Descrição de chapéu Copa do Mundo

Inimigo íntimo, zagueiro polêmico da Croácia tenta anular artilheiro inglês

Lovren é adversário usual de Kane e se envolveu em uma crise política na Copa

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Fábio Aleixo Igor Gielow
Moscou

A primeira divisão do futebol inglês é o campeonato no qual jogam mais atletas que foram à Copa do Mundo na Rússia: 105 de 736 convocados por suas seleções. A exceção chegou longe: a Croácia, que disputa contra a Inglaterra a semifinal nesta quarta-feira (11), só tem um jogador que atua na terra da rival, o zagueiro Dejan Lovren, 29.

Desde 2014, Lovren defende o Liverpool. Antes, em 2013, passou pelo Southampton.

E ele terá uma missão importante: parar o atacante Harry Kane, 24, que defende o Tottenham e é o artilheiro da Copa, com seis gols. Kane é velho conhecido de Lovren de embates que já travaram ao longo dos últimos anos.

Na última temporada do torneio nacional, foram dois duelos entre Totttenham e Liverpool. Kane marcou três vezes, dois na vitória por 4 a 1 e um no empate em 2 a 2.

Um dos gols no triunfo aconteceu quando Lovren já havia saído de campo.

“Ele é um dos melhores atacantes da Premier League e do mundo. E merece todo o crédito, já que nas últimas quatro temporadas anotou mais de 25 gols”, disse Lovren, após a Croácia superar a Rússia nas quartas de final do Mundial.

Na entrevista pré-jogo, na terça (10), o zagueiro mais uma vez foi questionado sobre seu conhecimento do jogo inglês —todos os atletas do adversário atuam no próprio país. “Penso que nosso jogadores sabem a qualidade da Inglaterra. Não tem muito o que falar”, disse Lovren.

Um dos líderes da defesa menos vazada da Copa ao lado da inglesa, Lovren disputa a sua segunda Copa. Esteve também na do Brasil, em 2014.

Na Rússia, só não atuou como titular na vitória por 2 a 1 sobre a Islândia na rodada final da fase de grupos, quando atletas foram poupados.

Nas outras quatro, esteve em campo do começo ao fim e fez apenas quatro faltas, número baixo para um defensor. Uma delas porém, resultou em pênalti e cartão amarelo.

O inglês Jordan Henderson, seu companheiro no Liverpool, é só elogios. “Ele está jogando de forma incrível, é grande pessoa. Estou feliz por ele estar na semifinal, mas espero que a jornada dele acabe amanhã [quarta-feira]”, afirmou.​

 

Nesta Copa, Lovren se envolveu em uma polêmica após a vitória sobre a Argentina. Em vídeo postado em seu perfil nas redes sociais, ele aparece cantando a canção “Bojna Cavoglave”, adotada pela extrema direita da Croácia.

A música contém a frase “Za dom - spremni!” (Pronto para a pátria-mãe), slogan associado ao regime-fantoche nazista da Croácia ocupada na Segunda Guerra Mundial, o Ustase.

Tal frase, porém, não foi dita no trecho do vídeo postado, e a Fifa deixou por isso.

O Ustase matou, de 1941 a 1945, entre 300 mil e 500 mil sérvios, algo que reverberou durante os anos do pós-guerra na Iugoslávia dominada por Belgrado, e que sempre é lembrado pelos vizinhos em sua amarga disputa política com Zagreb. A Justiça da Croácia também investiga se Lovren mentiu para acobertar o esquema de um ex-cartola do país condenado por embolsar comissões de vendas de jogadores —como ele e Modric.

A Croácia ainda protagonizou uma altercação com a Rússia, quando o jogador Vida e um auxiliar técnico dedicaram a vitória sobre o time da casa nas quartas à Ucrânia, rival de Moscou. A Fifa advertiu o jogador e cassou o auxiliar, e o Kremlin evitou comentar o caso. Um segundo vídeo com Vida dizendo “Queime, Belgrado!” está sendo investigado.

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