CBF pagará US$ 1 milhão a atletas por título da Copa do Mundo

Valor é cinco vezes o pago aos jogadores que conquistaram o penta em 2002

Diego Garcia Luiz Cosenzo Sérgio Rangel
Teresópolis (RJ)

Os jogadores da seleção brasileira vão receber cerca de US$ 1 milhão (R$ 3,7 milhões) da CBF se conquistarem o título na Copa do Mundo da Rússia. Seria a maior premiação já paga pela confederação em Mundiais.

O técnico Tite e seus auxiliares mais próximos também terão direito a parcela integral da premiação. Os demais integrantes da delegação receberão uma parte menor. 

Somados todos os prêmios, o valor total ficaria próximo aos US$ 40 milhões (R$ 146 milhões) que serão pagos pela Fifa à seleção campeã do Mundial deste ano.

 

A quantia em dólares é semelhante à prometida na Copa de 2014, no Brasil. Na época, o então presidente da CBF, José Maria Marin, anunciou que repassaria integralmente aos jogadores e membros da comissão técnica os US$ 35 milhões (R$ 97,3 milhões, em valores corrigidos pela inflação) do prêmio pelo título mundial. As maiores premiações também chegariam a US$ 1 milhão (R$ 2,65 milhões, em valores corrigidos).

Além da cotação do dólar --que hoje está bem mais valorizado--, a maior diferença na premiação é quanto às metas estabelecidas para pagamento do prêmio.

Agora, jogadores e comissão técnica receberão os valores em três etapas: após a convocação, quando chegarem à final e após a conquista do título. A primeira parcela da bonificação (referente à convocação) já foi paga. A conversão do prêmio para reais será feita pela cotação do dia em que a seleção alcançar a meta estabelecida.

Até o Mundial de 2014, no Brasil, a premiação paga pela CBF aumentava a cada fase que a seleção brasileira avançava na competição.

O prêmio pelo hexacampeonato é quase cinco vezes o desembolsado pela CBF na última conquista da seleção, em 2002, no Mundial disputado na Coreia do Sul e no Japão.

Na ocasião, os comandados por Luiz Felipe Scolari receberam cerca de US$ 100 mil pela vitória (aproximadamente R$ 750 mil em valores atuais).

Todos os 40 integrantes da delegação enviada para a Copa do Mundo de 2002 receberam alguma premiação. 

Jogadores e comissão técnica ficaram com o montante principal. Funcionários da confederação com atribuições burocráticas receberam uma parcela menor, variando de acordo com sua posição na hierarquia da entidade.

Cozinheiras e outros membros do estafe, que não tinham credenciais da Fifa, ganharam 25% do valor.
Na época, a federação internacional repassou para a CBF US$ 7,2 milhões (R$ 53,5 milhões, em valores corrigidos) pelo título mundial.

Tite e membros mais próximos da comissão técnica também receberão valor integral da premiação
Tite e membros mais próximos da comissão técnica também receberão valor integral da premiação - Leo Correa/AP

O valor da premiação já foi informado aos integrantes da delegação brasileira, que viaja neste domingo (27) para Londres. Na Inglaterra, a equipe fará a segunda parte da sua preparação para a disputa do Mundial da Rússia.

Também em território britânico, o time disputará seu primeiro amistoso preparatório desde a convocação. A partida será, contra a Croácia, no dia 3 de junho.

A premiação pelo título foi definida antes do embarque para evitar uma tensão como a ocorrida na Copa do Mundo de 1990, disputada na Itália. 

Naquele ano, uma discussão sobre a premiação tumultuou o time às vésperas do jogo contra a Argentina pelas oitavas de final, quando a seleção foi eliminada.

Nos dias que antecederam a partida, os jogadores aproveitaram o período de descanso para discutir com os cartolas o valor da premiação.

Em 1994, após a conquista do título, os jogadores ganharam cerca de US$ 80 mil.

Pela conquista do ouro olímpico, a entidade desembolsou R$ 12 milhões. Após a divisão das cotas com o estafe da seleção, cada um dos 18 atletas ficou com cerca de R$ 500 mil.

CBF contesta informações

Em nota enviada neste domingo (27), a CBF contesta as informações da reportagem. Leia a posição da entidade na íntegra:

Não é verdadeira a informação publicada pelo jornal Folha de S.Paulo neste sábado (26) sob o título “CBF pagará US$ 1 milhão a atletas por título da Copa do Mundo".

A reportagem erra quando se refere ao suposto montante de US$ 1 milhão que seria pago como prêmio, a uma primeira parcela depositada e ao citar que “o valor da premiação já foi informado aos integrantes da delegação”. Uma desinformação ao público que acompanha as notícias da Seleção Brasileira.

Conforme explicou em entrevista coletiva na segunda-feira (21) o coordenador de seleções, Edu Gaspar, o assunto premiação apenas será tratado quando o elenco estiver completo, em Londres.

A Folha mantém as informações publicadas.

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