Descrição de chapéu Copa do Mundo

Com dieta sem glúten e raízes suíças, Rakitic é pilar da finalista Croácia

Jogador jamais morou em solo croata, nacionalidade que é de seus pais

Diego Garcia Fábio Aleixo
Moscou

Ivan Rakitic, 30, vem sendo um dos pilares da Croácia nesta Copa do Mundo. Neste domingo (15), ele tem a chance de dar ao país o seu primeiro título mundial.

Isso pode ocorrer na temporada em que ele viveu mudança radical em sua alimentação, ao cortar o glúten no dia a dia. O jogador confirmou, após ser questionado pela reportagem, sobre as mudanças alimentares feitas há um ano.

“Antes de começar a temporada, eu fiz alguns testes no Barcelona e eu tinha certos problemas após os jogos, não me sentia bem. Levava muito tempo para eu me recuperar, tinha esse sentimento ruim. Fizemos o teste e descobriu-se que eu tinha este problema com glúten”, disse Rakitic.

Rakitic reclama com o árbitro durante a partida entre Croácia e Inglaterra pelas semifinais da Copa do Mundo
Rakitic reclama com o árbitro durante a partida entre Croácia e Inglaterra pelas semifinais da Copa do Mundo - Kirill Kudryavtsev/AFP

Fã de massas e pizzas, o jogador deixou para trás os antigos hábitos. “Me sugeriram tentar mudar a dieta e ver quais reações haveria. Tentei e houve grandes mudanças. Fizemos mais testes e vimos que o glúten não caía bem para mim. Tive de cortar”, explicou.

O meio-campista chegou ao seu 70º jogo na temporada na vitória por 2 a 1 contra a Inglaterra, pela semifinal do Mundial. Correu 62,8 km na competição, uma média de mais de 10 km por partida. Marcou um gol contra a Argentina, na vitória por 3 a 0, na 1ª fase.

Rakitic nasceu em Möhlin, Suiça, no dia 10 de março de 1988. Jamais morou em solo croata, nacionalidade que é, na verdade, de seus pais, ex-moradores da Bósnia. Quando a tensão étnica passou a ser insustentável, no fim dos anos 80, eles emigraram.

“Penso que não poderia haver nada melhor do que esta situação [final de uma Copa] sendo croata. Você tem sonhos. Você quer jogar a final em cada grande torneio a cada dois anos. Alcançar a final da Copa é cumprir o melhor dos sonhos”, disse Rakitic nesta sexta-feira (13).

Na Suíça, Rakitic recebeu ameaças de morte. A casa de sua família foi pichada com palavras que o chamavam de “traidor”.

Lá, o jogador defendeu o Basel FC de 1995 a 2007. Ele se profissionalizou dois anos antes de deixar o clube, após uma década nas categorias de base. Chegou às seleções menores suíças antes de se mudar para a Alemanha, aos 19 anos.

Foi então que decidiu defender a Croácia, país de seus pais. Até hoje, não abre mão da cidadania suíça, ainda torce pelo Basel FC e é fã do tenista suíço Roger Federer.

O jogador croata atua no futebol espanhol desde 2011, quando chegou ao Sevilla.

Foi na cidade que conheceu Raquel Mauri, garçonete que encontrou na primeira noite na Andaluzia. Em texto escrito no site The Players Tribune, ele conta que, assim que viu a moça pela primeira vez, disse para o irmão que iria se casar com ela.

Sem falar espanhol, foi todos os dias ao bar que a garçonete trabalhava. Teve 30 convites para sair com ela rejeitados antes de conseguir, um dia, convencê-la a ir, sete meses depois. “Foi mais difícil [conquistá-la] do que vencer a Liga dos Campeões. E demorou quase o mesmo tempo”, diz o jogador. Ele se casou com a garçonete em 2015 —​eles têm duas filhas.

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