Descrição de chapéu Agora

Pilar do Corinthians, defesa piora sob o comando de Jair Ventura

Com o técnico, média de gols sofridos por partida sobe de 0,82 para 1,18

Luciano Trindade
São Paulo | Agora

Apontado por Jair Ventura como ponto forte do Corinthians, a defesa piorou desde que o técnico assumiu o comando da equipe.

Neste ano, até a chegada de Jair, a agremiação havia sofrido em média 0,82 gol por jogo. Após o treinador assumir a equipe, esse número subiu para 1,18. 

O volante  Gabriel disputa a bola com o meia Paquetá durante partida entre Corinthians e Flamengo, em Itaquera, quando o o time alvinegro perdeu por 3 a 0, em sua pior derrota em Itaquera
O volante Gabriel disputa a bola com o meia Paquetá durante partida entre Corinthians e Flamengo, pelo Brasileiro, quando o time alvinegro perdeu por 3 a 0, em sua pior derrota em Itaquera -  (Foto: Thiago Rodrigues/Ofotográfico/Folhapress)

O resultado é o oposto do que era esperado do treinador de 39 anos. Em seu melhor trabalho, à frente do Botafogo (de 2016 a 2017), ele se destacou por armar um forte sistema defensivo.

Como reflexo dessa alta no número de gols sofridos, o time alvinegro está há cinco rodadas sem vencer no Campeonato Brasileiro. O time tenta quebrar esse jejum neste sábado (27), contra o Bahia, às 19h, em Itaquera. Uma derrota pode deixar a equipe ainda mais perto da zona de rebaixamento.

O Corinthians iniciou a 31ª rodada com 36 pontos, apenas três a mais do que o Vitória, 17º colocado e primeiro na zona de descenso.

“A situação incomoda. É minha sétima temporada aqui e nunca estive nesse ponto da tabela”, afirmou o goleiro Cássio, 31, em entrevista coletiva nesta semana.

Atual campeão brasileiro, o time alvinegro encerrou a temporada 2017 com 30 gols sofridos no Nacional. Este ano, a oito rodadas do fim da competição, já sofreu 29.

Até agora, são 11 jogos com Jair Ventura à frente do Corinthians e, em apenas dois, a equipe não sofreu gol: contra o Flamengo, no jogo de ida pela semifinal da Copa do Brasil, e diante do América-MG, no Brasileiro.

A partida contra os cariocas, na ocasião apenas a segunda do técnico à frente do clube, deixou marcas que ajudam a explicar o momento ruim da defesa corintiana.

O Corinthians trouxe do Rio de Janeiro um empate sem gols, mas foi muito criticado pela postura excessivamente recuada, com os 11 jogadores atrás do meio de campo, satisfeitos com o empate.

A partir deste duelo, Jair passou a soltar mais seus jogadores, em busca da vitória. No entanto, além da ineficiência do ataque (fez 8 gols em 11 jogos), a defesa passou a ficar mais exposta.

Em novo duelo contra o Flamengo, desta vez pela 28ª rodada do Brasileiro, a equipe perdeu por 3 a 0, na pior derrota do clube em seu estádio. Desde a inauguração do Itaquerão, em 2014, o clube não havia perdido por três gols de diferença.

Na última rodada, o time alvinegro até chegou a marcar dois gols contra o Vitória, em Salvador, um deles aos 45 min da etapa final, mas sofreu o empate aos 47 min.

Pontos perdidos como esses colocam em xeque a capacidade de Jair Ventura de resgatar o DNA defensivo do Corinthians e aumentam a cobrança sobre o treinador.

“Se isso [baixo rendimento] está acontecendo, eu sou o principal responsável”, reconheceu.

Jair, contudo, também tem sofrido com constantes desfalques no elenco. Neste sábado, por exemplo, ele ainda não poderá contar com Jadson. O meia está com dores musculares na panturrilha direita e não foi relacionado para a partida.

Inicialmente, a ideia do técnico corintiano era repetir a formação que atuou na última rodada, contra o Vitória. No entanto, Jair terá de armar a sua 12ª formação diferente em seu 12º jogo no Corinthians.

“Nos 11 jogos, só duas vezes eu optei por mudar, nas outras eu fui obrigado a mudar. São coisas diferentes”, argumentou. “Lógico que você quer dar sequência na equipe para dar entrosamento, ritmo.”

Em São Paulo, Corinthians e Bahia já se enfrentaram 15 vezes, com ampla vantagem para os corintianos: 8 vitórias, 5 empates e apenas 2 derrotas. No ano passado, o time paulista venceu o baiano por 3 a 0.

A última derrota da equipe alvinegra para o Bahia como mandante pelo Nacional foi em 2003, por 2 a 1.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.