A caixinha de surpresas, modelo de previsões criado pela Folha, encerra sua participação na Copa com 64% de acertos (27 em 42 jogos).

É percentual parecido que obteve o site americano FiveThirtyEight, um dos veículos com maior tradição em palpites nas áreas esportiva e política, e um modelo feito pela EMAp/FGV (Escola de Matemática Aplicada da FGV). Ambos tiveram 67% de acertos, considerando as mesmas 42 partidas.

Na fase de mata-mata, os três modelos acertaram 69% (11 em 16 jogos).

O modelo da Folha foi o único dos três que colocou a Bélgica como favorita contra o Brasil nas quartas de final. Indicou, também solitariamente, a vitória da Croácia sobre a Argentina e o empate entre Portugal e Espanha, ambos na fase de grupos.

Por outro lado, a caixinha de surpresas errou sozinha na disputa do terceiro lugar —apostou na Inglaterra, mas foi a Bélgica que venceu. Na final, o modelo havia indicado vitória da França.

Nenhum dos modelos foi capaz de prever algumas das maiores zebras do Mundial, como a eliminação da Espanha diante da Rússia ou o empate entre Argentina e Islândia.

O modelo da Folha considerou algo inusitado. Para cada partida, foram feitas cem simulações do jogo no game Fifa 18. Os modelos mais tradicionais consideram principalmente estatísticas das seleções, histórico do confronto e desempenho dos atletas antes da competição.

Já o game atualiza as características dos jogadores quase em tempo real. A ideia de usar essa opção, com as prováveis escalações, foi simular os embates da partida de forma mais próxima do real.

Contra a Bélgica, por exemplo, nas simulações o meio-campista Fernandinho estava no lugar do suspenso Casemiro.

O modelo para a caixinha de surpresas considerou também os palpites em 50 das principais casas de apostas do mundo. Um modelo estatístico condensava os resultados do game e da casas de apostas, para apontar o favorito.