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Brasileiro tenta quebrar hegemonia do Real no Mundial de Clubes

Caio, 24, pensou em abandonar o futebol após ser dispensado pelo São Paulo há sete anos

São Paulo

Aos 17, Caio Lucas Fernandes pensou em parar de jogar. Sete anos depois, o atacante brasileiro é a esperança ofensiva do Al Ain (EAU) para causar a maior zebra da história do Mundial de Clubes. 

O brasileiro Caio tenta dominar a bola durante treino no estádio em Abu Dhabi um dia antes da final do Mundial de Clubes contra o Real Madrid
O brasileiro Caio treina no estádio em Abu Dhabi um dia antes da final do Mundial de Clubes contra o Real Madrid - Suhaib Salem/Reuters

Em casa, a equipe árabe decide o título neste sábado (22), às 14h30 (de Brasília), contra o Real Madrid (ESP), atual bicampeão do torneio. 

Desde que a Fifa instituiu o formato atual, em 2005, os europeus ganharam 10 de 13 edições. O último sul-americano a vencer foi o Corinthians em 2012

Caio, nascido em São Paulo, foi o principal jogador do Al Ain na classificação para a final, obtida sobre o River Plate (ARG). Fez um gol e os donos da casa avançaram nos pênaltis após empate em 2 a 2.

“O Al Ain me deu oportunidade de aparecer, o que não consegui no Brasil. Agradeço também ao Japão que abriu as portas para minha carreira. Creio que o meu estilo de jogo se parece com o de Neymar”, explicou o atacante, sem modéstia nas comparações.

Atleta das categorias de base do São Paulo, ele foi dispensado em 2010, aos 16 anos. 

“Disseram que eu era muito pequeno para ser jogador profissional”, relembrou.

Fã de Ronaldinho Gaúcho e Robinho, Caio achou que conseguiria outro clube logo. Fez testes em Palmeiras e Santos, mas não foi aprovado.

Pensou em desistir até que resolveu tentar pela última vez ao receber convite para treinar em colégio japonês. Seria observado por olheiros asiáticos. Foi chamado pelo Kashima Antlers (JAP). 

“Eles me viram dar dois toques na bola e já me chamaram”, afirma.

Foi no Japão que começou a se destacar, em 2014. Venceu eleição para o melhor novato da temporada. No ano seguinte o Kashima foi campeão nacional. O interesse do Al Ain apareceu em 2016 e a equipe venceu a Liga Árabe do Golfo.

Ao diário espanhol Marca, após o triunfo sobre o River, Caio disse que o maior benefício de seus anos nos Emirados Árabes foi enfim ter conseguido dinheiro para ajudar a família que ficou no Brasil.

Sua característica de velocidade pelos lados do campo e o gol em que deu corte dentro da área no zagueiro Maidana antes de finalizar, pode ser seu passaporte para a Europa. O Porto (POR) se interessou, o que o faria dar um salto do campeonato nacional dos Emirados Árabes para a Champions League.

O Porto está classificado para as oitavas de final do torneio. Vai enfrentar a Roma (ITA) em fevereiro.

Uma nova boa atuação e contra o Real Madrid ajudaria a valorizá-lo e o deixaria ainda mais a atenção do sonho europeu que povoa a imaginação de dez a cada dez jogadores sul-americanos.

“O que não pode acontecer é a gente atuar com medo. Temos de fazer a nossa partida”, diagnosticou o brasileiro.

Favorito a ser o primeiro time a vencer o mundial por três anos consecutivos, o Real Madrid terá a presença do galês Gareth Bale, autor dos três gols na vitória na semifinal sobre o Kashima Antlers.

“Esperava-se que o River passasse, mas isso já aconteceu muitas vezes e demonstra que o futebol está mais igual do que a gente pensa”, opinou Santiago Solari, técnico do Real.

Zoran Mamic, treinador do Al Ain, concordou que o rival é favorito. Mas...

“O Real é o maior time que existe. Mas às vezes um carro popular pode ganhar de uma Mercedes”, resumiu o croata.

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