O Grêmio conta com a jurisprudência de um jogo do Campeonato Uruguaio para conseguir reverter no tapetão a derrota para o River Plate (ARG) e ir à final da Libertadores.
A equipe gaúcha reclama que o técnico Marcelo Gallardo, que estava suspenso pela Conmebol, desrespeitou as normas da entidade ao se comunicar via rádio com o banco de reservas e ir ao vestiário dar instruções aos atletas no intervalo da partida.
O treinador havia sido punido com uma partida de gancho por retardar duas vezes a volta do River para o segundo tempo em jogos da Libertadores.
A reclamação do Grêmio se apoia no artigo 56 do regimento disciplinar da Conmebol, que relata os motivos para uma equipe reclamar do resultado de uma partida. O ítem C diz: "qualquer outro incidente, estabelecido no presente regulamento, que tenha tido influência no resultado da partida."
O entendimento do clube brasileiro é que a participação de Gallardo influiu no placar final. O River Plate virou nos minutos finais e venceu por 2 a 1. Como havia perdido em Buenos Aires por 1 a 0, se classificou pelos gols marcados fora de casa.
O tribunal disciplinar da Conmebol abriu processo nesta quarta (31), mas terá de julgar o caso rapidamente. A primeira partida da decisão da Libertadores será marcada para a próxima quarta (7). O adversário será o vencedor do confronto entre Palmeiras e Boca Juniors (ARG). Se o rival for o Boca, a segunda partida será no Monumental de Nuñez. Se for o Palmeiras, será no Allianz Parque.
O advogado do Grêmio lembra em sua reivindicação que no Campeonato Uruguaio de 2017, o argentino Damian Timpani era técnico do Sud América e foi expulso durante partida contra o Nacional, sendo suspenso por um jogo. Na rodada seguinte, ele passou orientações para seu auxiliar em confronto com o Danúbio e foi ao vestiário no intervalo. O Sud América ganhou a partida, mas o Danubio entrou com recurso e ganhou os pontos.
Em sua conta no Twitter, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, escreveu que o Grêmio é bem-vindo na entidade, mas que a reclamação será analisada exclusivamente pelo comitê disciplinar.
A Folha apurou com um dirigente da confederação que a punição mais provável será uma suspensão mais provável para Gallardo e outra multa. Ele deverá serimpedido de estar no banco de reservas nas duas partidas da decisão.
A Copa Libertadores deste ano tem sido manchada por causos nos tribunais da entidade. O Santos foi declarado perdedor para o Independiente (ARG) no primeiro jogo por 3 a 0 apesar de ter empatado em 0 a 0. Após a partida, se descobriu que o meia Carlos Sánchez estava suspenso e não poderia ter jogado. River Plate e Boca Juniors utilizaram atletas que também estavam impedidos de atuarem, mas não foram punidos.
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