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Ex-São Paulo, Bauza tenta título na Argentina após fracassos com seleções

Técnico busca reencontrar a glória no Rosario Central, finalista da Copa Argentina

Edgardo Bauza voltou neste ano ao Rosario Central, onde começou as carreiras como jogador e técnico
Edgardo Bauza voltou neste ano ao Rosario Central, onde começou as carreiras como jogador e técnico - Juan Jose Garcia/Claín
Bruno Rodrigues
São Paulo

Quando foi apresentado pelo São Paulo em dezembro de 2015, o argentino Edgardo Bauza, 60, chegava ao Brasil com a assinatura de duas Copas Libertadores conquistadas no currículo. De lá para cá, porém, o treinador acumulou experiências frustradas. Depois de passagem discreta no Morumbi, fracassou no comando das seleções da Argentina, dos Emirados Árabes e da Arábia Saudita.

Nesta quinta-feira (6), Patón, como é conhecido, terá a oportunidade de se reencontrar com as glórias. Para isso, precisou retornar ao clube que é sua segunda casa, o Rosario Central, onde integra --em posição nobre-- a lista dos maiores ídolos ao lado de Aldo Poy, Omar Palma e Mario Kempes.

A equipe enfrenta o Gimnasia y Esgrima de La Plata na final da Copa Argentina. O título da competição, além da vaga na próxima Libertadores, representaria a primeira conquista do time rosarino na elite em 23 anos, desde a Conmebol de 1995.

Edgardo Bauza está marcado para sempre na história do Rosario Central. Torcedor desde pequeno por influência do pai, estreou pelo clube em 1978. Dois anos depois, já participou da campanha vitoriosa no Nacional, na qual se consagrou como artilheiro da equipe com 12 gols (11 de pênalti).

Apesar de ser zagueiro, marcou 108 gols ao longo de sua carreira. Se aproveitava da altura (1,89 m) para marcar de cabeça, mas também tinha qualidade com os pés e era o responsável pelas cobranças de falta e pênaltis.

Entre esses gols, destacam-se os anotados diante do maior rival, o Newell's Old Boys, decisivos para a construção da idolatria de Bauza com os torcedores do Central. Ele é até hoje o maior artilheiro da equipe na história do clássico rosarino, com 9 tentos.

Após passagem pelo Junior Barranquilla, da Colômbia, o zagueiro voltou à Argentina em 1985 para um rápido período no Independiente, sem sucesso. No ano seguinte, iniciou seu segundo capítulo com a camisa do Rosario Central, que havia acabado de subir da segunda divisão.

Com o zagueiro e outros reforços, surpreenderam e conquistaram o título argentino. Foi a primeira vez no país que um time se sagrou campeão logo na primeira temporada após subir à elite nacional. Para tornar a conquista mais especial, o rival Newell's foi o vice, com apenas um ponto de diferença.

Equipe do Rosario Central, do fim da década de 80, com Edgardo Bauza como capitão
Equipe do Rosario Central do fim da década de 80, com Edgardo Bauza como capitão (em pé, terceiro da esq. para a dir.) - Rosario Central/Divulgação

Já em fim de carreira, Edgardo Bauza partiu no ano de 1990 rumo ao México para defender o Tiburones de Veracruz. A experiência durou pouco e em 1992 ele voltou ao Rosario Central para sua terceira e última passagem no time do coração, pendurando as chuteiras.

Aposentado das quatro linhas, recebeu um convite do Central para trabalhar nas categorias de base. Patón trabalhou com as inferiores até 1998, quando assumiu o time principal. Foi vice-campeão da Conmebol naquele ano, vice do Argentino em 1999 e semifinalista da Libertadores em 2001. Chegou perto dos títulos, mas não conquistou nenhum.

Agora, nesta quinta, poderá levantar sua primeira taça onde deu os primeiros passos no futebol, foi campeão e se tornou ídolo. Ou como o próprio Rosario Central anunciou na sua contratação, "em seu lugar no mundo".

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