Alex Sabino Luiz Cosenzo
São Paulo

Fábio Carille conta uma história de quando a volta de Emerson Sheik, 39, ao Corinthians  não passava de boato. 


Ele parou o carro no posto de gasolina e antes de pedir para abastecer, o frentista o reconheceu. “Boa, Carille. É isso aí! O Sheik tem de voltar mesmo!”, disse.


A contratação foi concretizada semanas depois. Inicialmente, Sheik vinha para ser usado no segundo tempo dos jogos mais importantes. Ser titular? Apenas de vez em quando.


Ainda acreditava-se que a diretoria conseguiria mais reforços no mercado, o que não aconteceu.
“A gente sabe que o torcedor tem na cabeça o Emerson de 2012, mas as situações são diferentes”, reconhece o treinador.

Emerson Sheik durante partida contra o deportivo Lara, válida pela Libertadores da América
Emerson Sheik durante partida contra o deportivo Lara, válida pela Libertadores da América - Ronny Santos/Folhapress


Não parece. Sheik é quase tão importante agora quanto foi na campanha dos títulos mundial e da Libertadores. 


Na reta final do Campeonato Paulista, ele foi titular nas duas partidas da semifinal contra o São Paulo e nas duas decisões diante do Palmeiras. Terminou mais uma vez campeão.


Dos 16 jogos do Corinthians até agora na temporada, Emerson Sheik não atuou apenas três vezes. Marcou dois gols, mas a contribuição vai além disso. 


Já que a equipe tem poucas alternativas ofensivas, ele teve de ser mais utilizado do que se esperava. Jogou aberto pelas laterais, como está habituado, e até como peça mais central do ataque, tentando fazer função que não é sua especialidade.


Fora de campo, ele também não decepcionou e até agora teve o comportamento que Carille espera do elenco, do qual Sheik é um dos mais experientes. 


Essa era uma preocupação tão grande que, antes de fechar a volta ao clube, o diretor de futebol Duilio Monteiro Alves teve uma reunião com o jogador e lhe disse que ele precisava ter uma atitude de atleta profissional, algo que Sheik reconhece não ter tido em alguns momentos da primeira passagem pelo clube, entre 2011 e 2014.


Antes deste ano, ele havia sido campeão brasileiro (2011), Paulista (2013), da Libertadores e do Mundial (ambos em 2012).


“Hoje eu tenho maiores cuidados com a alimentação e sei como é importante me recuperar bem, dormir bem”, disse o jogador.


Sheik nunca fez questão de esconder as baladas do passado. Os outros jogadores se divertiam com as aventuras do atacante, que também causou polêmica ao postar uma foto dando um selinho em um amigo no restaurante dele em São Paulo. 


Ele contratou duas coachings para auxiliá-lo em seus objetivos na carreira. 


Não que o atacante tenha deixado de lado seu gosto pelas declarações polêmicas. 


Ele usou sua conta no Instagram para responder brincadeiras de que estava dormindo no banco de reservas na partida contra o Red Bull.


“Até quando a injustiça prevalecerá no nosso país e no mundo?”, questionou.


“Para quem não conhecia o Carille, saiba que ele é competente pra c...”, disparou contra Diego Aguirre, técnico do São Paulo, após reclamação do corintiano de que não havia sido cumprimentado pelo rival antes do clássico da semifinal.


Sheik mudou fora de campo (pelo menos em algumas coisas), mas mantém a rotina de conquistar títulos com a camisa do Corinthians.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.