Protagonista na França, Neymar tenta ser decisivo também na Champions

Atuações do camisa 10 no torneio ainda destoam do desempenho no Francês

Neymar em ação na vitória sobre o Lille (FRA), por 2 a 1, pelo Campeonato Francês
Neymar em ação na vitória sobre o Lille (FRA), por 2 a 1, pelo Campeonato Francês - Christian Hartmann/Reuters
São Paulo

Diferentemente do Campeonato Francês, torneio em que o Paris Saint-Germain soma 12 vitórias em 12 jogos e registra o melhor início de um clube das cinco principais ligas europeias na história, a Champions League impõe desafios reais ao PSG. E também ao atacante brasileiro Neymar.

Nesta terça (6), a equipe francesa encara o Napoli, no sul da Itália, pela quarta rodada da fase de grupos. Uma oportunidade para o camisa 10 mostrar, no torneio continental, o mesmo poder de decisão que tem na liga nacional.

Com média de 0,85 gol por jogo na temporada (12 gols em 14 partidas), Neymar tem sido importante para o começo de campeonato avassalador do PSG na França.

Em 10 partidas, ele balançou as redes 9 vezes e deu 4 assistências, com participações decisivas em vitórias dos parisienses. Foi o caso do triunfo por 2 a 1 sobre o Lille, na sexta (2), quando o brasileiro deu passe em profundidade para Kylian Mbappé marcar o primeiro gol antes de ele mesmo garantir o resultado com um chute da entrada da área.

Foi o único jogo no campeonato nacional que o time venceu por apenas um gol de diferença. Na Champions League, porém, o atacante ainda não conseguiu se mostrar tão determinante para a equipe como nos jogos da liga francesa.

Neymar tem 3 gols em 3 rodadas até agora no torneio. Todos diante do Estrela Vermelha, da Sérvia, no 6 a 1 em Paris. Os sérvios não disputavam a fase de grupos desde 1992.

Na derrota por 3 a 2 para o Liverpool, na estreia, ele teve atuação discreta, apesar de ter dado assistência --sua única na Champions-- para Mbappé empatar o jogo em 2 a 2. Firmino marcaria nos acréscimos do segundo tempo para dar o triunfo aos ingleses.

No empate em 2 a 2 com o Napoli, em Paris, na última rodada, o protagonista do PSG foi o argentino Ángel Di María, que fez um golaço aos 48 minutos da etapa final e livrou o time francês de se comprometer cedo no torneio.

Quando decidiu-se por Neymar, o presidente do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaifi, tinha um objetivo claro: dar ao seu elenco a figura que representasse o salto de qualidade necessário para colocar o clube no caminho da glória europeia, grande obsessão de Al-Khelaifi e dos dirigentes parisienses. Neymar seria o artífice, em campo, do projeto.

A escolha foi baseada principalmente na excelente atuação do brasileiro na goleada por 6 a 1 do Barcelona sobre o próprio PSG na edição 2016/2017 da Champions. Na partida de ida, os franceses haviam vencido por 4 a 0.

Com dois gols e uma apresentação coletiva que liderou o Barcelona à virada histórica, Neymar foi, então, mais decisivo até que Lionel Messi. 

Essa mostra de protagonismo fez com que o PSG fosse buscá-lo na Catalunha, na tentativa de que o descolamento de Messi desse a Neymar liberdade para repetir apresentações como aquela, e de forma menos esporádica.

Na temporada passada, criou-se grande expectativa sobre o confronto com o Real Madrid, pelas oitavas de final. Na partida de ida, contudo, o brasileiro foi discreto, e o Real venceu, na Espanha, por 3 a 1.

Para o jogo de volta, em março, os parisienses não puderam contar com Neymar, que lesionou o pé direito entre os duelos. O Real Madrid venceu novamente, desta vez por 2 a 1, e arrancou até o terceiro título europeu consecutivo.

"Para que seja bem sucedida a temporada, o PSG tem que vencer a Liga dos Campeões, não tem jeito. Esse é o objetivo principal. Muitos anos correndo atrás, muito investimento, então tem que vencer. Ganhar a liga francesa ou a Copa da França não vai mudar nada", diz Eric Frosio, correspondente no Brasil da revista France Football.

O Liverpool lidera o Grupo C, com 6 pontos. O Napoli tem 5. Na sequência vêm PSG, com 4, e Estrela Vermelha, que tem 1. Também nesta terça, o Liverpool encara o Estrela Vermelha, na Sérvia. O atacante suíço Xherdan Shaqiri não viajou ao país pelo temor da recepção que o atleta teria pelos torcedores adversários.

De origem kosovar, Shaqiri comemorou gol da vitória suíça por 2 a 1 sobre a Sérvia, na última Copa do Mundo, fazendo com as mãos gesto de uma águia. Era uma alusão à águia de duas cabeças, símbolo da Albânia, origem étnica da maioria dos kosovares que lutaram na guerra de independência, no fim dos anos 1990, contra o domínio sérvio.

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