A pouco mais de um mês para o início da Copa do Mundo, o estádio de Samara, uma das sedes do torneio, chama a atenção pela quantidade de trabalho que precisa ser feito em seu entorno e ajustes nas áreas interna e externa. Principalmente na questão da limpeza.
O estádio de Samara foi o que sofreu mais atrasos em sua construção e também foi o último a ser inaugurado, em 28 de abril.
No domingo (6), passou pelo segundo jogo-teste. O Krilia Sovetov ganhou do Kuan Krasnodar por 1 a 0 e garantiu o acesso para a elite do Campeonato Russo.
Foram 42 mil torcedores em um estádio para 45 mil. A grandiosidade da arena e seu formato lembrando um disco voador —Samara é um polo do desenvolvimento aeroespacial russo— impressionam.
O custo para a construção do estádio foi de US$ 320 milhões (R$ 1,1 bilhão).
A arena só recebeu liberação para funcionar em 26 de abril.
Do lado de fora, no caminho que leva ao estádio, há excesso de terra, com tratores e máquinas de grande porte trabalhando. Ainda é um grande canteiro de obras.
A promessa das autoridades é que tudo estará perfeito até que Samara receba seu primeiro jogo do torneio, em 17 de junho. Será entre Costa Rica e Sérvia, que integram o grupo do Brasil. A seleção de Tite jogará na cidade nas oitavas de final se for primeira de sua chave. Se for segunda, poderá atuar nas quartas.
"Posso garantir que tudo estará pronto a tempo. Ainda temos um certo tempo até o começo do Mundial. Comparo com o futebol. Os minutos de acréscimo são sempre importantes e um time pode fazer gol. Neste tempo que resta, faremos bem o nosso trabalho", disse Dmitri Azarov, governador da região de Samara.
Havia o temor de que o estádio não ficasse pronto a tempo, o que seria um vexame para a cidade e para a Rússia.
"Não adianta esconder que tivemos problemas e atrasos. Há seis meses achávamos que não daria tempo. Este atraso foi muito por causa do design único e complexo que escolhemos", explicou o governador.
O mais complicado foi finalizar a cobertura. Antes da conclusão, não era possível fazer nenhum trabalho onde hoje se encontra o campo. Isso porque os pilares que davam sustentação ao teto estavam fincados sobre o terreno de jogo.
O rigoroso inverno também contribuiu para que o gramado só fosse instalado no fim da primeira quinzena de abril, após chegar da Alemanha, onde foi cultivado.
Na partida-teste de domingo, porém, a grama parecia estar em um estado muito bom e não foi alvo de reclamação de jogadores e treinadores.
"O inverno foi rigoroso. Tivemos neve até o começo de abril. Mas agora vai melhorar tudo por fora e por dentro. Tenho vindo aqui todos os dias e a evolução tem sido constante", disse o vice-governador Aleksnder Fetisov.
Para chegar ao estádio é possível ir em ônibus especiais ou em um bonde recém-inaugurado.
Um último jogo-teste será realizado na sexta (11), entre Krilia Sovetov B e Mordovia FC, pela terceira divisão russa.
O repórter viajou a convite do Comitê Organizador da Copa do Mundo
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