Quando a gente torce para nosso projeto dar errado

A caixinha de surpresas havia apontado a Bélgica como vencedora contra o Brasil

Neymar se lamenta enquanto belgas comemoram vitória em Kazan - Eduardo Knapp - 6.jul.2018/Folhapress
Fábio Takahashi
São Paulo

Já torceu para um projeto seu não dar certo? Passamos por essa estranha situação na última sexta-feira (6), no jogo do Brasil.

Nosso modelo para dar palpites na Copa, a caixinha de surpresas, havia apontado a Bélgica como vencedora

Além da questão sentimental, vinha também o risco de erro. Sistemas de apostas que acompanhamos como referência estavam dando Brasil. 

O site americano FiveThirtyEight, um dos mais conhecidos na área de previsões esportivas e políticas, colocava a equipe de Tite com cerca de 55% de chances de vitória. 

Foi perto do que a Folha apontou, mas para a Bélgica. Nosso modelo considera como indicador algo inusitado. Para cada partida, são cem simulações do jogo no game Fifa 18. Os modelos mais tradicionais consideram principalmente estatísticas.

O game atualiza as características dos jogadores quase em tempo real. A ideia de usar essa opção foi simular os embates da partida de forma mais próxima do real. 

Contra a Bélgica, por exemplo, nas simulações Fernandinho estava no lugar de Casemiro. Usamos o modo em que o próprio game joga, sem intervenção humana. São quatro computadores trabalhando para que o resultado saia a tempo da publicação.

O modelo da Folha considera também os palpites em 50 das principais casas de apostas do mundo, que  colocavam o Brasil como favorito.

Ocorre que Neymar e cia. levaram um baile tão grande nas simulações (66% de vitórias belgas) que o modelo apontou a Bélgica como a favorita.

Fomos para o jogo. Mas não teve jeito. A equipe envolvida, do Núcleo de Inteligência da Folha e do Núcleo de Imagem, lamentou os dois gols belgas e esperou ao menos o empate. 

No fim, ao menos um acerto a mais para a caixinha. Àquele momento, o 23º (contra 13 erros).

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