Após ter insônia por escalação irregular, Sánchez lidera reação do Santos

Suspenso, uruguaio não poderia ter atuado na Libertadores e rendeu punição ao clube

Carlos Sanchez é um dos principais nomes do Santos
Carlos Sanchez é um dos principais nomes do Santos - Ivan Storti/Santos FC
Klaus Richmond
Santos

O uruguaio Carlos Sánchez, 33, tem uma obsessão: recolocar o Santos na próxima Copa Libertadores da América. Há menos de três meses no Brasil, o meio-campista tornou-se o principal personagem da polêmica desclassificação santista na competição sul-americana.

Na ocasião, o clube sofreu punição por escalá-lo de forma irregular, sem ter conhecimento de que ele precisava cumprir suspensão por ter recebido cartão vermelho quando atuava pelo River Plate (ARG), nas semifinais da Copa Sul-Americana de 2015. 

A Conmebol modificou para 3 a 0 o resultado da primeira partida das oitavas de final, contra o Independiente, na Argentina, que terminou empatada em 0 a 0 dentro de campo. O Santos não conseguiu reverter a desvantagem.

“O meu objetivo hoje é claro, quero recolocar o Santos na Libertadores. Recuperamos a confiança, é um caminho que podemos alcançar”, diz o uruguaio à Folha.

O objetivo de Sánchez e do Santos tem se mostrado possível. Ele passa por um triunfo neste sábado (13), no clássico contra o Corinthians, às 19h, no Pacaembu, válido pela 29ª rodada do Brasileiro.
Sánchez virou o símbolo da desclassificação do Santos na Libertadores, mas também o protagonista de uma reação inesperada no Nacional.

Desde que o meio-campista estreou, o clube saltou da 16ª para a 7ª colocação. Em 12 jogos com ele em campo, sofreu apenas 1 derrota, 2 a 1 contra o Cruzeiro, no Mineirão, no último dia 23.

A saída precoce da Libertadores, no entanto, precisou ser superada. Valorizado após disputar sua primeira Copa do Mundo com o Uruguai, ele conta que passou a ter insônia devido à chance de o Santos ser punido.

“Fiquei muito mal. Via o meu nome no meio [da polêmica], tive dificuldades para dormir. Pensava que não teria como sair dessa amargura. Acordava preocupado, pensando que em tantos anos nunca havia acontecido algo assim comigo”, afirmou.

“Senti mais do que em uma Copa do Mundo. Foi bastante pesado, porque queria reverter a situação, e não saiu nada como esperávamos na partida [de volta]”, completa.

O trabalho de recuperação mental de Sánchez ocorreu por meio de conversas com o técnico Cuca e de uma blindagem feita pelo clube, que o desaconselhou a dar entrevistas.

Cuca conquistou a confiança do jogador de modo semelhante ao trabalho feito com Gabriel Barbosa, adaptando a tática da equipe ao seu posicionamento. Hoje, Sánchez joga aberto pelo lado direito, de forma parecida com a que atuava no River Plate, onde viveu uma das melhores fases da carreira. “O Cuca nos dá muita liberdade. Ele entendeu onde gosto de jogar”.

O futuro de Sánchez poderia ter sido em outro clube paulista, já que o Palmeiras tentou atravessar a negociação. “Escolhi o Santos porque foi o primeiro interessado, e sou um homem de palavra, isso é mais importante do que o dinheiro oferecido”, afirma.

Adaptado, ele virou fã das churrascarias da cidade e já fala até mesmo em encerrar a carreira pelo clube. O seu contrato vai até julho de 2021.

“Sempre pensei em encerrar no Liverpool do Uruguai, mas penso que, se estiver bem, posso encerrar no Santos”.

Para o clássico, Cuca não contará com o volante Alison, suspenso, o atacante Rodrygo, com a seleção brasileira sub-20, e o meia Bryan Ruiz, com a seleção costa-riquenha.

Corinthians vive má fase de atacantes e deve ter time reserva

Em 11º lugar no Brasileiro e com a obrigação de vencer o Cruzeiro na final da Copa do Brasil, na quarta (17), o Corinthians se depara com um problema sério: o jejum de gols do seu setor ofensivo.

O período de seca de Jadson é o menor: não marca há 4 partidas. Na sequência vêm Romero (16), Clayson (19, sendo 17 como titular) e Matheus Vital (24, 11 como titular). O técnico Jair Ventura não divulgou o time que será usado contra o Santos, mas já indicou que poupará os principais atletas.

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