Em sua temporada mais regular, Gabriel Medina busca bi no Mundial de surfe

Ele disputa o título com o compatriota Filipe Toledo e o australiano Julian Wilson

Gabriel Medina na etapa de Peniche, em Portugal, a penúltima da temporada 2018
Gabriel Medina na etapa de Peniche, em Portugal, a penúltima da temporada 2018 - Pedro Nunes/Reuters
Daniel E. de Castro
São Paulo

Em sua temporada mais regular desde que conquistou a Liga Mundial de Surfe, em 2014, o brasileiro Gabriel Medina, 24, está próximo de garantir o bicampeonato.

Ele lidera a competição com 56.190 pontos, à frente do compatriota Filipe Toledo, 23, e do australiano Julian Wilson, 30. Ambos têm 51.450.

A etapa de Pipeline, no Havaí, que encerra o ano, tem previsão de início neste sábado (8). A ESPN e a página da liga no Facebook transmitem.

Para ficar com o título sem depender dos rivais, Medina precisa avançar à final. Mesmo que seja eliminado logo de cara, os adversários terão que ir à decisão para desbancá-lo.

Desde o seu título mundial, o surfista nascido em São Sebastião, no litoral de São Paulo, se manteve na elite do esporte. Ele terminou a temporada duas vezes em terceiro lugar (2015 e 2016) e uma vez como vice-campeão (2017).

Faltava, no entanto, uma performance tão constante ou até mais do que a de 2014, quando ele também chegou a Pipeline em situação favorável para levar a taça. Na ocasião, seu principal concorrente era o australiano Mick Fanning, tricampeão mundial e já aposentado.

No ano passado, o paulista ficou na segunda posição mesmo tendo vencido duas etapas, contra uma do campeão, John John Florence, que não competiu neste ano por lesão. O surfista do Havaí, porém, chegou pelo menos às quartas de final em 9 dos 11 eventos do calendário. O brasileiro, em 6 deles.

A regularidade ausente em 2017 está presente em 2018. Das 10 etapas realizadas até aqui, Medina venceu 2 (Taiti e Califórnia). Também foi às semifinais três vezes e parou nas quartas outras três.
Dessa forma, ele abriu uma vantagem confortável sobre os maiores concorrentes.

Neste ano, quem pode reclamar por não ter sido constante é o potiguar Italo Ferreira, 24. O maior vencedor de etapas até aqui, com três troféus (Bells Beach, Bali e Portugal), também acumulou participações fracas e chegou à decisão em quarto lugar no ranking, já sem chances de título.

Toledo, ganhador no Rio de Janeiro e em Jeffreys Bay, também vive seu ano mais regular e foi às quartas de final sete vezes até agora. Mesmo assim, ele lamenta chances desperdiçadas em algumas etapas.

“Sem dúvidas estou bem satisfeito com minhas performances neste ano, porém meus erros ainda me custaram a liderança do ranking. Vamos ajustar isso para os próximos eventos”, diz Filipinho, que afirma acreditar nas chances de título até o fim.

Se a regularidade representou uma evolução para Medina em 2018, o bom desempenho dele na segunda metade da temporada já virou rotina. Nas últimas quatro etapas, o paulista venceu duas e chegou às semifinais nas outras.

A diferença entre o primeiro e o segundo semestres costuma ser grande para ele. Neste ano, a tendência se repetiu, mas o desempenho melhor do que o habitual no início do ano fez com que a arrancada resultasse na liderança isolada do ranking. Agora falta o último passo.

Dos concorrentes ao título, Wilson é o único que já venceu em Pipeline. Foi em 2014, quando ele derrotou Medina, que havia se consagrado campeão pouco antes. Naquela final, o brasileiro obteve uma nota 10 e mesmo assim ficou atrás do rival (19.63 a 19.20).

Se o nível de quatro anos atrás se repetir, a temporada 2018 terá um desfecho memorável.

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