O meio-campista Fred, 25, será uma das caras novas da seleção brasileira, que começa oficialmente o ciclo para a Copa do Mundo do Qatar, em 2022, nesta sexta (7), quando enfrenta os Estados Unidos, às 21h05, em Nova Jersey.
Reserva durante o Mundial da Rússia, o jogador do Manchester United é uma das seis novidades na equipe que começará o amistoso em relação à escalação padrão utilizada pelo time brasileiro na última competição.
Apesar de estar entre os 23 convocados por Tite para a Copa do Mundo, o atleta nem sequer entrou em campo. Com uma lesão no tornozelo direito sofrida durante a fase de preparação, após uma entrada do volante Casemiro, o meio-campista não conseguiu se recuperar totalmente.
Tanto é que foi visto fazendo recuperação com os fisioterapeutas da seleção antes dos treinos com bola até na véspera do jogo contra a Bélgica, pelas quartas de final.
No amistoso desta sexta contra os EUA, Fred desempenhará função similar à que exerce na Inglaterra e que foi de Paulinho --não convocado-- no Mundial da Rússia.
Ele ajudará na saída de bola e terá liberdade para aparecer como elemento surpresa na área adversária, jogando de uma grande área à outra.
"É um novo momento que se inicia, com alguns novos jogadores de qualidade inquestionável, e vamos representar o Brasil da melhor maneira nesses amistosos. Eu me sinto muito bem, também vivo uma nova fase com a camisa do Manchester, e chego ainda mais feliz e disposto para esse novo ciclo", disse Fred em entrevista à Folha.
"A minha contusão [na preparação da Copa] foi um lance normal de treino, falta de sorte mesmo. Fiquei muito chateado, estamos sujeitos a isso. Consegui fazer um bom trabalho de reforço e fortalecimento para estar à disposição do Tite, mas a oportunidade não apareceu", disse ele, que terá a primeira chance como titular com o treinador.
Antes de ser chamado para a Copa e para as partidas contra EUA e El Salvador, no próximo dia 11, o meio-campista havia sido chamado por Tite apenas outras duas vezes: contra Bolívia e Chile, pelas duas últimas rodadas das eliminatórias para o Mundial, e para os amistosos contra Rússia e Alemanha, em março.
No total, atuou só 20 minutos sob o comando do técnico.
Fred espera agora ter uma sequência maior, o que já poderia ter acontecido não fossem a contusão às vésperas do Mundial e uma suspensão de um ano por doping em junho de 2015, quando defendia a seleção na Copa América.
Na oportunidade, a substância encontrada na sua urina foi o diurético hidroclorotiazida. Ele alegou inocência.
"Fui pego de surpresa e foi um momento muito difícil, lamentável. Você fica sem chão. Quem me conhece, sabe que sempre fui um cara muito correto e jamais faria algo que me prejudicasse ou prejudicasse alguém. Ajudou o fato de eu estar com a consciência tranquila por não ter feito nada de errado. Toquei a minha vida, trabalhando para não deixar o ritmo cair naquele período em que nem sequer podia treinar com meus companheiros. Foi bem difícil", disse.
Fred começou a carreira nas categorias de base do Atlético-MG, mas se destacou no Internacional, onde jogou de 2011 até 2013. Na sequência, se transferiu para o Shakhtar Donetsk, onde ficou até junho deste ano, quando foi contratado pelo Manchester United.
Indicado pelo treinador português José Mourinho, foi contratado pelo clube inglês por 55 milhões de euros. A equipe venceu a concorrência com o Manchester City, que também tentou a contratação.
"Na verdade, sabia do interesse dos dois clubes, mas preferi me manter afastado das negociações e deixar que meus representantes resolvessem, até para não tirar meu foco da seleção. O Mourinho é um dos melhores treinadores da atualidade. Costumo dizer que ele consegue extrair o melhor de cada um. Tem me ajudado muito", completou.
Além de Fred, as outras novidades do técnico Tite no time titular para o duelo contra os americanos são o lateral direito Fabinho, o zagueiro Marquinhos, o lateral esquerdo Filipe Luís e os atacantes Douglas Costa e Firmino.
Mesmo com as seis mudanças, o treinador mantém o estilo de jogo que pode variar do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1, assim como aconteceu no Mundial. As características dos substitutos são praticamente as mesmas.
Fabinho será o único dos 11 titulares no duelo contra os Estados Unidos que não esteve na Rússia.
Revelado pelo Fluminense, atuou as últimas cinco temporadas pelo Monaco e foi contratado recentemente pelo Liverpool. Ele vem jogando como volante, mas apareceu como lateral.
Ainda no sistema defensivo, o zagueiro Marquinhos e o lateral esquerdo Filipe Luís ficaram com as vagas de Miranda e Marcelo, que não foram chamados por Tite para os amistosos.
Marquinhos foi titular durante a campanha das eliminatórias, mas perdeu a posição na Copa para Thiago Silva.
As outras duas mudanças são no setor ofensivo. Reservas no Mundial, Douglas Costa e Firmino começam o novo ciclo como titulares. O primeiro ganhou a posição de Willian, que ficará no banco de reservas, enquanto o segundo herdou a vaga de Gabriel Jesus --não convocado.
Com Firmino, Tite terá um atacante com mais capacidade de drible e de dar assistências, mas perderá em presença de área. Já com Douglas Costa, a seleção ganha profundidade, ou seja, mais jogadas pelo lado do campo.
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