Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Ingresso caro não tira animação de brasileiros para ver seleção nos EUA

Mesmo com valores altos, torcedores que moram nos EUA assistirão ao jogo

Júlia Zaremba
Washington

Brasileiros que vão assistir à partida entre Brasil e El Salvador nesta terça (11) no estádio FedEx Field, em Landover, a cerca de 16 quilômetros de Washington, estão animados para ver a seleção de perto e matar as saudades do país de origem, mas o valor dos ingressos desagradou alguns torcedores.

A antropóloga paulistana Maria Paula Carvalho, 48, há 23 anos nos Estados Unidos, vai acompanhada do filho, Nicholas, 13, para o jogo. É a primeira vez que os dois vão ver a seleção jogar. "A vantagem de assistir a um jogo da seleção brasileira aqui em Washington em relação ao Brasil é a facilidade de conseguir ingressos", diz ela. "No Brasil, poderia ser bem mais disputado".

Torcedor brasileiro durante a vitória da seleção sobre os Estados Unidos, em Nova Jersey
Torcedor brasileiro durante a vitória da seleção sobre os Estados Unidos, em Nova Jersey - Eduardo Munoz Alvarez/AFP

As entradas custam entre US$ 33 (cerca de R$ 135) e US$ 234 (em torno de R$ 959). Mais barato do que outros jogos que serão realizados no estádio nas próximas semanas (uma partida do Washington Redskins, time de futebol americano, por exemplo, custa a partir de US$ 130 (cerca de R$ 533).

"Achei um pouco caro para um amistoso", diz a advogada Laura Pereira, 28, há um ano na capital americana. "Mas como o improvável aconteceu e a seleção veio para cá, achei que não dava para deixar a oportunidade passar."

Ela vai assistir ao jogo com o namorado, o consultor Guilherme Hadler, 32. Cada um pagou em torno de US$ 130 (R$ 533). "O bom é que o estádio é perto de casa, mas certamente não será tão animado quanto no Brasil, com a torcida local", diz Hadler.

A analista de pesquisas Júlia Cardoso, 24, há seis nos Estados Unidos, também reclama do preço. "E o estádio é longe de casa, teremos que pagar transporte para ida e volta". Eles gastaram US$ 48 (em torno de R$ 196) cada. "Os mais baratos ficavam muito longe do gramado, achamos que não valia a pena."

Ela diz que o jogo vai ajudar a matar as saudades do Brasil. "Vai ser uma ótima oportunidade para encontrar os brasileiros que moram por aqui", diz.

A advogada carioca Renata David, 39, irá com o marido, Antonio, 40, e os filhos Isabella e Lucas, de 11 e 8 anos, para o estádio. A família vive há 12 anos na capital dos Estados Unidos e também nunca viu o time treinado por Tite de perto.

Decidiram ir por causa do menino, que é fã do Neymar. "Esperamos que o nosso filho tenha uma ótima experiência e continue amando o Brasil e a nossa seleção", diz ela, que espera um 3 a 0 para o Brasil.

O contratista mineiro Ernandes Nogueira, 54, há 17 anos em Maryland, espera que o Brasil vença por 2 a 1. "Tenho muitos amigos salvadorenhos e não quero que eles fiquem tristes", diz ele, que pensa em ir ao jogo com a camisa do Flamengo, já que Lucas Paquetá, que joga pelo time, estará em campo.

Ele e os amigos que torcem para a seleção rival pretendem se reunir antes da partida no estacionamento do estádio para aquecer os motores. "Vou fazer a minha mente acreditar que estou no Maracanã ou no Morumbi." 

Para Maria Paula Carvalho, o grande desafio do time é não depender apenas de alguns poucos jogadores, como Neymar, para vencer. "Eles têm que montar um elenco forte e montar esquemas táticos em que o conjunto sempre prevaleça", afirma.

A consultora jurídica mineira Natália Martins, 31, concorda. "É essencial superar o estrelato do Neymar para que a seleção jogue de verdade", diz. "Temos bons jogadores, com boa técnica e muita raça, mas acho que falta cooperação."

Atleticana desde criancinha, ela, que mora há três anos no distrito federal, vai acompanhada do marido, o professor de Literatura Zack Lowe, 32, para o jogo.

"Mesmo com a derrota do Brasil na Copa, queremos ver o Brasil jogar e sentir a emoção de estar no estádio, uma das coisas das quais mais sinto falta aqui", diz ela

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