Apesar de um alegado e até aparente desinteresse dos brasileiros em relação à Copa do Mundo da Rússia, a venda de camisas das seleções continua –em alguns casos, muito bem.
A disponibilidade, porém, é restrita, principalmente no caso de modelos femininos.
As principais fabricantes não revelam números, mas afirmam que a saída é maior se comparada ao período do Mundial anterior, em 2014.
A camisa titular da Nigéria, por exemplo, tornou-se a queridinha dos internautas nas últimas semanas e foi eleita a mais bonita do torneio em votação feita pelo Twitter entre os usuários da rede social.
De fevereiro, quando houve a divulgação dos uniformes titular e reserva nigerianos, até maio, no lançamento, a Nike afirma ter recebido 3 milhões de pedidos no mundo. Até o momento, os modelos estão esgotados nas lojas online da marca americana.
Adidas e Nike lideram na confecção das camisas das 32 seleções, com 12 e 10, respectivamente. Outras seis marcas dividem as outras dez, entre elas Puma (4), New Balance (2), Umbro (1), Hummel (1), Uhlsport (1) e Erreà (1).
Já o Irã é um caso à parte. Para disputar a sua quinta Copa, a seleção precisou comprar uniformes de jogo. Todas as peças que compõem a vestimenta da equipe asiática foram adquiridas da Adidas.
O tipo de contrato estabelecido com a empresa alemã prevê somente fabricação das camisas para o time e comercialização para a federação com desconto. Por isso, não estão à venda para o público.
Mesmo sem problema de contrato, outras camisas também não estão sendo comercializadas no Brasil.
Apenas 20 das 32 são encontradas nas lojas oficiais das fabricantes e, na maior parte dos casos, apenas em modelo masculino. Quatro seleções oferecem ao menos uma versão feminina entre as duas camisas: Argentina, Espanha, Alemanha e Brasil.
"Existe uma compra mínima e o varejo não atingiu esse valor, portanto não encomendamos", afirma Bruno Almeida, gerente de relações públicas da Adidas Brasil. Por questões comerciais, a Nike disponibiliza a coleção completa somente da seleção brasileira.
A reportagem entrou em contato com Centauro e Netshoes, lojas líderes de mercado na venda de artigos esportivos, mas as empresas não quiseram falar sobre o assunto.
A venda de modelos femininos não é uma dificuldade somente para brasileiras. Em levantamento feito pela Folha nas lojas online das fornecedoras ao redor do mundo é possível encontrar versão feminina somente para sete seleções: Portugal, França, Inglaterra, Argentina, Alemanha, Colômbia e Espanha.
Camisas de Marrocos, produzidas pela Adidas, também enfrentam problemas contratuais e não são encontradas na internet. A marca não entrou em detalhes sobre o caso.
Produtos de empresas que não têm base no país, como a italiana Erreà (Islândia) e as alemãs Hummel (Dinamarca) e Uhlsport (Tunísia), são encontradas em lojas especializadas. Para adquirir o uniforme da seleção da Islândia, estreante na Copa do Mundo e uma das sensações do torneio, o processo é simples.
É possível encontrá-lo em quatro sites diferentes, com preço mínimo de R$ 189,99. O prazo de entrega, no entanto, chega a ser de até 30 dias úteis, ou seja, o torcedor deve recebê-la após o fim da Copa.
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