O Brasil alcançou as quartas de final da Copa com a melhor defesa, tendo sofrido apenas um gol e somente quatro finalizações diretas ao gol de Alisson. O desempenhou rendeu elogios do técnico Tite. “A gente marca setor, não é individual. Não sai correndo para marcar. Cada um marca de forma agressiva no seu setor, talvez por isso bloqueamos tantas finalizações e cruzamentos.”
O Uruguai, outro a chegar entre os oito melhores do Mundial, também sofreu apenas um gol, mas teve 12 chutes que chegaram à sua meta —cinco deles nas oitavas, na vitória diante de Portugal.
No total, em 389 minutos jogados em quatro partidas, o Brasil levou 33 chutes, sendo 12 bloqueados, 17 para fora e 4 no gol. Apenas um parou nas redes, contra a Suíça, na estreia. Outros três ficaram nas mãos do goleiro.
A pouca quantidade de bolas que chega em sua meta faz com que Alisson seja apenas o 33º colocado no ranking de defesas até aqui em todo o torneio. É o que mostram as estatísticas oficiais da Fifa.
Após a vitória contra o México, quando viu apenas uma bola do adversário chegar às mãos de Alisson, o Tite elogiou o sistema defensivo brasileiro, que começa no ataque, com a participação desde o atacante Gabriel Jesus.
Contra o México, Jesus passou a atuar mais pela esquerda, durante o segundo tempo, para liberar Neymar pelo meio e auxiliar na marcação pela lateral. O jogador comentou sobre a função tática.
“Eu aceitei numa boa, porque é uma posição que eu gosto de jogar. Acredito que sou mais ponta do que centroavante. Espero que a seleção continue nessa crescente”, disse o atacante.
Jesus, ainda sem gols na Copa, mas segue prestigiado com a comissão técnica, também comentou sobre o jejum. “O gol é o que falta. É complicado vestir a 9 da seleção brasileira e não fazer gol. Sei disso, mas estou contente pela classificação. É uma Copa, e se tiver que abdicar de gols, vou abdicar para vencê-la.”
“Nossa compreensão do jogo em termos táticos é essa”, emendou o técnico da seleção.
Para Tite, a análise é que o time brasileiro não faz uma distinção de quem deve ser marcado no adversário, com os atletas da seleção definindo o sistema defensivo por zonas.
Em 25 jogos desde que assumiu a seleção, Tite viu seu time sofrer apenas seis gols. Apenas um deles na Copa, na estreia diante da Suíça, quando Züber fez de cabeça o do empate do time europeu.
Nessa partida, os suíços fizeram marcação especial em Neymar, que sofreu 10 faltas —um recorde em um único jogador em uma mesma partida desde a Copa de 1998.
“Outras equipes marcam o homem, é louvável também. Tem que apostar numa estratégia e treinar. A sequência lógica de marcação é: marca setor, olha a bola, depois homem”, disse Tite.
Para a próxima partida, contra a Bélgica, na sexta, às 15h, em Kazan, o Brasil perdeu Casemiro, suspenso com dois cartões amarelos. Ele é o jogador que mais roubou bolas na competição até agora: foram 17. Herrera, do México, vem a seguir, com 15.
Fernandinho deverá ser o substituto de Casemiro. Tite também definirá para as quartas de final se mantém Filipe Luís pela esquerda ou se Marcelo, recuperado de lesão na coluna, irá retornar à equipe.
* Colaborou Leonardo Diegues, de São Paulo
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