Fabián Balbuena, 26, já sabe o que vai acontecer quando um torcedor pede para tirar uma foto consigo cada vez que vai a um shopping ou a um restaurante. O pedido é inevitável: fazer o gesto de saudação militar, que o zagueiro paraguaio usa na comemoração dos gols.
Ele não tem uma explicação lógica para a escolha do gesto. Apenas aconteceu.
“Foi uma forma de saudar os torcedores e acabou ficando”, afirma.
O sucesso de Balbuena aconteceu aos poucos, de forma tão discreta quanto o seu perfil de poucas palavras fora de campo. Os pedidos de entrevista se acumulam na assessoria de imprensa do clube. Ele reluta em concedê-las.
Prefere usar redes sociais para passar mensagens. Certa vez, por meio delas, contestou o valor das cifras que supostamente estaria pedindo para renovar contrato. Ele nega que seus empresários tenham solicitado luvas de R$ 16 milhões, distribuídas durante a duração de um novo contrato.
“Balbuena exerce uma liderança sem gritar, sem gestos exagerados. É um jogador regular e que passa segurança para todo o time”, elogia Fábio Carille.
Por isso o treinador costuma escolhê-lo para usar a braçadeira de capitão, esporadicamente dividida com Cássio (capitão neste domingo) e Fagner.
Desde o ano passado o zagueiro chama a atenção de times europeus. O último interessado seria a Sampdoria (ITA).
Há desgaste na relação da diretoria com seus agentes, um paraguaio e outro argentino, situação parecida com o que aconteceu com Pablo, seu companheiro de zaga na campanha do título brasileiro do ano passado.
Levantar a taça de campeão paulista dentro do Allianz Parque, contra o Palmeiras, aumentou seu cacife para negociar.
Balbuena é um sujeito pragmático. Em todas as entrevistas diz desejar continuar em Parque São Jorge, mas se nega a fazer declarações de amor que podem lhe atormentar no futuro.
“Eu não digo esse negócio de que não atuaria em outro clube brasileiro. Depois acontece algo sobre isso e vão dizer que eu sou mentiroso.”
O Corinthians chegou a trazer Marllon, ex-Ponte Preta, como reposição para uma eventual saída do paraguaio.
Contratado por R$ 6 milhões no início de 2016, Balbuena é também uma arma ofensiva. As faltas quase sempre são cruzadas em sua direção.
Ele foi, ao lado de Jadson, o artilheiro do Corinthians no Campeonato Paulista, com três gols.
Com os problemas de criatividade que o clube enfrentou até agora na temporada e a falta de um substituto para Jô na posição de centroavante, a força aérea ofensiva de Balbuena é tão bem-vinda quanto a defensiva.
A eficiência chamou a atenção até de seu compatriota Gamarra, um dos maiores zagueiros da história do Corinthians, que lhe deu conselhos sobre a carreira.
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