Palmeiras pagou shows, pizzas a conselheiros e faixas de campeão paulista

Clube gastou R$ 160 mil com convidados em shows e comprou faixas 3 dias antes de perder final

Palmeiras perdeu decisão do Campeonato Paulista para o Corinthians no Allianz
Palmeiras perdeu decisão do Campeonato Paulista para o Corinthians no Allianz - Nelson Almeida/AFP
Diego Garcia
São Paulo

Presidente do Palmeiras desde 2017, Mauricio Galiotte autorizou ao longo de um ano o gasto de pelo menos R$ 160 mil em ingressos e camarotes para shows realizados no Allianz Parque.

Essas informações constam em documentos internos do clube, que mostram gastos em pelo menos 18 shows realizados no estádio do Palmeiras, entre abril de 2017 e março de 2018.

As entradas foram para pessoas próximas à diretoria, convidados institucionais, como patrocinadores e autoridades, além de conselheiros de situação e oposição.

Nas contas palmeirenses, além de shows, também aparecem outros mimos, como rodízios de pizza para conselheiros, gastos com faixas de campeão paulista 2018 –sendo que o clube foi vice-campeão– e canetas personalizadas.

Para as apresentações de Phil Collins, Foo Fighters e Queens of the Stone Age, por exemplo, o clube gastou R$ 35.280 em ingressos. No mês seguinte, em março, foram desembolsados R$ 23.220 em ingressos para assistir à banda inglesa Depeche Mode e à artista americana Katy Perry.

Os shows de Deep Purple e Coldplay custaram R$ 22.140 em tíquetes. Foram mais R$ 17.820 em entradas para as apresentações da banda Ozzy Osbourne e do cantor Roger Waters.

O festival São Paulo Trip, que teve The Who, Bon Jovi, Guns N' Roses, Aerosmith, Def Leppard, The Cult e Alice Cooper, custou mais R$ 32.400 para o clube. 

Nesses eventos todos, o Palmeiras ainda apresentou gastos acima de R$ 25 mil em alimentação nos camarotes relacionados à diretoria. Esse serviço inclui bebidas, como uísque, cerveja e refrigerante, e canapés variados, salgados e sanduíches.

No total, a média de gasto por camarote era de R$ 1.890. Como no camarote 480 no show do Coldplay, em outubro do ano passado. Já no festival Nova Brasil, dia 19 de novembro do ano passado, o camarote 444 custou ao clube R$ 3.420. 

Os gastos com ingressos para eventos no estádio acontecem desde a inauguração do Allianz Parque, segundo fontes próximas à diretoria. Seria uma forma de agradar os parceiros comerciais da agremiação, já que os convites não poderiam ser feitos sem que o Palmeiras banque as entradas.

Essas fontes também defendem que os gastos com shows a convidados institucionais não acontecem desde abril.

E não são apenas para comprar ingressos e serviços em camarotes que o clube colocou a mão no bolso. 

No dia 5 de abril, o clube gastou R$ 9.000 em faixas de campeão paulista. Em maio e junho, a operação pela compra de faixas continuou com outras duas parcelas de R$ 13.500 cada.

O primeiro débito ocorreu três dias antes do segundo jogo da final contra o Corinthians, quando o Palmeiras havia vencido a ida, em Itaquera, por 1 a 0. Acabou derrotado no Allianz Parque pelo mesmo placar, e depois caiu nos pênaltis.

Em janeiro deste ano, foram gastos R$ 5.400 para a compra de canetas verdes para a presidência. No mesmo mês, as planilhas de gastos internas do clube mostram R$ 11.784 em "rodízio de pizza para os conselheiros", entre outros.

Procurado, o Palmeiras falou que não ia comentar as informações por serem assuntos internos do clube.

No próximo sábado (24), Mauricio Galiotte vai tentar ser reeleito contra Genaro Marino, um de seus vices que virou opositor. A eleição acontece no Allianz Parque, das 8h às 17h. 

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