Com volante inspirado, Palmeiras acha capitão e cobrador de faltas

Bruno Henrique esquece críticas para se tornar ponto de equilíbrio do time

Alberto Nogueira
São Paulo

O Palmeiras não fazia um gol de falta há mais de três anos, quando Bruno Henrique, 28, colocou a bola na rede no último domingo (22), na vitória por 3 a 2 sobre o Atlético-MG.

O volante, que teve um início conturbado na equipe, em 2017, virou ponto de equilíbrio do time de Roger Machado. Tanta confiança levou o técnico a colocá-lo como capitão do time, que enfrenta o Fluminense, nesta quarta (25), às 19h30, no Maracanã.

O Palmeiras é o 6º lugar do Brasileiro, com 23 pontos, 7 a menos que o líder Flamengo. 

Bruno Henrique durante treinamento na Academia de Futebol do Palmeiras
Bruno Henrique durante treinamento na Academia de Futebol do Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação

Peça importante na marcação e saída de bola do time, Bruno Henrique tem mostrado muita qualidade na chegada ao ataque, seja com a bola rolando ou parada.

No jogo contra o Atlético-MG, marcou de falta o gol do desempate, quando o placar estava em 1 a 1, e depois, de cabeça, deu a vitória ao Palmeiras nos acréscimos, 3 a 2.

O clube não fazia um gol em cobrança de falta em jogos oficiais desde 28 de fevereiro de 2015, quando Robinho —hoje no Cruzeiro— marcou contra o Capivariano, pelo Paulista. Durante a parada para a Copa, o jogador havia feito outro de falta, em amistoso com a Liga Alajuelense, da Costa Rica.

Seja na bola parada, de cabeça, de chute de fora da área ou na chegada como elemento surpresa, Bruno Henrique, autor de nove gols no ano, mostrou ser peça importante também na parte ofensiva. Só os centroavantes Borja (15) e Willian (14) marcaram mais em 2018.

Além de ser uma referência técnica, o volante também é um dos líderes do elenco. Ele foi escolhido como capitão do time pelo treinador Roger após rodízio da braçadeira, que antes pertencia a Dudu.

"O Bruno vive um momento iluminado por seu esforço desde o começo do ano. Tem sido um destaque bastante positivo, é uma liderança. Essa sequência de quatro jogos com a faixa não é por acaso. Hoje, o Bruno é o novo capitão da equipe", disse o técnico após a última partida.

As palavras “esforço”, “destaque positivo” e “liderança”, ditas por Machado durante a entrevista coletiva, foram corroboradas por pessoas que vivem o dia a dia do clube.

Elogios parecidos já haviam sido feitos por Tite, técnico da seleção brasileira e do atleta durante os tempos de Corinthians (2015-2016).

"Tornou-se capitão porque passou por todas as situações no Corinthians. De titular, de reserva, de destaque, de ficar fora do banco, de machucado, e se portou da mesma maneira, sempre trabalhando. Por isso foi guinado a ser um dos capitães, um dos líderes da equipe", disse à época.

A atual boa fase de Bruno Henrique é totalmente oposta à que ele viveu em sua chegada ao Palmeiras, em julho do ano passado, depois de passagem pelo Palermo, da Itália —país onde está suspenso desde abril por uso de passaporte italiano falsificado.

Campeão brasileiro pelo Corinthians (2015), o jogador, assim como qualquer um que tenha atuado pelos dois arquirrivais, enfrentou resistência por parte dos torcedores.

O volante fez bons jogos, mas a eliminação do time para o Barcelona (EQU), pelas oitavas de final da Libertadores de 2017, quando perdeu um pênalti, provocou a ira da torcida. Para piorar, cometeu penalidade a favor do Corinthians, no Brasileiro do mesmo ano.

O jogador também passou a figurar entre os reservas, preterido pelo então técnico Cuca, atualmente sem clube.

"Ficou um tempo na reserva comigo. Nunca incomodou, nunca mudou sua maneira de agir, de trabalhar e de ser no dia a dia com os colegas. Ele é muito positivo, muito preparado", diz o treinador à Folha.

Cuca reconhece que na época o atleta disputava vaga com Tchê Tchê e que hoje, com Roger, está tendo mais oportunidades. “Ele marca muitos gols, sai bem para o jogo e tem passe preciso”, elogia.

Bruno Henrique, 28
O volante atuou por Portuguesa (2013), Corinthians (2014-2016) —clube pelo qual venceu o Campeonato Brasileiro de 2015— e Palermo (2016-2017) antes de chegar ao Palmeiras, em julho de 2017. O jogador tem contrato com a equipe alviverde até 2020.

FLUMINENSE
PALMEIRAS

19h30, Maracanã
Na TV: Pay-per-view

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