Descrição de chapéu Copa do Mundo

Incansável e eficiente Kanté será o carrapato francês em cima de Messi

Volante rejeitado por vários clubes se transformou em um dos mais eficientes

N’Golo Kanté (à dir.) durante partida da seleção francesa contra a Dinamarca
N’Golo Kanté (à dir.) durante partida da seleção francesa contra a Dinamarca - Xu Zijian - 26.jun.18/Xinhua
Moscou

A água cobre 71% da terra. O resto é coberto por N’Golo Kanté. Essa foi uma das frases de um dos mais improváveis títulos da história do futebol, quando o Leicester foi campeão inglês de 2016.

O volante, rejeitado por vários clubes franceses, se transformou em um dos mais eficientes do futebol mundial. À frente da defesa de seu país neste sábado, nas oitavas da Copa contra a Argentina, ele pode ser responsável por parar Lionel Messi.

As seleções se enfrentam pelas oitavas de final do Mundial no sábado (30), às 11h, em Kazan.​

“Para qualquer treinador, ele é o sonho de volante. Tímido fora de campo mas tão forte dentro dele, sempre se sacrificando para o time. Ele é inteligente e sabe jogar, mas o ponto chave é que, na posição dele, o jogador tem de dar mais do que você espera. Faz o trabalho dos outros e o temperamento de N’Golo é perfeito para isso”, disse o volante campeão mundial pela França em 1998 e hoje técnico, Patrick Vieira.

Em 2017, sem Kanté, o Leicester terminou em 12º. Ele foi para o Chelsea e acabou como o primeiro jogador campeão nacional em dois anos seguidos por equipes diferentes desde o também francês Eric Cantona em 1992 e 1993.

Houve uma época em que ser rápido, correr uma maratona em 90 minutos, se preciso, e jogar apenas para o time sem pensar em brilho individual não eram vistos como virtudes suficientes para dar-lhe um lugar em qualquer clube relevante na França.

Foi rejeitado por Paris Saint-Germain, Rennes, Souchaux, Bordeaux, Lorient e outros. Sempre com o mesmo argumento: era muito pequeno.

Kanté tem 1,68m.

“Ele era realmente muito menor que os outros. Às vezes, a metade do tamanho. Só que quando começava o jogo, era melhor que os outros. Pouco importava ser menor e mais leve. Todos os outros clubes diziam ter melhores jogadores que ele. O que era uma mentira. Eles tinham jogadores maiores que ele”, afirma Pierre Ville, treinador do Suresnes, a primeira equipe a aceitá-lo aos nove anos de idade.

Filho de emigrantes de Mali, Kanté perdeu o pai aos 11 anos, e a pequena estatura e o sistema educacional francês o moldaram nas características que ainda mostra fora de campo: a timidez, a preferência pelo silêncio e a desconfiança diante de estranhos.

“Ele é assim até o momento que você consegue furar essa barreira e se aproximar. Aí você percebe quem N’Golo é. Nunca se atrasa, sempre sorrindo. Nunca reclama de nada. Um rapaz de ouro, mesmo crescendo no meio de tantos problemas. Mais de uma vez tive de lhe dar dinheiro para comprar comida”, lembra Christophe Raymond, outro de seus técnicos na infância.

Na Copa do Mundo, ninguém interceptou tantas bolas quanto ele na fase de grupos. Foram 29 recuperações. Mais do que isso, ele dominou a cabeça de área nos três jogos da França até agora.

Acertou 91% dos passes que tentou e bloqueou nove chutes. A sua seleção levou apenas um gol em três partidas. Este foi de pênalti, marcado pela Austrália.

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