Seleção feminina de vôlei amarga pior resultado em Mundiais desde 2002

Equipe brasileira precisava vencer Japão por 3 sets a 0, mas perdeu duas parciais

José Roberto Guimarães não conseguiu levar o Brasil ao título
José Roberto Guimarães não conseguiu levar o Brasil ao título - Alexandre Loureiro/Inovafoto/CBV
São Paulo

Mesmo após vencer o Japão por 3 sets a 2 (23/25, 16/25, 28/26, 25/21 e 15/11) nesta quinta-feira (11), a seleção brasileira feminina de vôlei foi eliminada do Mundial ainda na segunda fase, terminando o torneio na sétima posição.

O resultado se iguala ao de 2002 e é o pior desde então na principal competição de vôlei depois dos Jogos Olímpicos. Nas edições seguintes do Mundial, a equipe havia sido vice-campeã (2006 e 2010) e ficado em terceiro lugar (2014).

Para avançar à terceira fase, que conta com seis seleções, o time comandado pelo técnico José Roberto Gumarães precisava ter vencido as donas da casa por 3 a 0. Portanto, ao perder o primeiro set, o Brasil já sabia que estaria eliminado ao fim da partida, independentemente do resultado.

O Brasil chegou a ter o placar de 22 a 17 no set inicial. Porém, sofreu um apagão, perdendo 8 dos 9 pontos seguintes. A derrota na parcial tirou qualquer chance de classificação.

A campanha brasileira nesta edição do Mundial não convenceu em nenhum momento. Além de vitórias tranquilas contra adversárias inexpressivas, o desempenho foi marcado pela derrota por 3 sets a 0 para a Sérvia, ainda na primeira fase, e pelo revés de virada diante da Alemanha, por 3 sets a 2, na segunda etapa da competição, onde teoricamente a equipe havia caído em um grupo mais fácil.

As brasileiras voltaram a demonstrar insegurança ao perder um set para o México, antes de vencer Holanda e Japão por 3 sets a 2. Como a vitória no tiebreak vale dois pontos, em vez de três, os placares apertados fizeram a diferença e resultaram na eliminação.

O sétimo lugar fecha um ano difícil para a seleção feminina. Na Liga das Nações, o Brasil ficou na quarta colocação, mesma posição que atingiu no Montreux Volley Masters, última competição que disputou antes do Mundial.

A temporada foi marcada por lesões de jogadoras importantes, como as ponteiras Gabi e Natália, sendo que esta última se recuperou em cima da hora para o torneio no Japão.

Houve também retornos de atletas experientes, como a ponteira Fernanda Garay, 32, a central Thaisa, 31, e a levantadora Dani Lins, 33. Todas disputaram a Olimpíada do Rio, quando o Brasil caiu nas quartas de final diante da China, e estavam afastadas. Garay por opção pessoal, Thaisa após uma grave lesão no joelho e Dani Lins em razão do nascimento de sua filha.

Com o time completo, mas ainda em reconstrução, a seleção brasileira mais uma vez ficou sem o título mundial, conquista ainda inédita para as bicampeãs olímpicas.

Para Zé Roberto, apesar do fracasso, ao Brasil sai de cabeça erguida. “Quero parabenizar minha equipe pelo espírito de luta, garra e dedicação nos treinamentos em todo esse tempo. As jogadoras que são mães deixaram seus filhos e maridos em casa para servir o Brasil com muita honra e dignidade. Nosso time teve brio e força e agora é pensar no futuro”, afirmou.

A terceira fase do Mundial tem Itália, Japão e Sérvia em um grupo e Holanda, China e EUA no outro. As duas melhores seleções de cada chave avançam para as semifinais. A competição termina no dia 20 de outubro.

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