Polícia Federal faz operação para investigar Confederação de Handebol

Há suspeitas sobre uso de recursos públicos liberados para o Mundial Feminino de 2011

Demétrio Vecchioli
São Paulo | UOL

A Polícia Federal deflagra na manhã desta quinta-feira (12) uma operação que tem como alvo a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) e seus dirigentes.

Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em dois estados (São Paulo e Sergipe) e no Distrito Federal.

No estado nordestino, os agentes foram à casa do presidente licenciado da Confederação, Manoel Luiz de Oliveira, à sede da entidade e à residência de um funcionário que cuidava da área de contratos.

O presidente licenciado da CBHb (Confederação Brasileira de Handebol)
O presidente licenciado da CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) - Divulgação

A operação recebeu o nome de Sete Metros, em alusão à penalidade mais grave aplicada no handebol –é o pênalti da modalidade. De acordo com a PF, são 15 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, Cotia, São Paulo, Brasília e Aracaju.

As investigações são a respeito do uso de recursos públicos de um convênio de R$ 6 milhões firmado entre a CBHb e o Ministério do Esporte em 2011, para a realização do Mundial Feminino no Brasil naquele ano.

A pasta identificou que a verba foi usada de maneira irregular e mandou a CBHb devolver toda a quantia – que hoje, corrigida, é R$ 10 milhões.

Além disso, a Justiça Federal do Distrito Federal também apontou irregularidades, como licitações forjadas, contratações irregulares e sobrepreço, e determinou o afastamento do presidente Manoel Luiz de Oliveira, que estava no cargo havia quase 30 anos.

Entretanto, ele se aproveitou da demora para a sede da confederação, em Sergipe, ser comunicada da decisão e, antes disso, pediu afastamento por motivos de saúde –meses antes, passara por cirurgia cardíaca.

Ou seja, a Justiça determinou seu afastamento, mas ele já não está no cargo, oficialmente, por motivos de saúde. Quem o substitui é seu vice e antigo aliado, Ricardinho. 

O cenário não agradou aos patrocinadores da entidade. O Banco do Brasil decidiu não renovar o patrocínio master, que acabou no final de maio, enquanto a fornecedora de material esportivo rescindiu o contrato de maneira unilateral.

Por causa da dívida com o Ministério do Esporte, a CBHb também não recebe mais recursos da Lei Agnelo/Piva, do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

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