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Obesidade vira flagelo de ex-jogadores de futebol americano

Equipes apostam em jogadores mais pesados, que sofrem efeito do sobrepeso na aposentadoria

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Akiem Hicks, do Chicago Bears, celebra um sack (quando o quarterback é derrubado antes de fazer o passe) contra o New York Giants
Akiem Hicks, do Chicago Bears, celebra um sack (quando o quarterback é derrubado antes de fazer o passe) contra o New York Giants - Elsa/AFP
Ben Kelson
Nova York | The New York Times

Um flagelo insidioso que nada tem a ver com os traumas cranianos vêm fazendo vítimas entre jogadores aposentados de futebol americano.

Nas últimas décadas, o destaque na National Football League (NFL), a principal liga de futebol americano dos Estados Unidos, vem sendo o jogo de passe e a proteção aos quarterbacks, e isso levou os times a contratar jogadores cada vez maiores para suas linhas defensivas e ofensivas, muitos dos quais com peso superior a 130 quilos. Os treinadores preferem jogadores corpulentos, e isso levou alguns deles a se tornarem mercadorias de valor multimilionário, mas também deixa muitos atletas propensos a problemas de obesidade.

Na aposentadoria, esses homens imensos muitas vezes enfrentam dificuldades para perder o peso de que necessitavam para seu trabalho. Sem a estrutura de um time e sem a orientação de treinadores pela primeira vez em décadas, muitos deles perdem a motivação para manter a forma, ou nem mesmo são capazes de tentar, já que os danos sofridos por seus pés, joelhos, costas e ombros limitam sua capacidade de exercício.

Esse é um dos grandes motivos para que os jogadores das linhas defensivas e ofensivas de futebol americano apresentem incidência maior de hipertensão, obesidade e apneia do sono, se comparados a outros jogadores de futebol americano e à média da população. Esses problemas podem resultar em fadiga crônica, dificuldades com a alimentação e até mesmo em morte. Bloquear adversários que tentam derrubar quarterbacks que ganham US$ 25 milhões ao ano coloca os atletas de linha em uma categoria de alto risco para muitas doenças que os especialistas em saúde costumam encorajar as pessoas a evitar.

"Os jogadores de linha são homens grandes, e no mundo atual é costume que eles sejam recomendados a ganhar corpo, corretamente ou não", disse Henry Buchwald, especialista em cirurgia bariátrica na Universidade de Minnesota e colaborador da Living Heart Foundation, uma organização sem fins lucrativos que oferece exames médicos gratuitos para ex-jogadores da NFL. "Os hábitos de alimentação que eles desenvolvem são difíceis de abandonar, quando eles deixam o esporte, e, caso se tornem obesos, ficam expostos a diabetes, hipertensão e problemas cardíacos".

Muitos dos jogadores de linha dizem terem sido encorajados por seus treinadores a ganhar peso, na escola e na universidade, em busca de bolsas de estudo ou contratação por um time da NFL, onde os jogadores precisam ganhar ainda mais corpo. Em certos casos, jogadores que atuavam como tight ends são convertidos em jogadores de linha, e precisam ganhar mais peso para suas novas posições. Os treinadores muitas vezes deixam ao jogador a escolha do método usado para ganhar peso.

Joe Thomas, jogador de linha premiado do Cleveland Browns, disse que, no primeiro ano da universidade, ele comia a intervalos de algumas horas, para ganhar os 18 quilos que faltavam para o peso recomendado de 132 quilos. Ele devorava hambúrgueres, pizzas e grandes potes de sorvete. "Toda comida que eu via, eu comia", disse Thomas.

A Living Heart Foundation examinou dezenas de jogadores aposentados, desde sua criação, em 2011, com o apoio do sindicato dos jogadores da NFL. Cerca de dois terços dos jogadores - nem todos jogadores de linha - tinham índice de massa corporal superior a 30, classificado como obesidade moderada. Um terço dos examinados tinham índices superiores a 35, ou seja, obesidade significativa. O índice, que é considerado como um indicador de peso com relação ao tamanho, não leva em conta a massa muscular.

Os jogadores de linha estão ganhando peso e velocidade. Entre 1942 e 2011, o peso médio de um jogador de linha subiu entre 300 e 900 gramas por ano, o que é duas vezes mais que o avanço médio no peso dos jogadores da NFL como um todo, de acordo com um estudo publicado pela revista acadêmica The Journal of Strength and Conditioning Research.

