Descrição de chapéu Copa do Mundo

Tite prepara seleção para saber sofrer pressão dos adversários no mata-mata

Treinador quer jogadores prontos para as partidas decisivas da Copa do Mundo

Camila Mattoso Diego Garcia Luiz Cosenzo Sérgio Rangel
Sochi

Há quase dois anos no comando da seleção brasileira, Tite já utilizou várias expressões que ficaram marcadas, mas uma delas retrata bem o que ele espera encontrar a partir de agora na Copa do Mundo: “Saber sofrer”.

O treinador está preparando os jogadores para suportar a pressão do adversário na fase do mata-mata, quando uma falha pode eliminar o time do Mundial da Rússia.

Casemiro, Neymar, Filipe Luís e Miranda treinam em Sochi
Casemiro, Neymar, Filipe Luís e Miranda treinam em Sochi - Eduardo Knapp - 29.jun.2018/Folhapress

Nesta segunda-feira (2), o Brasil enfrenta o México, às 11h, em Samara, pelas oitavas de final. Se terminar empatada, a partida será definida na prorrogação ou nos pênaltis.

Além de ensaiar o setor ofensivo, Tite e integrantes da comissão técnica conversam com os atletas para que entendam e consigam superar a pressão do adversário sem afobação nem desespero.

A estratégia é manter a compactação entre as linhas defensivas e do meio de campo e saber explorar a velocidade do quarteto ofensivo, formado até agora por Neymar, Coutinho, Willian e Gabriel Jesus.

Até o chamado antijogo é avaliado de forma positiva.

Contra a Sérvia, por exemplo, o goleiro Alisson ficou caído no gramado para receber atendimento médico quando o rival mais pressionava para buscar o empate.

Na ocasião, os sérvios criaram duas boas chances de gol, sendo que numa delas o zagueiro Thiago Silva afastou na pequena área.

“[Em] determinados momentos temos dificuldades. Contra a Sérvia, sofremos, a equipe soube sofrer quando foi atacada. Isso é Copa do Mundo. Do outro lado tem adversário com qualidade. Quando sofremos, soubemos ficar concentrados. Tem que saber sofrer”, disse Thiago Silva após a vitória.

A seleção viveu outros momentos assim durante o Mundial e nos amistosos preparatórios. Contra a Croácia, a equipe de Tite controlou o ímpeto do rival no início da partida, quando pressionou a saída de bola e dificultou a criação de jogadas do Brasil.

Diante da Áustria, a pressão começou no início do segundo tempo, quando a seleção vencia por 1 a 0. O time recuou as linhas e apostou no contra-ataque para vencer com facilidade, por 3 a 0.

A estratégia contra a Suíça não deu certo porque o Brasil sofreu um gol logo no início do segundo tempo em um lance de bola parada. Até então, o jogo estava controlado.

“Haverá momentos na partida em que estaremos na adversidade. Precisamos entender isso e suportar. A gente explica que é Copa do Mundo, parceiro. A margem de erro é muito pequena”, afirmou Tite. Ele sempre cita que está há dois anos no comando da seleção e que ainda vê a equipe na busca por equilíbrio.

Quando conquistou os dois principais títulos da sua carreira, a Libertadores e o Mundial de Clubes com o Corinthians, em 2012, o treinador montou uma defesa sólida.

Na campanha da Libertadores, quando começou o mata-mata, o Corinthians de Tite mostrou essa virtude. Nas oitavas de final, empatou com o Emelec, por 0 a 0, e venceu o jogo de volta, por 3 a 0.

Nas quartas, diante do Vasco, novo empate na primeira partida e vitória difícil por 1 a 0. Na semifinal, contra o Santos, ganhou o primeiro jogo por 1 a 0, fora de casa, e empatou a partida de volta por 1 a 1.

Na decisão, diante do Boca, o time soube segurar a pressão do adversário e empatou em 1 a 1, em Buenos Aires. Na volta contra os argentinos, o Corinthians venceu por 2 a 0.

No Mundial, venceu duas partidas por 1 a 0. O gol do título contra o Chelsea foi marcado aos 24 minutos do segundo tempo, após suportar a pressão adversária.

Há uma semana, Tite deu como exemplo de organização a vitória da Alemanha sobre a Suécia por 2 a 1.

A atual campeã manteve o padrão e o controle emocional até o final, mesmo com risco de eliminação, e foi premiada com um gol nos acréscimos.

Na oportunidade, citava o tempo de trabalho do técnico Joachim Löw, que está no comando da equipe desde 2006. “O que eu trago para o Brasil é essa consolidação e crescimento, a equipe se forma campeã. É confirmar e crescer, mas o grau de dificuldade exige, o aspecto emocional é bastante forte”, explicou.

A Alemanha, porém, não mostrou o mesmo equilíbrio emocional na última rodada. Perdeu para a Coreia do Sul por 2 a 0 e foi eliminada.

 
Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.