Reforço da Juventus, Cristiano Ronaldo chega a uma Itália enfraquecida

Clube de Turim domina o cenário local, que sofre em competitividade na Europa

São Paulo

Contratado pela Juventus com o objetivo de alçar o clube ao título da Liga dos Campeões, que não vem desde 1996, o português Cristiano Ronaldo chegará a uma Itália cujo futebol local vem se enfraquecendo gradativamente nas últimas temporadas.

A começar pelo desequilíbrio da liga, que viu a Juventus conquistar os últimos sete títulos nacionais, além de ser a única equipe do país a alcançar a decisão da Liga dos Campeões recentemente, com vices em 2015 e 2017.

A última vez que tiveram um representante diferente na final do torneio foi com a Inter de Milão, em 2010, que ficou com o título. 

Ronaldo marcou de bicicleta contra a Juventus na última Liga dos Campeões e foi aplaudido de pé pelo estádio
Ronaldo marcou de bicicleta contra a Juventus na última Liga dos Campeões e foi aplaudido de pé pelo estádio - Alberto Pizzoli/AFP

O Milan, maior campeão europeu entre os italianos, enfrenta um dos momentos mais delicados de sua história. Sem vencer o campeonato nacional desde 2011, vive uma crise institucional provocada pela venda a um grupo chinês e, mesmo com altos investimentos em contratações, terminou a liga apenas em sexto lugar.

Vale lembrar que a Itália também não se classificou para a última Copa do Mundo. Tetracampeã mundial, caiu na repescagem para a Suécia, que foi até as quartas de final na Rússia.

Os italianos também decepcionaram em 2014, eliminados ainda na fase de grupos do Mundial jogado no Brasil.

O último atleta de um clube italiano a faturar o prêmio de melhor do mundo da Fifa foi Kaká, em 2007, quando defendia o Milan. Desde então, somente Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi conquistaram a honraria. 

O português venceu um prêmio de melhor jogador quando estava no Manchester United (ING), em 2008, e outras quatro pelo Real Madrid, enquanto Messi foi eleito as cinco vezes jogando pelo Barcelona (ESP). 

Em comparação com as outras quatro principais ligas europeias, a liga italiana ainda arrecada, em bilhões de euros, mais que a francesa: 1,9 bilhão contra 1,5 bilhão. É a quarta no ranking europeu. Vê a Espanha, terceira da lista, a uma certa distância. O futebol espanhol levanta 2,4 bilhões de euros por temporada.

As informações são de um estudo de finanças do futebol publicado em 2016 pela empresa de auditoria Deloitte.

Nesta década, das oito Ligas dos Campeões disputadas, seis tiveram clubes espanhóis campeões. 

A Itália também tem a pior taxa de ocupação de estádios entre as principais ligas europeias: 60%. Antigos, a maioria dos estádios do país é grande, mas raramente se encontram cheios para os jogos do campeonato local. 

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