Descrição de chapéu Copa do Mundo

Retrancas de qualidade dão pontos a 5 seleções na primeira semana da Copa

Receita é compactar o time, fazer muro de proteção e atacar de forma certeira

Moscou

Na primeira semana de jogos da Copa do Mundo, cinco seleções conseguiram pontos importantes em seus grupos com propostas semelhantes de jogo. Uma espécie de retranca qualificada.

A receita é compactar o time, fazer um muro de proteção com, ao menos, seis jogadores um pouco antes do meio-campo. E tentar atacar de forma certeira.

México e Portugal ganharam seus jogos usando essa estratégia na Rússia.

Islândia e Suíça, contra as favoritas Argentina e Brasil, respectivamente, empataram jogando da mesma maneira.

A análise tática do jogo mostra também que a Espanha, a partir dos 15 minutos do segundo tempo da partida contra o Irã, na quarta (20),quando ganhava por 1 a 0, recorreu ao mesmo expediente. Os espanhóis evitaram o gol de empate e conseguiram a primeira vitória do torneio.

O jogo sofrido não é uma ferramenta usada apenas pelas seleções com menos tradição no futebol. Caso de Portugal, que também manteve o time na defesa contra os marroquinos, na quarta (20).

O time dirigido pelo pragmático Fernando Santos não vem apresentado um futebol vistoso. Com o talento e a eficiência de Cristiano Ronaldo, porém, já conseguiu duas vitórias no Mundial.

Contra Marrocos, em Moscou, a seleção portuguesa ficou 47% do tempo com a bola. Deu dois chutes certos ao gol e venceu por 1 a 0.

"Nós soubemos sofrer. No futebol, às vezes é preciso saber fazer isso", resumiu Cedric, lateral direito de Portugal. Após o jogo, o discurso entre os jogadores portugueses era o mesmo. Ganhar importa mais do que a forma como o triunfo ocorre.

Os casos do México e da Islândia --estreante em Mundiais-- são exemplares.

A seleção nórdica teve 28% de posse de bola contra os argentinos. Mas o "muro" com jogadores defendendo o entre a linha que divide o campo e a grande área surtiu efeito.

A atuação do goleiro Halldorsson, eleito o melhor jogador da partida, contribuiu para o empate. Ele, aliás, defendeu um pênalti de Messi.

O time da Islândia subiu ao ataque com parcimônia. Deu três chutes certos ao gol. Um deles entrou.

"Nosso sistema defensivo funcionou muito bem. Tivemos uma boa organização", afirmou Heimir Hallgrimsson, técnico da Islândia, que é dentista em seu país natal.

Outra retranca com qualidade, preparada durante os últimos seis meses, segundo Osorio, técnico do México, parou a campeã Alemanha.

A seleção latino-americana acabou o jogo com 40% de posse bola. Fez o gol ainda no primeiro tempo e, depois, soube viver seu drama até o fim.

O Brasil de Tite viveu uma estreia na Copa do Mundo similar à da Argentina. Enfrentou uma equipe organizada, que, mesmo saindo atrás do placar, atacou e obteve o empate.

Os mapas estatísticos do jogo de estreia da seleção, que ficou 52% da partida com a bola, mostraram como a compactação suíça esteve presente em todo o jogo. O que se acentuou nos 15 minutos finais.

O futebol de resultados fica evidente, também, nos placares. Na primeira semana da Copa do Mundo, apenas dois jogos terminaram com uma vantagem maior do que dois gols de diferença.

As exceções foram as goleadas da Rússia sobre a Arábia Saudita, por 5 a 0, da Bélgica no Panamá, por 3 a 0, e a mais surpreendente delas, o 3 a 0 da Croácia sobre a Argentina.

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