O técnico do Real, Zinedine Zidane, já adiantou: nada de “pasillo” para o Barcelona.
O “pasillo” é a tradicional homenagem que um adversário presta ao clube campeão na partida seguida à da conquista do título. Desde os anos 70, o vencedor da temporada (neste caso, o Barcelona) atravessa um corredor formado por atletas da outra equipe, que aplaudem a conquista.
“Não vamos fazer o ‘pasillo’. Não entendo essa coisa e eles [Barcelona] romperam a tradição”, comentou o técnico francês, referindo-se à recusa do rival em fazer o gesto após o Real ter conquistado o último Mundial de Clubes.
O Barcelona havia feito a homenagem em 1988 e 2008. O time de Madri também se rendeu à tradição para os catalães em 1991.
A recusa dos visitantes é um componente para chamar ainda mais atenção para o clássico que teria menos atrativos do que costume. O Barcelona já ganhou o título nacional. O Real está preocupado com a final da Liga dos Campeões da Europa, contra o Liverpool, no próximo dia 26.
Será também mais um capítulo da rivalidade pessoal entre Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Disputa entre os dois que já dura dez anos e cinco conquistas de melhor do mundo para cada um.
Para seguir atuando em alto nível, os quase veteranos craques precisaram se reinventar. Messi, 30, já não tem o mesmo fôlego, mas segue genial e fatal diante dos goleiros rivais.
Mais próximo do meio e centralizado, o camisa 10 do Barcelona tem mais opções para acionar os companheiros da frente e campo para partir verticalmente ao ataque.
“A ideia é que Messi possa abrir o jogo e participar da construção. E, claro, chegar à área para a conclusão, onde faz a diferença”, afirmou o técnico Ernesto Valverde assim que assumiu o clube.
“Estou alguns metros mais atrás, nos outros anos estava bem mais à frente. Mas sempre com a ideia de chegar ao gol”, disse Messi, que passou a maior parte da carreira atuando como falso 9 ou aberto pela direita, flutuando entre as linhas.
Há a preocupação também de se poupar por causa da Copa do Mundo. Ele mesmo já reconheceu que o torneio na Rússia será sua última boa chance para conquistar um título de expressão pela seleção argentina.
Cristiano Ronaldo tem o mesmo pensamento, apesar de ter vencido com Portugal a Eurocopa de 2016, na França. Na Copa de 2014, no Brasil, ele chegou lesionado e foi sombra do jogador que costuma ser.
Aos 33, ele também se reinventou em campo. Neste caso, trocou a individualidade, os dribles e as exibições de habilidade que o consagraram para atuar fixo na área, como centroavante.
“Mudei a minha forma de jogar porque vencer é o mais importante. Os gols ajudam a ganhar. Posso combinar, primeiro os gols, depois as assistências e, a seguir, os dribles”, comentou o português, que costumava atuar aberto pelo lado esquerdo.
Foi assim que o Real Madrid conquistou as duas últimas Ligas dos Campeões com Ronaldo no papel de protagonista absoluto. Pode repetir a dose daqui a três semanas. Título que pode credenciar o atacante a manter o posto de melhor jogador do mundo, que venceu no ano passado.
Apesar das mudanças, a dupla engana a idade com a inteligência e visão de jogo. Isso tem sido a atração dos confrontos entre as equipes.
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