Justiça argentina solta torcedor do River que atacou ônibus do Boca

Matías Firpo terá que cumprir apenas 180 dias de trabalho comunitário

São Paulo

A justiça argentina determinou nesta quinta-feira (6) a soltura de Matías Firpo, único torcedor do River Plate identificado como responsável pelo ataque ao ônibus do Boca Juniors, no último dia 24 de novembro, no que deveria ter sido o jogo de volta da final da Copa Libertadores.

Firpo, mecânico de 31 anos, escapou de uma pena de dois anos e quatro meses prevista para esse tipo de caso. Ele terá de cumprir apenas 180 dias de trabalho comunitário, além de comparecer a um curso de convivência urbana.

Policiais mantêm torcedores do River Plate detidos após ataque a ônibus do Boca, no dia 24 de novembro
Policiais mantêm torcedores do River Plate detidos após ataque a ônibus do Boca, no dia 24 de novembro - Ivan Pisarenko/AFP

O torcedor, que havia sido detido na última terça-feira (4) em sua própria casa, também não poderá se aproximar do Monumental de Nuñez enquanto durar a pena.

"Ele mostrou arrependimento e não é parte da barra brava", disse Ricardo Vallejos, advogado de Matías Firpo, ao canal argentino C5N.

Na Espanha, onde será disputada no domingo (9) a decisão da Libertadores, houve também episódios policiais envolvendo torcedores. Dessa vez, do Boca Juniors.

A polícia espanhola impediu na manhã desta quinta a entrada de Maximiliano Mazzaro, barra brava do Boca, no país. O torcedor viajou para tentar assistir à partida e está detido no aeroporto de Barajas, em Madri.

As autoridades espanholas foram informadas pelo governo argentino dos antecedentes criminais de Mazzaro e decidiram barrá-lo. Ele deverá retornar à Argentina ainda nesta quinta.

"A polícia espanhola considerou que o barra brava Maximiliano Mazzaro é perigoso para a segurança e foi expulso. Todo barra que viajar com antecedentes de homicídio será deportado pela Espanha", disse Guillermo Madero, diretor nacional de segurança para espetáculos esportivos da Argentina.

"Uma coisa é que possam sair do país (Argentina), outra é que possam entrar aqui [na Espanha]", afirmou o porta-voz da política espanhola, Serafín Giraldo.

Mazzaro foi preso em 2013 acusado de envolvimento na morte de Ernesto Cirino, após uma discussão da vítima com um vizinho. Este vizinho teria reclamado com Cirino sobre as fezes de seu cachorro e chamou Mauro Martín, ex-chefe da La 12, principal organizada do Boca, que o teria golpeado acompanhado de Mazzaro e mais duas pessoas.

Na época, o barra brava também se desentendeu com Rafael Di Zeo, outro ex-líder da La 12 e que também foi preso. Di Zeo conseguiu liberação da justiça argentina para viajar a Madri, mas preferiu não partir para a Europa, segundo o jornal Clarín.

Em entrevista à imprensa que acompanhou o treino do Boca, nesta quinta, no complexo esportivo da seleção da Espanha, o atacante Darío Benedetto disse que o tema das barras "não pertence aos jogadores", mas que "se ele [Di Zeo] vier, será bem-vindo, é um líder histórico da barra".

A possibilidade de encontros entre esses torcedores foi uma preocupação das autoridades de segurança espanhola, que contam com a colaboração do governo argentino para tentar frear todos os torcedores violentos que procurem viajar à Espanha.

River Plate e Boca Juniors se enfrentam no domingo, no estádio Santiago Bernabéu, às 17h30.

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