Ginástica brasileira mescla juventude e experiência no Mundial do Qatar

País aposta em medalhistas e equipe feminina renovada para obter pódios e vagas olímpicas

Arthur Zanetti durante treino para o Mundial do Qatar - RicardoBufolin/PanamericaPress/CBG
Marcelo Laguna
São Paulo

Reforçado pelo retorno dos medalhistas olímpicos Arthur Zanetti e Arthur Nory, além de uma equipe feminina que vem colecionando bons resultados na temporada, o Brasil disputa a partir desta sexta-feira (26) o Campeonato Mundial de ginástica artística em Doha, no Qatar.

A abertura oficial da competição, a mais importante do ano, será nesta quinta (25).

A equipe masculina, que além de Zanetti e Nory conta ainda com Caio Souza, Francisco Barreto, Lucas Bitencourt e Leonardo de Souza, inicia sua participação no qualificatório por equipes a partir das 14h (horário de Brasília) de sexta-feira.

Já a equipe feminina, composta por Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane dos Santos, Rebeca Andrade, Thaís Fidélis e Anna Júlia Reis, fará sua estreia no qualificatório feminino no domingo (28), a partir das 7h30.

Além de buscar obter o maior número possível de presença em finais —no Mundial de 2017, em Montreal (CAN), foram quatro participações—, a equipe brasileira também tem como meta ficar entre as 24 primeiras classificadas.

Desta forma, o país estaria automaticamente qualificado para participar com equipe completa no Mundial de 2019, em Sttutgart (ALE), quando serão definidas a maioria das vagas para a Olimpíada de Tóquio-2020.

Seis dessas vagas, no entanto, já serão distribuídas no Mundial de Doha, aos três primeiros por equipe nos gêneros feminino e masculino.

Para alcançar esses objetivos, o Brasil, que chegou ao Qatar há duas semanas para aclimatação, terá um time que mescla experiência e juventude. Dos 12 convocados para a seleção, 10 já participaram de finais individuais em Mundiais ou Jogos Olímpicos.

A experiência também está na idade. O masculino tem média de idade de 29 anos, contra 18,8 anos da equipe feminina, que poderia até ter um time mais velho não fosse a lesão sofrida pela veterana Daniele Hypólito, de 34 anos, na fase de preparação.

 
 

Com o status de duas vezes medalhista em Olimpíadas (ouro em Londres-2012 e prata na Rio-2016, nas argolas), Arthur Zanetti, 28, tenta driblar os problemas na sua preparação para buscar uma nova medalha em campeonatos mundiais.

O atleta também tem no currículo uma medalha de ouro, no Mundial da Antuérpia-2013, e duas de prata, em Tóquio-2011 e Nanning-2014, sempre nas argolas.

Logo depois do Campeonato Brasileiro de especialistas, disputado em agosto, ele sofreu um estiramento no bíceps do braço direito e ficou quase um mês sem poder treinar.

“Essa lesão me atrapalhou bastante, porque além de não treinar as argolas, fiquei sem fazer solo e salto. Isso meio que quebrou a minha preparação, porque eu estava bem. Era o período que iria usar para lapidar os elementos para tirar aquele desconto mínimo”, afirmou Zanetti.

Além dele, outros integrantes da seleção masculina sofreram com contusões, como Arthur Nory, que lesionou o cotovelo na classificatória do Brasileiro, e Caio Souza.

“Isso preocupa porque a gente sabe que os atletas não conseguem ficar 100%. Temos que torcer para que no dia da prova todos estejam sem dor”, disse o ginasta brasileiro.

Todos esses problemas na fase de preparação deixam Zanetti menos otimista quanto à possibilidade de assegurar a vaga olímpica já em Doha. 

“Acho que no momento não temos condições, embora a equipe venha evoluindo nos últimos anos. Acredito que as vagas aqui ficarão para Japão, China e Rússia”, afirmou o paulista, que deverá competir também no solo e no salto, para ajudar na pontuação do Brasil por equipes.

Na prova de argolas, sua especialidade, o ginasta novamente terá um duelo à parte contra o grego Eleftherios Petrounias, atual campeão olímpico na prova e que chegou a ameaçar não disputar o Mundial por ter sofrido uma lesão no ombro —ele inclusive marcou cirurgia para três dias após o encerramento da competição em Doha.

Se a seleção masculina vive um clima de incerteza, o time feminino vem para o Mundial embalado por bons resultados obtidos nesta temporada.

A escalação em Doha será a mesma do último Campeonato Pan-Americano da modalidade, realizado em setembro, no Peru. Na ocasião, o Brasil ficou com a medalha de prata na competição por equipes, atrás somente da equipe dos Estados Unidos.

Flavia Saraiva, quinta colocada no solo na Rio-2016 e uma das apostas para a Olimpíada de Tóquio-2020, terminou o Pan com três medalhas: duas pratas (trave e solo) e um bronze (individual geral).

Com um total de 76 países e 542 atletas, o Mundial de ginástica artística de Doha também marcará o retorno da americana Simone Biles a uma grande competição. Após ter brilhado na Olimpíada de 2016, quando conquistou quatro ouros, ela tirou um período sabático e retorna como o principal nome da equipe feminina americana.

Saiba mais sobre o Mundial de ginástica

A COMPETIÇÃO

Onde Doha (Qatar)
Quando 25 de outubro a 3 de novembro
Países participantes 76
Total de atletas 542 (287 homens e 255 mulheres)

Seleção brasileira

Feminina
Anna Júlia Reis (Cegin)
Flavia Saraiva (Flamengo)
Jade Barbosa (Flamengo)
Lorrane Oliveira (Flamengo)
Rebeca Andrade (Flamengo)
Thaís Fidélis (Cegin)

Masculina
Arthur Nory (Pinheiros)
Arthur Zanetti (Serc)
Caio Souza (São Bernardo)
Francisco Barreto (Pinheiros)
Lucas Bitencourt
(Minas Tênis Clube)
Leonardo de Souza
(Minas Tênis Clube)

Programação das eliminatórias

Quinta (25)
3h às 15h30 (hora de Brasília)
classificatório masculino
Sexta (26)
3h às 15h30
classificatório masculino
Sábado (27)
3h às 15h30
classificatório feminino
Domingo (28)
3h às 15h30
classificatório feminino

Programação
das finais

Segunda (29)
10h às 11h30
equipes masculino
Terça (30)
10h às 12h
equipes feminino
Quarta (31)
10h às 12h
individual geral masculino
Quinta (1º)
10h às 11h30
individual geral feminino
Sexta (2)
10h - solo masculino
10h30 - salto feminino
11h30 - cavalo com alças masculino
12h - paralelas assimétricas feminino
12h30 - argolas masculino
Sábado (3)
10h - salto masculino
10h40 - trave feminino
11h30 - paralelas masculino
12h - solo feminino
12h30 - barra fixa masculino

ONDE ASSISTIR

O SporTV anunciou que transmitirá as finais

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