No terceiro dia de treino da seleção brasileira na arena Red Bull, em Nova Jersey, o técnico Tite esboçou o que deve ser a escalação final da equipe que enfrenta os Estados Unidos nesta sexta-feira (7), no estádio MetLife.
Os jogadores foram separados em duas equipes, uma delas com um colete laranja.
Os “titulares” foram Philippe Coutinho, Casemiro e Fred no meio-campo, os atacantes Douglas Costa, Neymar e Roberto Firmino, o lateral direito Fabinho, o lateral esquerdo Filipe Luís, os zagueiros Thiago Silva e Marquinhos e o goleiro Alisson.
Fabinho é o único deles que não esteve na Copa. Ele substituiu o lateral direito Fagner (Corinthians), cortado após sofrer uma lesão. Marquinhos aparece no lugar do zagueiro Miranda. O defensor do PSG foi titular em todos os jogos das eliminatórias, mas perdeu a posição para Thiago Silva na Copa.
No meio campo, Fred substitui Paulinho. Firmino ganhou a vaga que era de Gabriel Jesus, que foi bastante contestado na Copa e não foi convocado por Tite para os amistosos nos EUA.
No ataque, Douglas Costa substitui Willian como titular. O atacante começou a ser cogitado para o time principal depois do jogo contra a Costa Rica pelo Mundial, mas ficou de fora por uma lesão muscular. Voltou só no segundo tempo da fatídica disputa contra a Bélgica, mas foi um dos que tiveram uma atuação elogiada.
Depois do treino, Arthur comentou a possível substituição por Fred no amistoso. “A briga pela titularidade é normal, não é uma briga entre eu e Fred”, diz. “É normal esse revezamento no futebol. O professor quer testar uma função a mais. Eu estou com o pé no chão, buscando mostrar meu futebol.”
Ele também comentou a potencial manutenção de dez nomes que participaram da Copa no time que enfrenta os EUA nesta sexta.
“Acho que o Tite já tem um trabalho formado, a gente que está chegando agora precisa entrar nesse processo”, afirmou Arthur. “Acho que é justiça, uma coisa normal. Temos que observar bastante [os jogadores experientes] e tirar o melhor proveito para aprender.”
Já Marquinhos não vê a justiça como o principal fator na decisão do técnico. “[Tite] não passou a ideia de que era uma questão de justiça, ele simplesmente fez os testes no treino. Não sabemos se é por justiça ou por ter um padrão de jogo que vem sendo trabalhado há algum tempo.”
Para ele, é importante a mistura entre jogadores experientes e novatos. “Os que vem chegando têm que tentar buscar o mais rápido possível para dar o melhor dentro de campo.”
E isso passa por se adaptar ao padrão atual de Tite. “É um padrão que vinha sendo bem-feito antes. Independentemente do resultado na Copa, se via um plano de jogo, um padrão de jogo que vinha dando resultado nas eliminatórias.”
É o primeiro jogo do Brasil desde a derrota para a Bélgica por 2 a 1 pelas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia. A seleção também enfrenta El Salvador no próximo dia 11, em partida disputada em Washington.
Nos últimos dias, o discurso dos jogadores, tanto novatos quanto experientes, se mostrou alinhado num ponto: é preciso seguir em frente e focar na Copa América, realizada no Brasil a partir de junho de 2019.
“A derrota contra a Bélgica doeu muito, queríamos levantar a taça. Mas é levantar a cabeça, seguir em frente. Tem a Copa América pela frente e espero que a seleção seja campeã”, afirmou, na segunda-feira (3), o atacante Richarlison (Everton).
O meio-campista Andreas Pereira (Manchester United) também prefere olhar para frente. No caso dele, a situação é ainda mais próxima. Andreas é belga e nunca morou no Brasil. Em vez de escolher vestir a camisa da seleção belga, porém, optou pela brasileira.
“Sempre quis defender meu país, isso não mudou nada. Eu estava me tratando [de uma lesão] na Bélgica quando o Brasil perdeu, foi dolorido”, diz. “É o começo de um novo ciclo. Temos que focar e manter o nível, fazer o melhor para conseguir essa regularidade. Primeiro pensando na Copa América e, depois, vendo passo a passo.”
Para outros, lembrar da Rússia ainda dói. O lateral esquerdo Filipe Luís, reserva de Marcelo na Copa e que jogou contra Sérvia e México, é um dos que admitem ter ficado abalado com a derrota.
“Na Copa do Mundo, eu queria ganhar a taça e levar para casa. Tudo o que vivi na Rússia foi o melhor e o pior momento da minha carreira”, conta.
“Foi único, nunca imaginava que fosse desse nível a competição. Todo jogo era especial, e perder do jeito que a gente perdeu foi difícil. Nas férias, não parei de ter pesadelo com a derrota”.
Agora, a única certeza que ele tem é que “o Brasil precisa voltar a ser campeão."
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