Outro estudo demonstrou que o peso médio dos jogadores de linha ofensiva cresceu em 31%, de 109 quilos na década de 1970 a 143 quilos nos anos 2000, com a evolução do jogo de passe.

As consequências podem ser severas. Um estudo publicado pelo The American Journal of Medicine constatou que a cada 4,5 quilos de peso ganhos por um jogador de futebol americano entre o segundo grau e a universidade, ou entre a universidade e o esporte profissional, o risco de doenças cardíacas cresce em 14%, se comparado ao de jogadores cujo peso tenha mudado pouco nesses períodos.

Muitos dos jogadores de linha conseguem perder peso. Matt Birk e Nick Hardwick, dois antigos jogadores de linha, perderam dezenas de quilos depois de se aposentarem, e divulgaram suas realizações. Thomas, que se aposentou no ano passado depois de 11 temporadas com os Browns, ganhou cerca de 14 quilos ao começar na NFL. Mas já perdeu 23 quilos desde que se aposentou, comendo menos e de forma mais saudável.

"Reverti tudo que vinha fazendo", disse Thomas, que pesava cerca de 145 quilos quando jogava na NFL. "Deixei de comer pizzas antes de dormir. Reduzi os carboidratos, e comecei a usar grãos integrais e a comer cuscuz, quinoa".

A NFL e o sindicato dos jogadores, reconhecendo que mais precisa ser feito, oferecem exames médicos, parcerias com academias de ginástica e outros serviços. Dezenas de jogadores aposentados recebem exames médicos gratuitos no Super Bowl, por exemplo.

Mas muitos jogadores ficam fora de contato depois de parar com o esporte, disse Archie Roberts, que foi quarterback na NFL e é cirurgião cardíaco aposentado e fundador da Living Heart Foundation. "Se você não orientar os jogadores sobre isso, eles não aparecerão. Se não os convencermos a se cuidarem regularmente, eles não terão o tratamento de saúde que merecem".

Derek Kennard: apneia do sono

Muitos jogadores de linha aposentados disseram ter sido despertados para os perigos da obesidade quando Reggie White, que está no Hall da Fama do futebol americano, morreu de arritmia cardíaca em 2004. White também sofria de apneia do sono.

Os jogadores de linha são propensos a essa doença, que leva a respiração da pessoa a parar e recomeçar aos solavancos, porque os músculos do pescoço pressionam a passagem de ar durante o sono. Isso interrompe o fluxo de oxigênio e leva o jogador a acordar, muitas vezes por apenas um ou dois segundos. As interrupções de sono contínuas podem dificultar a obtenção de repouso completo, para as pessoas que sofrem de apneia do sono.

Os ex-jogadores de linha costumam ter pescoços largos, e à medida que envelhecem o tecido de suas gargantas se torna flácido, o que traz a possibilidade de que suas passagens respiratórias sejam obstruídas por suas línguas, disse Anthony Scianni, dentista que dirige o Centro de Medicina e Odontologia do Sono, que trabalha com ex-jogadores da NFL.

A falta de oxigênio, disse Scianni, estimula o corpo a produzir mais açúcares, o que pode gerar diabetes tipo 2 e levar a alimentação excessiva e outros problemas.

Derek Kennard, que foi jogador de defesa por 11 temporadas no Arizona Cardinals, New Orleans Saints e Dallas Cowboys, vem batalhando para reverter esse ciclo. Ele roncava tão alto - um sintoma comum da apneia do sono - que o colega com quem ele dividia o quarto pediu para ser transferido, na última temporada de Kennard como profissional. Depois de sua aposentadoria, em 1996, os anos de sono precário geraram outros problemas. Ele comia mal, e engordou 45 quilos. Para enfrentar a dor de suas lesões de futebol, ele tomava Vicodin. A dor, falta de sono e ganho de peso dificultavam que ele se exercitasse. Seu nível de colesterol e sua pressão sanguínea dispararam. Ele dormia ao volante enquanto esperava o semáforo abrir.

"Se você não dorme bem, seu corpo não se cura", disse Kennard, cujo filho, Devon, é linebacker do Detroit Lions.

