Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Em menos de 4 anos, Crefisa iguala Parmalat em nacionais no Palmeiras

Com financeira, clube foi bicampeão brasileiro e venceu Copa do Brasil

Jogadores do Palmeiras comemoram o título do Campeonato Brasileiro - Ricardo Moraes/Reuters
Alberto Nogueira Luiz Cosenzo Rafaela Cardoso
São Paulo

Com a conquista do Campeonato Brasileiro neste domingo (25), a parceria Palmeiras-Crefisa chega ao terceiro troféu nacional em menos de quatro anos. O número é igual ao obtido pelo time alviverde na era Parmalat, que durou de 1992 a 2000, período mais vitorioso da história do clube.

Antes do Brasileiro-2018, o Palmeiras com o apoio da instituição financeira faturou a Copa do Brasil em 2015 e o Nacional no ano seguinte

Com a multinacional italiana, ganhou duas vezes o Brasileiro (1993 e 1994), além da Copa do Brasil de 1998. 

No período, ainda sagrou-se campeão de torneios regionais, como o Paulista, em 1993, 1994 e 1996, a Copa dos Campeões, em 2000, além dos extintos Torneio Rio-São Paulo, em 1993 e 2000, e a Copa Mercosul, em 1998.

O maior diferencial entre as empresas em relação aos títulos conquistados, porém, não foi citado acima: a Libertadores de 1999, no penúltimo ano da parceria, finalizada em 2000. O fim do acordo aconteceu após a saída de Gianni Grisendi da presidência da Parmalat no Brasil e na América do Sul. Ele era o idealizador do projeto.

O troféu da Libertadores é a principal obsessão da atual parceira e dos torcedores palmeirenses. Leila Pereira, presidente da Crefisa, já disse diversas vezes que a taça do torneio é o seu maior desejo. 

 

"O que os torcedores do Palmeiras podem esperar é que não mediremos esforços para conquistar a Libertadores. Quero ver o Palmeiras campeão mundial. É isso que a torcida pode esperar da patrocinadora. Faremos qualquer coisa para conquistar o Mundial", disse a proprietária da patrocinadora. 

A empresa investe cerca de R$ 80 milhões por temporada. Nos primeiros anos, além do valor repassado pelo acordo de patrocínio, gastou ainda R$ 120 milhões em reforços. Isso gerou uma multa da Receita Federal e a obrigação de mudar o acordo em 2018

Agora, o time é obrigado a devolver o investimento feito pela parceira nas contratações. A dívida atual é de R$ 150 milhões, segundo o atual vice-presidente Genaro Marino, derrotado nas eleições de sábado (24) pelo presidente reeleito Maurício Galiotte.

"Temos que colocar o Palmeiras em primeiro lugar. Fortalece o clube? Estrategicamente, quem quer fortalecer a marca e estar sempre entre os primeiros não pode abrir mão deste patrocínio", disse o mandatário, eleito para mais três anos no cargo. 

"Eles [patrocinadores] cumprem um contrato que é bom para o clube e é bom para a empresa. É uma parceria que deu certo, ambos estão satisfeitos. Qual o conflito nisso? O interesse dos dois é crescer e os dois lados estão satisfeitos", acrescentou.

Logo após o jogo, Leila Pereira, presidente da patrocinadora, prometeu renovar o contrato por mais três temporadas. 

Com o apoio da instituição financeira, o Palmeiras contratou 60 jogadores desde 2015. Na primeira temporada, foram 25 reforços. No segundo ano, o clube fez 14 contratações. O número diminuiu para 13 e 8 em 2017 e 2018, respectivamente. 

 

Com a Parmalat, foram 36 atletas contratados nos quatro primeiros anos. 

"Em termos de patrocínio é possível fazer uma comparação, mas são modelos diferentes. A Crefisa é um patrocinador master, mas não participa da gestão, o que ocorria com a Parmalat. Trabalhávamos junto com os diretores do Palmeiras. Assim, as decisões eram feitas em conjunto. Por isso que era chamado de uma cogestão", disse José Carlos Brunoro, que exerceu o cargo de diretor de esportes da Parmalat na parceria. 

"O investimento da Crefisa é muito maior. A Parmalat tinha um orçamento anual e não poderíamos ultrapassar. Hoje, o Palmeiras contrata quando precisa. Naquele momento, tínhamos um controle maior sobre as contratações e fazíamos contratações pontuais", acrescentou. 

Os reforços contratados pela multinacional viraram ídolos do clube, como Edmundo, Roberto Carlos, Evair, Rivaldo, Cafu e Muller, em razão dos títulos conquistados. Hoje, os grandes nomes são Dudu e Fernando Prass, que participaram das três conquistas da era Crefisa —ambos foram contratados antes do início da parceria.

Outros do atual elenco, porém, podem entrar para a história se ganharem a tão sonhada Libertadores. Em 2019, o Palmeiras jogará a competição pela quarta vez seguida. 

 
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