Rivais, Corinthians e Palmeiras tentam domínio inédito no Brasileiro

Adversários miram título que concentraria conquistas com os clubes por quatro anos seguidos

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São Paulo

A polêmica da final do Campeonato Paulista —uma partida que para o Palmeiras ainda não acabou— esconde o domínio de duas equipes no Campeonato Brasileiro dos últimos três anos.

É um período em que Corinthians e Palmeiras têm se revezado nos títulos nacionais. Em 2015 e 2017, deu Corinthians no Nacional. Em 2016, foi a vez do Palmeiras, que também foi campeão da Copa do Brasil em 2015.

Os dois rivais se enfrentam pela quarta vez em 2018 neste domingo (13), às 16h, no Itaquerão. Quem vencer pode até assumir a liderança do Campeonato Brasileiro, dependendo do resultado do Flamengo. A equipe carioca está na primeira colocação com dez pontos. O Palmeiras tem oito e o Corinthians, sete.

Nos três clássicos anteriores na temporada, sempre aconteceu algo para ficar na lembrança. Em fevereiro, o Corinthians venceu por 2 a 0 na primeira fase do Estadual. A única derrota que o Palmeiras sofreu como visitante no ano. 

Corinthians e Palmeiras se encontram pela quarta vez no ano neste domingo (13)
Corinthians e Palmeiras se encontram pela quarta vez no ano neste domingo (13) - Ricardo Nogueira/Folhapress

A primeira decisão do Paulista, de novo no estádio corintiano, ficou marcada pela confusão entre os jogadores pouco antes do intervalo. Apenas dois foram expulsos (Felipe Melo e Clayson) por uma concessão do árbitro Leandro Bizzio Marinho. Poderiam ter sido mais. 

A polêmica maior foi na partida seguinte, quando o Corinthians venceu por 1 a 0, depois ganhou nos pênaltis e foi campeão. O Palmeiras não se conforma com o que considera interferência externa na arbitragem para anular um pênalti cometido sobre Dudu.

Na edição de quinta-feira (10), a Folha revelou que o Palmeiras vai pedir a abertura de inquérito policial para apurar falsos testemunhos de árbitros e funcionários da FPF (Federação Paulista de Futebol) em depoimentos sobre o caso feito ao TJD (Tribunal de Justiça Desportiva).

Após o resultado, o presidente Mauricio Galiotte chamou o torneio de “paulistinha” e disse que o clube brigaria por “coisas grandes” em 2018. Um desses objetivos é o Campeonato Brasileiro.

Se estenderem seu domínio sobre o torneio, será algo inédito na competição. Caso o Palmeiras seja campeão, será a primeira vez que rivais regionais se alternam como donos do troféu em um período de quatro anos. 

Se o Corinthians terminar como vencedor, será seu terceiro título em quatro anos, sua melhor marca na história da competição.

“Além do Brasileiro, agora tem o dérbi, que é diferente de tudo. A gente espera que este seja apenas jogado”, disse o volante palmeirense Bruno Henrique, ex-corintiano, pedindo que sejam 90 minutos sem polêmicas desta vez. 

O Corinthians tem se mantido fora da polêmica da final do Paulista. O principal alvo do Palmeiras é a federação estadual. Por que o clube de Parque São Jorge se pronunciaria, se já é o dono do título na visão da FPF, organizadora da competição?

A maior preocupação de Fabio Carille é interna. Para transformar em hegemonia a participação recente do clube no Brasileiro, ele precisa acertar o time, que em 2018 ainda não achou o futebol do Brasileiro de 2017.

“É outra competição [o Brasileiro], Palmeiras está em segundo, um empate para eles aqui é maravilhoso, eles seguem no bloco de cima. Para a gente, não, por jogarmos em casa”, afirmou o técnico.

O clássico acontece um dia antes da convocação de Tite para a Copa na Rússia. Apesar da busca pelo entrosamento, o Corinthians pode ter dois nomes na lista: o goleiro Cássio e o lateral direito Fagner. Elenco mais rico do país, o Palmeiras dificilmente terá alguém no Mundial.

E o dérbi ainda pode se repetir mais cinco vezes neste ano. É certo que se enfrentarão no segundo turno do Brasileiro, no Allianz Parque. Os dois times também estão na disputa da Copa do Brasil e da Copa Libertadores. 

Palmeiras joga para superar sina de efeitos do dérbi na temporada

O Palmeiras chega ao dérbi em alta e com uma invencibilidade de oito partidas, sendo cinco vitórias e três empates neste período.

Ainda trará à casa alvinegra uma invencibilidade de dez partidas como visitante: nove triunfos e uma igualdade. Chegar com pompa de favorito ao clássico e sair cabisbaixo, contudo, tem se tornado uma incômoda máxima para o time desde o ano passado.

Foi assim em fevereiro de 2017, quando  Carille ainda tentava se firmar no Corinthians. Seu rival, o também novato Eduardo Baptista buscava o mesmo no time alviverde.

O Corinthians venceu o duelo mesmo com um jogador a menos. Baptista viu a pressão sobre ele aumentar.

No segundo clássico de 2017, em jogo válido pelo Brasileiro, Cuca estava à frente do Palmeiras, que recebeu o rival com invencibilidade de 28 jogos na arena. O Corinthians quebrou a série e abriu um período de instabilidade que culminou com a queda de Cuca.

No terceiro dérbi de 2017, o Palmeiras vinha numa reação com o técnico interino, Alberto Valentim. Chegava ao confronto invicto havia quatro jogos: três vitórias e um empate.

A diferença na tabela poderia cair para dois pontos em caso de triunfo alviverde, mas com novo tropeço foi para oito e foi determinante para a conquista do maior rival.

Dérbi terá torcida única e estádio cheio

O primeiro clássico paulista do Brasileiro deverá ter estádio lotado. Até sexta, o Corinthians vendeu 32 mil ingressos para a partida no Itaquerão, com capacidade para 49 mil pessoas. Apenas corintianos poderão ir ao jogo. Desde abril de 2016 os clássicos de São Paulo só podem ser assistidos no estádio por torcedores do time da casa. A medida veio após confronto entre Mancha Alvi Verde, do Palmeiras, e Gaviões da Fiel, do Corinthians, que deixou dezenas de feridos e um morto.


Corinthians x Palmeiras
16h, Itaquera
Na TV: pay-per-view

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