Cruzeiro vence o Santos na Vila em noite de VAR coadjuvante

Jogo marcou estreia do VAR em torneio nacional, mas árbitro não consultou monitor

Klaus Richmond
Santos

A primeira aparição oficial do sistema de árbitro de vídeo (VAR) em gramados brasileiros teve o novo recurso como um mero coadjuvante no morno jogo entre Santos e Cruzeiro, disputado na noite desta quarta-feira (1º), na Vila Belmiro.

A partida válida pelas quartas de final da Copa do Brasil mostrou duas equipes de rara inspiração, monotonia quebrada por uma troca do técnico cruzeirense Mano Menezes. Do banco de reservas, Raniel substituiu o atacante Hernán Barcos e decidiu o confronto aos 35 minutos do segundo tempo.

Robinho comemora o gol da vitória cruzeirense na Vila Belmiro
Robinho comemora o gol da vitória cruzeirense na Vila Belmiro - Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.

O único momento em que o árbitro Wilton Pereira Sampaio utilizou o sistema de árbitro de vídeo ocorreu aos 11 minutos do segundo tempo. Após um cruzamento, os santistas reclamaram de um empurrão do volante Lucas Romero no atacante Gabriel.

Sampaio ouviu os auxiliares de vídeo, mas optou por não conferir o lance no monitor. Na comunicação entre a sala e o árbitro, confirmaram a não marcação do pênalti sobre Gabriel. Imediatamente, o clube também reagiu por meio de sua rede social: “chama o VAR, juizão!”.

Nas arquibancadas, por sua vez, os torcedores começaram a vaiar logo após a não marcação do pênalti e passaram a fazer o sinal característico dos árbitros, indicando uma televisão para análise do lance.

Na Vila, a tecnologia funcionou de maneira diferente da forma convencional. O estádio contou com dois pontos de consulta posicionados nas linhas de fundo, próximos aos locais onde são realizadas as cobranças de escanteio. A opção foi feita pela falta de espaço para a instalação do monitor no meio de campo.

Durante todo o período antes da partida, o Santos disse que não passaria informações sobre o posicionamento do trio responsável pela análise do vídeo: Bráulio Machado, Helton Nunes e Marcelo de Lima Henrique.

Eles foram escondidos em uma sala dentro do Salão de Mármore do clube, que limitou os acessos com seguranças posicionados dentro e fora do local.

O primeiro tempo ficou marcado por raras oportunidades. O goleiro Vanderlei foi o principal nome com duas defesas sequenciais, aos 33 e 34 minutos. A primeira em um chute do volante Lucas Silva e, depois, em duelo com Arrascaeta. O meio-campista uruguaio recebeu dentro da área, mas foi abafado pela saída do goleiro.

O novo Santos de Cuca, praticamente, não assustou. Apesar de demonstrar mais atitude, teve apenas uma chance com pouco perigo em finalização do volante Diego Pituca, sem dificuldades para o goleiro Fábio.

A equipe insistiu em acionar o atacante Rodrygo, seu principal jogador. Aberto pelo lado direito, protagonizou alguns lances individuais no duelo com o lateral Egídio, mas também sofreu com a marcação cruzeirense.

Cuca surpreendeu ao abdicar de um time mais criativo no papel. Desmontou a escalação de quatro atacantes, utilizada por Jair Ventura e por Serginho Chulapa nos últimos jogos, e optou pelo esquema 4-1-4-1 com a presença de três jogadores menos ofensivos: Renato, Diego Pituca e Alison.

No segundo tempo, marcado pela primeira consulta aos auxiliares de vídeo, o goleiro Fábio foi o principal nome da partida por evitar duas chances de gol em finalizações de Gabriel e de Rodrygo. As chances desperdiçadas antecederam justamente o gol cruzeirense, marcado por Raniel.

O atacante recebeu próximo à entrada da área e conseguiu uma finalização improvável em meio aos zagueiros santistas. A bola passou entre as pernas do zagueiro David Braz e definiu a vitória do Cruzeiro fora de casa.

Com a derrota, o Santos alcança a sétima partida consecutiva sem vencer. No período, o time tem quatro empates e três derrotas, a segunda consecutiva jogando na Vila Belmiro.

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