Polivalente, Fabinho busca agradar a Klopp no Liverpool e a Tite na seleção

Convocado como lateral direito para amistosos, ele tem atuado de volante na equipe inglesa

Luiz Cosenzo
São Paulo

Aposta do técnico Tite para a lateral direita da seleção brasileira, Fabinho, 24, é um dos nomes da safra de jogadores do país que chegaram à Europa sem atuar profissionalmente no Brasil.

Descoberto durante a Copa São Paulo de futebol júnior de 2011, que disputou pelo extinto Paulínia (SP), o jogador teve uma ascensão meteórica.

Fabinho com Jürgen Klopp, técnico do Liverpool, após partida contra o PSG pela Liga dos Campeões
Fabinho com Jürgen Klopp, técnico do Liverpool, após partida contra o PSG pela Liga dos Campeões - Paul Ellis - 18.set.2018/AFP

Logo após o torneio, ele foi contratado pelo Fluminense. Um ano depois, acabou negociado com o Rio Ave (POR), onde não jogou. Ficou um mês e partiu para o Real Madrid B, onde fez seu primeiro jogo como profissional, aos 19 anos.

Após um ano, ele já fazia sua primeira (e única) partida pelo time principal. Nela, deu assistência para Di María marcar no 6 a 2 sobre o Málaga.

Mesmo com apenas um jogo no elenco estrelado, foi adquirido pelo Monaco (FRA) em julho de 2013, onde ficou até a metade deste ano, antes de se transferir para o Liverpool por 50 milhões de euros (cerca de R$ 216 milhões).

“Passei por uma mudança drástica no início da minha carreira. De uma hora para outra estava treinando com Kaká, Higuaín, Di María, Cristiano Ronaldo, entre outros. Logo depois, achei melhor ir para o Monaco porque tive uma proposta e um projeto muito bom. Estou muito feliz com as escolhas que fiz na minha carreira”, diz Fabinho à Folha

Se no Real Madrid ele disputou apenas uma partida, no Monaco teve uma média de 50 jogos por temporada nos cinco anos em que lá esteve.

Contratado como lateral direito, ganhou destaque após ser fixado como volante pelo técnico português Leonardo Jardim no último ano.

“O [Jürgen] Klopp [técnico do Liverpool] me contratou porque poderia contar comigo para mais de uma posição. Por enquanto, estou atuando no meio de campo, mas se precisar estou à disposição para jogar na lateral”, afirma.

Apesar de não estar atuando na lateral, Fabinho é a principal opção de Tite para a posição nos dois próximos amistosos da seleção, contra Arábia Saudita, na sexta (12), e Argentina, na terça (16).

Os outros jogadores do setor convocados foram Danilo, que disputou apenas uma partida após lesão no tornozelo esquerdo durante a Copa do Mundo, e Éder Militão.

No amistoso contra os EUA, em setembro, Fabinho foi titular e ganhou elogios de Tite. Ele, porém, ficou na reserva de Militão diante de El Salvador.

“Conversei com o Tite [antes dos amistosos de setembro], que falou que estava me acompanhando há algum tempo e queria contar comigo para a lateral direita. É uma posição que conheço, em que iniciei a carreira e joguei boa parte dela”, diz Fabinho, que admitiu ter ficado preocupado em perder espaço na seleção quando passou a jogar como volante no Monaco.

“Talvez tenha me afastado um pouco da possibilidade de disputar a Copa. Porém, tive uma ascensão muito grande no meio de campo e continuei jogando naquele setor. Hoje, vejo a versatilidade como um trunfo”, afirma.

Há três meses em Liverpool, ele ainda sente dificuldade com o idioma, mas recebe o apoio dos outros brasileiros. “O Firmino está sendo bem gente boa, a família dele tem dado um bom apoio para mim e para o Alisson [também recém-chegado]. Estamos sempre juntos”, conta.

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