Santos é julgado culpado, e empate com Independiente vira derrota por 3 a 0

Clube agora precisa de vitória por 4 a 0 nesta terça (29) para avançar às quartas

São Paulo | UOL

O Santos foi considerado culpado pela Conmebol pela escalação irregular de Carlos Sánchez contra o Independiente, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (28), apesar de o julgamento ter começado na segunda-feira. Em nota, o clube paulista afirmou que irá recorrer.

Com a decisão, o placar de 0 a 0 na partida de ida foi alterado para 3 a 0 para o Independiente. As duas equipes voltam a se enfrentar nesta terça-feira (28), às 19h30, no Pacaembu. O Santos precisará de uma vitória por quatro gols de diferença para avançar na competição. Caso vença por 3 a 0, o jogo irá para os pênaltis. Após recurso do Santos, a Conmebol decidiu que Sánchez pode atuar nesta terça.

A polêmica que levou o jogo para o tribunal aconteceu por causa de uma expulsão de Sánchez em 26 de novembro de 2015, na Copa Sul-Americana, quando ele atuava pelo River Plate. O jogador deixou o clube argentino e foi para o futebol mexicano, não cumprindo a suspensão automática em competições da Conmebol. Por isso, não poderia ter jogado no último dia 21.

Carlos Sanchez durante jogo do Santos
Conmebol considerou que Carlos Sanchez foi escalado de forma irregular pelo Santos - Ivan Stort/Divulgação Santos FC

O Santos escalou o jogador com base no sistema Comet, da Conmebol, que apontava Sánchez como apto para a partida. Os advogados santistas usaram o caso do Lanús na temporada passada, quando a Conmebol deu ganho de causa ao clube após acusação de escalação irregular de Lautaro Germán Acosta. Na ocasião, o Comet foi utilizado para mostrar que não havia problema na inclusão do atleta.

Outro ponto abortado foi o do River Plate. O Santos alegou à Conmebol que a entidade concedesse ao clube no "caso Sánchez" a mesma decisão que tomou envolvendo o jogador Bruno Zuculini, do time argentino. Neste caso, a entidade máxima do futebol sul-americano alegou falta de denúncia de adversários e não puniu o clube argentino por escalação irregular. Zuculini terá apenas que cumprir suspensão ainda nesta edição.

A diferença para o caso do Santos é que o River consultou a entidade por escrito sobre a condição de jogo do atleta. A organizadora da Libertadores reconheceu um "erro administrativo" no caso e absolveu a equipe argentina. O Santos não enviou ofício à Conmebol para saber se o jogador tinha alguma punição disciplinar antes de escalar Sánchez.

Apesar dos argumentos, os dirigentes do Santos já sabiam ser difícil obter um resultado favorável na Conmebol. A estratégia inicial do advogado Mario Bittencourt, contratado pelo clube brasileiro para o caso, era prorrogar a decisão para depois da realização da partida no Pacaembu. O argumento oficial era não mexer com o estado emocional dos jogadores. Mas na verdade, o Santos queria criar uma confusão jurídica maior para, em caso de vitória por qualquer placar no jogo desta terça, forçar a confederação a aceitar o resultado em campo. Não deu certo.

Em nota, o Santos manifestou seu "descontentamento" com a decisão.

"Não bastasse o estranhar da lenta decisão, a punição publicada não tem o menor embasamento legal ou jurídico. Além do que, pune duplamente o Santos, com a perda do jogo e a manutenção da suspensão do jogador Carlos Sánchez", afirma o clube.

Por fim, a agremiação afirma que "irá à todas instâncias cabíveis, afim de que a justiça sobre o caso seja feita".​

O Santos tem cinco dias para recorrer à corte de apelações da Conmebol. O clube sabe que não vai conseguir reverter o resultado nesta instância, mas precisa passar por ela antes de ir à Fifa apelar. Em caso de nova derrota, a última solução seria ir ao CAS (Corte Arbitral do Esporte), na Suíça.

O time alvinegro também compreende que uma nova mudança do resultado da partida de ida, já alterado para 3 a 0, seria controversa por conta da sequência da competição. Por outro lado, o clube pode buscar uma compensação financeira pelo prejuízo ocasionado pela mudança do placar.

Há a preocupação também com a questão da segurança da partida após a decisão da entidade que organiza a Libertadores. O Santos pediu aos seus torcedores que tenham calma. Em caso de qualquer tumulto, a responsabilidade será do clube brasileiro. 

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