A temporada 2018/19 da Superliga masculina de vôlei terá já na sua primeira rodada um confronto curioso. De um lado, o Vôlei Ribeirão, presidido por Luiz Felipe Fonteles. Do outro, o Sesi-SP, clube em que atua Lipe, campeão olímpico em 2016.
Lipe, 34, é o apelido de Luiz Felipe Fonteles, que acumula as funções de jogador da equipe da capital, atual vice-campeã do torneio, e dirigente do time de Ribeirão Preto (SP), recém-promovido à primeira divisão.
A partida desta sexta (24), que marca a estreia das equipes na atual edição da Superliga, está marcada para as 21h, no interior paulista (com transmissão do SporTV 2). O grande personagem do confronto, no entanto, não estará em ação.
Assim como outros jogadores do Sesi que defenderam a seleção brasileira no vice-campeonato mundial obtido em setembro, na Itália, Lipe será poupado nesta sexta.
Após retornarem do torneio de seleções, ele, o central Éder, o levantador William e o ponteiro Lucas Loh participaram das finais do Campeonato Paulista e da Supercopa, esta no último sábado (20). Por isso, receberam da comissão técnica uma semana de folga.
Adiado para janeiro de 2019, quando se iniciará o returno da Superliga, o confronto entre o Lipe presidente e o Lipe jogador não seria inédito. Já aconteceu no Campeonato Paulista do ano passado e também em um jogo amistoso. Seria, porém, o primeiro no principal torneio nacional.
Este é o ano de estreia do time de Ribeirão Preto na elite do vôlei. O projeto saiu do papel na metade de 2017, com o objetivo imediato de conseguir vaga na primeira divisão.
Para esta temporada, os planos são mais modestos. Segundo o técnico Marcos Pacheco, o primeiro objetivo é ficar entre os dez melhores da liga e evitar o rebaixamento. Depois, quem sabe se posicionar entre os oito e almejar uma vaga nos playoffs.
Sobre a influência de Lipe na equipe, Pacheco diz que os papéis do técnico e do presidente são bem estabelecidos. “Eu não mexo com a parte financeira, assim como o Lipe não mexe com a parte técnica”.
Ele reconhece, porém, que a dupla função do atleta na Superliga é uma situação inusitada. “Eu não me lembro de uma situação similar a essa, mas a gente lida muito bem. Ele é atleta do Sesi e vai lutar pelas cores do Sesi. Conversamos sobre isso e cada um sabe da sua responsabilidade”.
Sobre ter o presidente atuando sob seu comando, Pacheco afirma que, por limitações financeiras, esse é um plano apenas para o futuro.
“O Vôlei Ribeirão hoje não tem esse aporte financeiro para contar com ele. O projeto não suporta o valor que ele merece e vale. Eu gostaria muito de ter, mas infelizmente nossa realidade financeira não consegue”, explica.
A Folha procurou Lipe para comentar o assunto, mas a assessoria de imprensa do Sesi informou que, por estar de folga, ele não poderia atender à reportagem nesta semana.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.