Descrição de chapéu Copa do Mundo

Copa exige bandeiras 'padrão Fifa', mas fiscalização é falha

Torcedores entram no estádio sem passar por nenhum tipo de controle

Torcedor balança bandeirão
Torcedor japonês balança bandeirão em arquibancada da Arena Rostov - Marko Djurica/Reuters
Alex Sabino Fábio Aleixo
Nijni Novgorod e Moscou

Um cartaz em cada uma das entradas dos 12 estádios da Copa avisa aos torcedores: não são permitidas bandeiras com mais de 2 m de comprimento e 1,5 m de largura.

É possível até fazer a medição para ver se ela está dentro do limite.

A limitação é imposta pela Fifa e pelo COL (Comitê Organizador Local) e consta no Código de Conduta em Estádios, um documento de 11 páginas que estabelece todas as diretrizes para acesso às arenas.

Qualquer bandeira ou faixa que passe desse tamanho só pode ingressar no recinto de jogo se houver autorização dos organizadores após o preenchimento de um formulário. Isso com 20 dias de antecedência.

 

É necessário anexar uma foto do objeto que o torcedor deseja levar e fazer a sua tradução para o inglês.

De acordo com a Fifa, a limitação acontece por uma questão de "segurança e ordem pública" e para proporcionar um "ambiente confortável" para os torcedores.

A limitação no tamanho de bandeiras também constava no Código de Conduta na Copa do Mundo de 2014.

Apesar da restrição, torcedores têm conseguido entrar em estádios da Rússia com bandeiras e faixas sem autorização, ainda que o tamanho seja ultrapassado.

Argentinos que conversaram com a Folha antes da partida entre Argentina e Croácia em Nijni Novgorod diziam desconhecer tal regra. Todos conseguiram passar com elas pela segurança, assim como ocorrera na estreia contra a Islândia.

"Trouxemos essa faixa e ninguém nos disse nada. Pensamos até em trazer uma maior. Por que essa limitação?", questionou antes de entrar no estádio Daniel Montero, 25, torcedor do Talleres de Córdoba, que, ao lado de amigos, viajou à Rússia com uma faixa de mais de 3 m de comprimento com o símbolo do time e um rosto do volante Guiñazú.

"Tem medida oficial? Ninguém nos disse nada. Não é a primeira vez que levo essa faixa para a Copa e não foi desta vez que tive problemas", disse Ariel Morales, 45.

Ele viaja com uma bandeira de tamanho maior que o permitido, com uma imagem do gol de Maradona driblando ingleses na Copa de 1986 e o mapa das ilhas Malvinas, território britânico.

As falhas na verificação também permitiram que torcedores sérvios entrassem no estádio de Samara para o jogo contra a Costa Rica, na primeira rodada, com um cartaz com teor político e ofensivo.

Em razão disso, a federação do país foi multada em 10 mil francos suíços (R$ 38 mil) pela Fifa.

Argentinos também costumam levar faixas e bumbos com os dizeres de que as ilhas Malvinas são argentinas, uma clara mensagem política de provocação à Inglaterra.

A Fifa foi questionada pela reportagem sobre possíveis falhas no controle na entrada dos estádios, mas não se pronunciou.​

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