Descrição de chapéu Copa do Mundo

Atacantes de França e Croácia tentam superar seca em finais de Copas

Último homem de frente a marcar em decisão foi Ronaldo, que fez 2 em 2002

Moscou

Qual é o zagueiro que fará o gol do título da Copa do Mundo? Essa pergunta tem sido mais pertinente do que questionar qual atacante marcará na final do torneio, marcada para este domingo (15), às 12h, entre França e Croácia.

A última vez que um homem de frente anotou na decisão do Mundial foi em 2002.

Atacante Olivier Giroud comemora vitória sobre a Bélgica e classificação para a final do Mundial - Paul Ellis/AFP

Há 16 anos, Ronaldo fez os dois na vitória da seleção brasileira sobre a Alemanha por 2 a 0, no Japão, e decidiu a partida para a equipe comandada por Luiz Felipe Scolari.

A França tem candidatos fortes a quebrar essa marca. Griezmann, 27, dividirá a responsabilidade com o jovem Mbappé, 19. Cada um deles já anotou três vezes na Copa da Rússia. O ataque da seleção também tem o centroavante Giroud, 31, que ainda não fez nenhum gol.

Contra a Bélgica, na semifinal, o camisa número nove teve oportunidades para encerrar esse jejum após receber passes de Mbappé, mas ele perdeu as duas chances.

A seca de gols de Giroud lembra muito o desempenho de Stéphane Guivarc’h, titular da seleção francesa em 1998, quando a seleção do país conquistou seu primeiro e único título mundial até hoje.

“Mbappé pode decidir [o título]. Eu não me espanto mais com o que ele é capaz de fazer em campo. Estou acostumado a ver todos os dias nos treinos”, afirmou o meio-campista Paul Pogba.

A maior esperança do ataque da Croácia é Mandzukic, a versão dos Bálcãs de Giroud, mas com mais sucesso nesta Copa do Mundo.

O jogador da Juventus (ITA) já fez dois gols nesta edição. O último deles, na prorrogação da semifinal contra a Inglaterra, colocou a sua equipe na inédita decisão. Logo depois de anotar, ele desabou em campo, sentindo cãibras.

Há quatro anos, no Brasil, o herói foi o meia-atacante Mario Götze, que saiu do banco de reservas para fazer o gol da vitória na prorrogação sobre a Argentina, no Maracanã.

“Vai lá e mostre que você é melhor que o Messi”, lhe disse o técnico Joachim Low antes de mandá-lo entrar em campo na partida.

No Mundial da África do Sul, em 2010, o único gol da partida foi marcado pelo meia espanhol Iniesta.

As finais das últimas duas Copas foram as que tiveram o menor número de gols marcados desde 1994, quando o Brasil ganhou da Itália nos pênaltis após um 0 a 0 e conquistou o tetracampeonato.

Quatro anos antes, a Alemanha havia vencido a Argentina pelo placar mínimo, com Andreas Brehme, um lateral que marcou de pênalti.

A bola parada também contribuiu para o sumiço dos atacantes nas decisões.

Em 1998, a França foi campeã diante do Brasil com dois gols do meia Zidane de cabeça após cobrança de escanteios —o terceiro foi feito pelo volante Petit em um contra-ataque nos acréscimos.

O mesmo Zidane marcaria de novo na decisão contra a Itália, em 2006. Anotou de pênalti. O gol italiano aconteceu em uma cabeçada do zagueiro Materazzi, após escanteio.

Os dois protagonizaram cena que está na história do futebol. Em sua última partida como profissional, Zidane deu uma cabeçada no rival e foi expulso. Os italianos foram campeões nos pênaltis.

Os franceses têm na bola parada um dos pontos fortes no Mundial da Rússia. Nas quartas de final contra o Uruguai, o time de Didier Deschamps abriu o placar com o zagueiro Varane, após cruzamento de Griezmann. A vaga na final surgiu da mesma maneira.

O camisa sete cruzou para o também defensor Umtiti marcar no triunfo sobre a Bélgica.

“O escanteio está se tornando uma jogada mortal de todas as equipes. Todos estão mais eficientes nesse fundamento”, afirmou o escocês Andy Roxburgh, membro do grupo de estudos técnicos da Fifa.

“Cada vez mais, a bola parada decide jogos e campeonatos”, disse o brasileiro Carlos Alberto Parreira, que também faz parte do grupo.

O primeiro gol feito por um jogador que não era atacante em uma final de Copa do Mundo aconteceu em 1958, quando o Brasil conquistou seu primeiro título mundial ao vencer a Suécia por 5 a 2. O meio-campista sueco Nils Liedholm fez um dos gols suecos.

Escassez de gols dos atacantes em finais

2014
Alemanha 1x0 Argentina
Götze (meio-campista)

2010
Espanha 1x0 Holanda
Iniesta (meio-campista)

2006
França 1x1 Itália
Zidane (meio-campista)
Materazzi (defensor)

2002
Brasil 2x0 Alemanha
Ronaldo (atacante)

1998
França 3x0 Brasil
Zidane (meio-campista) e Petit (meio-campista)

1994
Brasil 0x0 Itália

1990
Alemanha 1x0 Argentina
Brehme (defensor)

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