Nem tudo que o Ocidente chama de russo é assim denominado no país dos moscovitas. Por exemplo, a iguaria de maionese que entra nos cardápios brasileiros como salada russa é lá conhecida como Olivier —em homenagem ao cozinheiro de origem belga que a inventou, na década de 1860.
E, se você quiser indagar onde fica a montanha-russa de um parque de diversões, terá que perguntar por "amerikánskie górki", ou seja, montanha-americana.
Isso porque, em sua configuração atual, a montanha-russa foi patenteada e disseminada nos EUA. LaMarcus Adna Thompson (1848-1919) costuma aparecer como o "pai" do brinquedo, graças à engenhoca que inaugurou em Coney Island, em Nova York, em 1884.
Contudo, os primórdios dessa diversão era deslizar por encostas de gelo, e remetem à Rússia, no século 17. Há relatos de que o czar Pedro, o Grande, teria mandado construir, na sua recém-inaugurada capital, São Petersburgo, ancestrais das atuais montanhas-russas, com 25 metros de altura e 50 graus de inclinação.
E Catarina, a Grande teria sido a primeira a mandar equipar com rodas os trenós que faziam a descida, em Oranienbaum, em 1784.
No livro "A Viagem à Rússia", em que relata sua jornada pelo país no inverno de 1858-9, acompanhado de Alexandre Dumas, o escritor francês Téophile Gautier (1811-1872) descreve o brinquedo que os russos chamavam de "montanhas de gelo": "Os acidentes não eram raros, pois às vezes os carrinhos descarrilavam; isso fez essa diversão perigosa ser abandonada".
Hoje, a maior montanha-russa de Moscou chama-se "Mólnia" (relâmpago), fica no Parque Skázki, tem uma altura de 26 metros e os carrinhos atingem 65 km/h.
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