Quando seu irmão morreu, em 2009, Kennard, que tem 1,91 metro de altura e cujo peso disparou até os 211 quilos, procurou ajuda. Ele passou por um teste de apneia do sono e o resultado indicou que acordava 77 vezes por hora. Um de seus episódios de interrupção de respiração durou 92 segundos. Porque se vira na cama enquanto dorme, para Kennard era difícil usar a máscara de uma máquina CPAP, que produz pressão positiva nas vias respiratórias e é o tratamento padrão para a apneia do sono. Ele passou a usar um bocal que mantinha suas vias respiratórias abertas. Agora, acorda apenas duas vezes por hora, e dorme sete horas por noite. Seu peso caiu a 159 quilos, e ele não toma mais remédios para a dor.

"Perdi 45 quilos rapidinho, porque tinha energia para me exercitar", ele disse em uma conferência de jogadores aposentados, em Phoenix, onde vive.

Kennard instou outros ex-jogadores a fazer o teste de apneia do sono, e tenta convencê-los de que usar a máscara não é um sinal de fraqueza. "Eu vi muitas mortes em minha vida, e podia senti-la chegando", ele disse.

Vaughn Parker: comer demais, uma batalha constante

Vaughn Parker jogou como tackle durante 11 anos, principalmente no San Diego Chargers, e enfrentou dificuldades por comer excessivamente. Depois de uma dúzia de cirurgias nos ombros, tornozelos e tríceps, perder peso por meio de exercícios físicos era difícil para ele.

E Parker era um sujeito ocupado. Investia em imóveis, em San Diego, até o colapso do mercado em 2008. Separou-se da mulher, com quem tem dois filhos, e estava estudando para um MBA, que concluiu em maio de 2017. O estresse o levava a comer ainda mais, e sem nem perceber ele ganhou 36 quilos e ultrapassou os 180 quilos de peso, em um corpo de 1,91 metro.

"Todo mundo tem sua cruz", disse Parker, que também sofre de hipertensão. "Para algumas pessoas é o álcool, para outras, os jogos de azar. No meu caso, é a comida".

Em 2013, ele recebeu um telefonema de Aaron Taylor, um ex-colega de time que o encorajou a se exercitar com outros atletas aposentados da NFL que recebiam mensalidades grátis em academias de ginástica oferecidas pela Trust, uma organização criada pela NFL e pelo sindicato dos jogadores, para ajudar os aposentados.

Zach Kerr, do Denver Broncos, se lesiona em partida da NFL e é retirado de campo pelos médicos
Zach Kerr, do Denver Broncos, se lesiona em partida da NFL e é retirado de campo pelos médicos - Justin Edmonds/AFP

Parker começou a frequentar a EXOS, uma academia em Carlsbad, a 40 minutos de San Diego, onde um preparador criou um programa de exercícios personalizado, levando em conta suas lesões e sua capacidade. Depois das sessões, os ex-jogadores discutiam seu progresso e bebiam shakes nutritivos. Receberam aulas sobre controle de porções e sobre como comprar alimentos saudáveis. Parker estava ciente de que tinha perdido sua melhor oportunidade de recuperar a boa forma, logo depois da aposentadoria, mas tentou tirar o atraso.

As sessões de exercício eram exaustivas, mas ele persistiu no programa, em parte por conta da camaradagem dos demais ex-jogadores, e perdeu mais de 40 quilos no primeiro ano. "Não havia um dia em que eu não pensasse em não ir", disse Parker.

Manter o peso, depois de reduzi-lo, vem sendo um desafio. Ele bebe shakes de proteína e come refeições balanceadas, em casa. Mas gosta de bebidas com açúcar, e é difícil manter uma alimentação saudável em suas viagens de negócios. Quando sai para jantar com amigos, pede nachos, "chicken wings" e frituras.

Mas a perspectiva de que seus problemas de saúde se agravem motiva Parker a continuar se exercitando. Ele recentemente se matriculou para um novo programa de condicionamento de seis semanas na EXOS.

"Quantos jogadores de linha aposentados com peso de 180 quilos você vê caminhando por aí quando eles passam dos 50 anos?", ele disse.

Jimmie Giles: evitando cirurgias, administrando a dor

Os jogadores de linha não são os únicos que precisam manter um peso alto para jogar em sua posição. Os tight ends e os linebackers muitas vezes enfrentam a mesma situação.

Foi o aconteceu com Jimmie Giles, que por conta de seu tamanho e de seu bom controle de bola foi um dos melhores tight ends bloqueadores de sua era. Quase 30 anos depois de deixar o esporte, Giles, que vive em Tampa, Flórida, onde defendeu o Buccaneers, pesa por volta de 159 quilos, cerca de 45 quilos a mais do que pesava quando jogava.

