Rivais na Copa do Brasil, São Paulo e Atlético-PR opõem planejamentos

Equipe principal do Atlético-PR fará apenas seu 5º jogo no ano

Fernando Diniz durante jogo do Atlético-PR contra o Ceará, pela Copa do Brasil - Geraldo Bubniak - 28.fev.2018/AGB/Folhapress
Luiz Cosenzo
São Paulo

Planejamentos diferentes e um tabu de 19 anos serão colocados à prova nesta quarta-feira (4), às 21h45, na Arena da Baixada, quando Atlético-PR e São Paulo se enfrentam pela partida de ida da quarta fase da Copa do Brasil. 

O clube tricolor, que jamais venceu no estádio desta noite, utiliza desde o início do ano seus principais jogadores, mesmo reconhecendo que os 14 dias de pré-temporada tenham sido insuficientes para a preparação. 

A necessidade de resultados rapidamente fez o time abandonar a ideia de poupar os titulares no início do ano.

Assim, disputou até agora 20 jogos --quatro pela Copa do Brasil e 16 pelo Paulista, onde parou na semifinal -- em 69 dias, média de 3,45. 

A agremiação rubro-negra, por sua vez, priorizou a pré-temporada. Inscreveu no Paranaense seu time de aspirantes, formado por atletas das categorias de base, reservas e outros com contato curto, preservando os titulares, que farão apenas o quinto jogo na temporada --os outro quatro foram justamente pela competição mata-mata.

O clube também inovou ao ter dois treinadores. O time aspirante é comandado por Tiago Nunes, enquanto o principal tem Fernando Diniz, ex-Audax. 

Se tivesse adotado o planejamento do São Paulo, a equipe principal disputaria nesta noite sua 20ª partida. Os reservas já jogaram 15 vezes e estão na final do regional --enfrentam o rival Coritiba.

A decisão de fazer a pré-temporada maior foi tomada por Mário Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo em conjunto com Diniz. 

"Quando cheguei [4 de janeiro], havia uma discussão se inscreveríamos [no Paranaense] o time principal ou metade com os garotos do clube. Como a federação limitou o número de inscrições para 30 nomes, decidimos que o clube utilizasse o que tem de filosofia, que é trabalhar com jovens", disse o técnico, que terá força máxima e ainda contará com cinco atletas dos aspirantes nesta quarta. 

Até o momento, ele utilizou os titulares no empate diante do Caxias, na vitória sobre o Tubarão, quando marcou dois gols nos acréscimos do segundo tempo após estar perdendo a partida, e na classificação nos pênaltis sobre o Ceará após dois empates. 

Ao contrário do São Paulo, Diniz não reclama de cansaço, mas da falta de ritmo. 

A sequência de jogos e diante de adversários mais qualificados começará agora. O clube enfrentará o Newell's Old Boys no próximo dia 12, pela Sul-Americana, e o São Paulo novamente no dia 19. Em meio aos dois jogos, terá a estreia no Brasileiro --dia 15, contra a Chape. 

"É uma dificuldade, mas foi a nossa escolha e tenho certeza que fizemos a certa. Vamos saber se fez diferença ou não quando acabar as partidas", disse o treinador. 

Há três meses no comando, Diniz diz que seu time já tem semelhanças com o Audax, equipe que dirigiu em 2016 e foi vice-campeã paulista. Ele tem insistido no conceito de posse de bola no campo do rival e muita movimentação dos jogadores. 

O técnico tentará manter nesta quarta a invencibilidade do clube em jogos contra o São Paulo na Arena da Baixada. Desde 1999, quando o estádio foi inaugurado, o Atlético-PR soma 12 vitórias e tem cinco empates.

Cueva (esq.) brinca com Nenê durante treino do São Paulo - Ronny Santos-20.fev.2018/Folhapress

MUDANÇA DE ESQUEMA

Com os retornos do zagueiro Rodrigo Caio e do meia Cueva, que ficaram fora dos três últimos jogos do São Paulo, o treinador Diego Aguirre deverá mudar o esquema tático da equipe para o duelo contra o Atlético-PR. 

Pelo menos foi o que indicou o uruguaio na atividade de segunda (2).

O técnico montou o time no 3-4-3. Até então, tinha utilizado nos últimos duelos o 4-2-3-1 com variação para o 4-3-3.

Assim, Rodrigo Caio, que estava com a seleção brasileira, entrou na vaga do volante Petros e formou a linha defensiva com Arboleda e Bruno Alves, titulares contra o São Caetano e Corinthians. 

Ele ainda escalou Militão e Reinaldo nas laterais, com Jucilei e Liziero como volantes. 

O setor ofensivo teve Cueva, que retornou após defender a seleção peruana, pela direita, Nenê centralizado e Tréllez pela esquerda, assim como foi nos confrontos da semifinal do Paulista. 

Com essa formação, Marcos Guilherme, que disputou os últimos 42 jogos pelo clube, ficará no banco de reservas. 

Aguirre testou o novo esquema tático após ter seis dias para treinar antes da partida desta quarta-feira. O time jogou pela última vez há exatamente uma semana. 

Desde o início da temporada, o São Paulo só havia ficado sem atuar por mais de uma semana de 7 a 15 de fevereiro, período em que foi comemorado o Carnaval.

NA TV
Atlético-PR x São Paulo
21h45Globo e SporTV 

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