Desde volta à Série A, Palmeiras tem em média dois técnicos por ano

Clube sonda medalhões, como Scolari e Luxemburgo, para lugar de Roger

Luiz Felipe Scolari enquanto comandava o Guangzhou Evergrande, da China
Luiz Felipe Scolari enquanto comandava o Guangzhou Evergrande, da China - Kazuhiro Nogi - 20.dez.2015/AFP
São Paulo

Com a demissão de Roger Machado, que não resistiu à derrota do Palmeiras para o Fluminense por 1 a 0 na quarta (25), o clube alviverde voltou a demonstrar instabilidade no comando técnico.

Desde a volta à Série A do Brasileiro, em 2014, a equipe teve nove técnicos diferentes, uma média de dois por ano.

A diretoria do clube paulista anunciou a nova demissão na madrugada desta quinta (26).
No levantamento, a Folha considera profissionais que ficaram mais de dez jogos à frente da equipe, como o interino Alberto Valentim.

Apenas durante o mandato do atual presidente, Maurício Galiotte, iniciado na metade de dezembro de 2016, quatro treinadores comandaram o time: Eduardo Baptista, Cuca —técnico de melhor currículo da gestão—, Alberto Valentim e Roger Machado.

O mandatário palmeirense não deve apostar em mais um treinador tido como promessa, já que busca à reeleição no pleito marcado para novembro. O entendimento é de que o Palmeiras precisa de um nome de peso, vencedor e que conheça o clube.

Os favoritos ao cargo são Luiz Felipe Scolari e Vanderlei Luxemburgo, ambos com passagens antigas e multicampeões pela agremiação. Porém, também ligados aos rebaixamentos da equipe no Brasileiro em 2002 e 2012.

A ideia é que os treinadores citados poderiam pegar um elenco caro, que tem rendido muito aquém do esperado, e levá-lo a conquistar algo ainda nesta temporada.

Chances existem, já que o Brasileiro está na 16ª rodada e o time se encontra nas oitavas de final da Libertadores e nas quartas da Copa do Brasil.

Um título poderia convencer eleitores de que Galiotte faz bom papel e minimizar a crescente pressão que a oposição exerce sobre seu trabalho.

O Comitê de Orientação e Fiscalização do clube, no qual o ex-presidente e opositor Mustafá Contursi exerce grande influência, rejeitou, pela segunda vez consecutiva, as contas apresentadas pela diretoria, mesmo com estimativa de lucro de R$ 40 milhões no semestre.

O atual presidente também não tem agradado grande parte da torcida palmeirense, que vira e mexe se manifesta e pede a volta do antecessor Paulo Nobre, rompido com Galiotte em razão de divergências políticas e da influência de Leila Pereira, conselheira e dona da patrocinadora Crefisa, na política do clube.

O problema da constante troca de treinadores não se limita à gestão em vigor.

Nobre, que presidiu a equipe do início de 2014 ao final de 2016, teve três diferentes técnicos em seu primeiro ano.

Após conquistar a Série B do Brasileiro em 2013, Gilson Kleina caiu em maio seguinte. O argentino Ricardo Gareca foi contratado, mas durou cerca de três meses no cargo. Já Dorival Júnior foi responsável por fechar a temporada.

A partir de 2015, com a chegada da parceria milionária com a Crefisa e do diretor de futebol Alexandre Mattos, então bicampeão brasileiro no comando do Cruzeiro, dois títulos nacionais vieram, mas não impediram a alta rotatividade no banco de reservas.

O ano de 2015 começou com Oswaldo de Oliveira. No Campeonato Paulista, o técnico levou o time à final, mas perdeu para o Santos nos pênaltis. Ele foi demitido em junho, depois de seis rodadas e poucos resultados no Brasileiro.

Marcelo Oliveira foi chamado para ser o substituto. Com ele no comando, a equipe conquistou a Copa do Brasil, mesmo sem apresentar um grande futebol. O treinador virou o ano no cargo, mas deixou o clube em março de 2016.

O técnico Cuca foi contratado na sequência. Com ele, o time conquistou o Brasileiro depois de um jejum de 22 anos. Em um caso atípico, o treinador preferiu não renovar o contrato em dezembro, por questões pessoais.

O treinador voltaria em maio do ano seguinte, sob forte clamor dos torcedores, para substituir Eduardo Baptista. A parceria, porém, não teve o mesmo sucesso da primeira passagem, e o treinador acabou demitido em outubro.

Títulos de Felipão e Luxemburgo no clube

Luiz Felipe Scolari
Copa do Brasil (1998 e 2012), Mercosul (1998), Libertadores (1999) e Rio-São Paulo (2000)

Vanderlei Luxemburgo
Brasileiro (1993 e 1994), Rio-São Paulo (1993) e Paulista (1993, 1994, 1996 e 2008)

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