Descrição de chapéu Copa do Mundo

CBF planeja futuro com Tite, que não definiu se fica na seleção brasileira

Após boa campanha antes do Mundial, técnico vê equipe cair nas quartas

Kazan

Frustrada com a eliminação da seleção brasileira na Copa, dirigentes da CBF se calaram sobre o jogo e também sobre o futuro da seleção.

A tendência é que Tite seja convidado para seguir no cargo, que assumiu em 2016.

O técnico não quis falar sobre o seu futuro após a derrota para a Bélgica, por 2 a 1.

"Não falo absolutamente nada a respeito de futuro. É um momento de emoção", afirmou o técnico.

Antes do fracasso na Rússia, ele teve atuação decisiva para espantar a maior crise da história da CBF, envolta em escândalos de corrupção.

Os dois últimos presidentes, Marco Polo Del Nero e José Maria Marin tiveram problemas com a Justiça, acusados de corrupção. Marin foi condenado, Del Nero, banido.

Comandando a melhor campanha da equipe nacional antes de um Mundial desde 1970, o treinador gaúcho colaborou para afastar o assunto político da pauta e resgatar um pouco da atenção dos torcedores pela camisa verde e amarela.

A CBF chegou a fazer um convite a Tite antes de a seleção viajar para a Copa na Rússia. Rogério Caboclo reuniu o gaúcho e a comissão para dizer que queria que eles continuassem, independentemente dos resultados na Copa-2018. A resposta do técnico foi que ainda não era hora de falar sobre o assunto.

Com Tite, em dois anos, o Brasil fez 26 jogos, teve 20 vitórias, quatro empates e duas derrotas. Foram oito gols sofridos, contra 55 marcados.

"Me dói falar isso. Mas quem aprecia um grande futebol vai ver que foi um grande espetáculo. Com a dor por termos perdido. Primeiro jogo oficial que perdemos. Se eu disser que o legado é bom, vão dizer que estou valorizando. O tempo vai dizer isso", disse, na coletiva de imprensa ainda no estádio de Kazan, minutos depois da derrota por 2 a 1 para a Bélgica.

Unanimidade desde que chegou à CBF, ele mudou a seleção, ganhou como nunca, mas fracassou como Dunga --seu antecessor-- à frente da equipe na Copa do Mundo. Repetiu o treinador de 2010 e viu o time ser eliminado nas quartas de final.

Antes de assumir, estava no comando do Corinthians, clube em que conseguiu suas maiores conquistas: dois títulos do Campeonato Brasileiro, uma Libertadores e um Mundial de Clubes da Fira.

O atual presidente da CBF, o coronel Nunes, se recusou a falar depois da eliminação.

Figura decorativa no comando da confederação, ele praticamente não apareceu durante os 25 dias na Rússia, mas conseguiu se envolver em polêmicas no período.

O cartola saiu do estádio por volta de uma hora depois do jogo terminar em Kazan.

"Não vou falar disso agora", afirmou e continuou andando acompanhado de Jorge Pagura, que é da comissão de médicos da confederação.

O coronel foi perguntado se Tite seria convidado a ficar no cargo e sobre o que tinha dado errado para a seleção ter sido eliminada nas quartas de final.

"Eu estou dolorido", disse, sem parar para atender a reportagem.

Antes dele, Walter Feldman, secretário-geral da CBF, também passou na saída do estádio e não quis responder. Disse que não tinha o que falar e que a comunicação da entidade se pronunciaria no momento adequado.

Familiares dos cartolas estavam chorando ao lado.

Rogério Caboclo, que assumirá a presidência da CBF a partir do ano que vem, não passou na saída e não atendeu ligações.

Caboclo e Nunes assistiram aos jogos do Brasil no setor VIP, que é reservado para convidados da Fifa.

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