Literalmente, grupo. O crítico de música Vladímir Stássov (1824-1906) batizou, em 1867, de mogútchaia kútchka (grupo poderoso) os compositores que faziam da sua bandeira o nacionalismo musical russo e, no Ocidente, ficaram conhecidos como Grupo dos Cinco.

Nenhum deles teve educação musical formal, já que o primeiro conservatório da Rússia só foi aberto em 1862, em São Petersburgo, e sua atitude inicial era de hostilidade ao academicismo. O chefe do grupo era Mili Balákirev (1837-1910), que estudou matemática antes de compor obras como a virtuosística Islamey, para piano solo.

Os demais membros eram o engenheiro militar César Cui (1835-1918), que se destacou mais como crítico musical que como compositor; o químico Aleksandr Borodin (1833-1887) que, além da ópera Príncipe Igor (deixada inacabada, e à qual pertencem as célebres Danças Polovitsianas), obteve destaque em seu estudo dos aldeídos; Modest Mússorgski (1839-1881), autor dos Quadros de Uma Exposição, para piano solo (posteriormente orquestrados por Ravel) e da ópera Boris Godunov, que foi cadete do regimento Preobrajênski, da elite da guarda imperial russa; e o marinheiro Nikolai Rímski-Kórsakov (1844-1908), autor da suíte sinfônica Sheherazade.

Traindo a vocação anti-acadêmica do grupo, Kórsakov tornou-se professor e diretor do Conservatório de São Petersburgo, que hoje leva seu nome.

Ele teve como alunos, tanto na instituição, como de forma particular, alguns dos principais compositores russos das gerações seguintes, como Aleksandr Glazunov (1865-1936), Serguei Prokófiev (1891-1953) e Ígor Stravínski (1882-1971).