De volta à elite do basquete, Corinthians busca fortalecer imagem do clube

Para retomar tradição perdida nos últimos anos, equipe conta com torcida até fora de casa

Equipe corintiana se reúne em roda no último jogo do Campeonato Paulista de basquete
Equipe corintiana no último jogo do Campeonato Paulista de basquete - Renan Martins/Divulgação
Daniel E. de Castro
São Paulo

​De volta à elite do basquete brasileiro, o Corinthians se apoia na força de sua torcida para obter sucesso com a bola laranja.

A primeira partida do time alvinegro pela temporada 2018/19 do NBB será em São Paulo, no ginásio Wlamir Marques, às 20h de terça-feira (16), contra a equipe de Franca. A ESPN transmite.

O projeto do clube para o basquete é ambicioso, embora o discurso inicial seja de pés no chão. O objetivo, segundo o diretor de esportes terrestres, Donato Votta, é retomar a tradição corintiana no esporte e fortalecer a marca da entidade.

Atualmente, a equipe de basquete não tem patrocínios próprios e conta com recursos do clube para se bancar. Sem revelar valores, Votta afirma que as despesas equivalem a menos da metade dos gastos dos principais times da liga.

“É um risco calculado. Se você pensar na exposição que o NBB proporciona para a marca Corinthians, temos certeza que em curto prazo vai ter patrocínio para bancar o basquete”, afirma Votta, para quem a empreitada independe da gestão política do clube.

“Duvido que no futuro não levem esse projeto para frente, temos consciência que ele é autossustentável”, completa.

A equipe de basquete do Corinthians já foi uma das mais tradicionais do país e contou com nomes históricos do esporte brasileiro em diferentes épocas. Os bicampeões mundiais Rosa Branca e Wlamir Marques, além de Oscar Schmidt, defenderam o time, que competiu profissionalmente até 1997.

A retomada veio com a participação e o título da Liga Ouro deste ano, conquista que garantiu a vaga no NBB.

Para seu retorno à elite, o Corinthians aposta em uma mescla de jogadores jovens e experientes, comandados por Bruno Savignani, que também é auxiliar da seleção brasileira.

“Nós chegamos onde desejávamos desde o início. Sabemos do peso de representar o Corinthians, mas também conhecemos as dificuldades que vamos enfrentar no primeiro ano da elite, contra equipes que estão estruturadas há algum tempo”, diz o técnico.

Os principais reforços contratados para a temporada foram os armadores Ricardo Fischer, 27, e Fuller, 26, atleta nascido na Califórnia e que tem nacionalidade peruana. Também chegaram o ala Gui Bento, 21, ex-Pinheiros, e o ala/pivô Guilherme Giovannoni, 38.

Fischer, que apareceu com destaque no Bauru e também passou pelo Flamengo, estava no basquete espanhol até março, mas foi dispensado pelo Bilbao e retornou ao país.

O armador, que recentemente foi convocado pelo técnico Aleksandar Petrovic para defender a seleção brasileira nas eliminatórias para o Campeonato Mundial, espera se destacar pela nova equipe.

“Um dos motivos pelos quais eu vim, aceitei esse desafio pessoal, é se tornar a cara desse projeto, a cara do Corinthians. Levo em consideração a época que o Marcelinho [Machado] fez isso no Flamengo, dez anos atrás. Aceitou entrar no projeto e tornou-se o maior ídolo”, afirma Fischer.

Machado chegou ao clube carioca aos 33 anos, em 2007, e o conduziu a cinco títulos do NBB —é o maior vencedor. O ala se aposentou ao final da última temporada da liga.

Se Fischer pode ser uma nova cara do Corinthians no basquete, o primeiro grande personagem dessa retomada foi o armador Gustavinho Lima, 33.

Capitão da equipe no título da Liga Ouro, o corintiano roxo, como se define, afirma que o apoio das arquibancadas reflete o espírito dos atletas em quadra. “Acho que a energia que a gente transmitiu fez o time cair no gosto da torcida, tem aparecido cada vez mais adeptos nos jogos”, diz.

Para ele, o apoio mesmo longe de São Paulo faz com que o Corinthians nunca jogue totalmente fora de casa. “Se for jogar peteca, bolinha de gude, eles vão aparecer”, brinca.

Junto com o apoio também vem a pressão por resultados, com o que ele afirma não se incomodar. “É para lembrar onde você está, a dimensão do clube que representa e a história que tem por trás”.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.