Ele jogou 13 anos na NFL, até 1989, o que causou estragos permanentes em suas costas, joelhos e pés. Sente dores de cabeça constantes, como resultado de cerca de uma dúzia de concussões. Ao parar, começou a jogar golfe, para ficar em forma. Mas os efeitos cumulativos de suas lesões de futebol se fizeram sentir, limitando suas atividades. Ele tinha quatro discos degenerativos em suas costas e não sentia coisa alguma em sua perna direita, além de sofrer de apneia do sono. Sua incapacidade de se exercitar agravava seus problemas.

"Não é que eu tenha engordado 45 quilos de uma vez", ele disse.

Para aliviar as dores nas costas, ele recebia cinco anestesias epidurais por ano, um sofrimento do qual ele desistiu ao começar a usar remédios contra a dor. Mas estes podem causar vício, e retardam os reflexos.

"Isso não é viver, é sobreviver", disse Giles, no escritório de seguros de sua família em Tampa.

Cerca de dois anos atrás, ele parou de usar os remédios. Recebe injeções de cortisona, agora. Diz que não toma nem aspirinas, porque "quero saber quando dói".

"Se eu estiver no cinco, em uma escala de dor de zero a 10, tudo bem por mim", ele acrescentou.

Mas ele vem adiando uma cirurgia nas costas há muito tempo, por medo dos efeitos colaterais. A cada seis meses, mais ou menos, recebe tratamento epidural por ondas de rádio, para amortecer os nervos de sua perna esquerda, na qual ele sofre pontadas de dor.

O pai de Giles morreu de um ataque cardíaco, e seu irmão, que sofria de insuficiência cardíaca congestiva, também morreu. Por isso, Giles, que recebe uma pensão por incapacidade física da NFL, faz consultas médicas regulares para manter sob controle sua pressão sanguínea, sempre alta, e outros sinais vitais.

Perder peso vem sendo difícil. Ele andava de bicicleta, mas isso começou a afetar sua próstata. Agora, faz sessões de natação de uma hora, diversos dias por semana. Tenta comer moderadamente, e evita doces e pães.

"É difícil para ele", diz sua mulher, Vivian. "Não é a comida - são as lesões".

David Lewis: Diabetes, problemas cardíacos

Quando David Lewis jogava como linebacker, na década de 1970 e no começo dos anos 80, ele tinha 1,93 metro de altura e pesava 107 quilos. Como muitos outros atletas, as lesões o levaram a abandonar o esporte.

"Tive torções, fraturas nos dedos, hiperextensões nos cotovelos, problemas nos nervos da nuca e dos ombros", disse Lewis, 64. "Não tenho nem como imaginar o número de concussões por que passei".

Por volta dos 40 anos, ele já estava recebendo uma pensão da NFL por seus problemas físicos, e se qualificou para o Plan 88, criado pela liga e pelo sindicato dos jogadores para cobrir os custos de tratamento médico de jogadores com demência, o que inclui Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson.

Incapaz de correr ou de se esforçar muito fisicamente, ele pesa cerca de 136 quilos.

"Com o tempo, todas as doenças começaram a se acumular", ele disse.

Entre elas está o diabetes tipo 2, uma doença nos rins e problemas cardíacos congestivos causados por hipertensão. Ele recebe transfusões de ferro para corrigir uma deficiência. Toma cerca de meia dúzia de remédios por dia.

Damon Harrison, à direita, está no Detroit Lions depois de passagem pelo New York Giants
Damon Harrison, à direita, está no Detroit Lions depois de passagem pelo New York Giants - Elsa/AFP

Para além dos remédios, combater os problemas não vem sendo fácil para Lewis. Ele disse que precisava de uma cirurgia no joelho, o que permitiria que se exercitasse mais. Mas afirmou que não podia passar pela cirurgia por conta de seus problemas cardíacos.

Ele se exercita na ACM, usando uma esteira rolante e uma bicicleta estacionária. Também tentou se alimentar de modo mais saudável, trocando as salsichas por farelo de aveia, claras de ovo e frutas.

Isso o ajudou a perder cerca de 14 quilos nos últimos 12 meses, aliviando o desgaste de seus joelhos e costas.

Lewis sabe que precisa continuar se movimentando. Metabolicamente, quanto mais peso uma pessoa tem, mais difícil é perder peso, porque as células de gordura se replicam, disse Rudi Ferrate, um médico que trata jogadores que sofrem de apneia do sono. "Fomos projetados para armazenar energia", ele diz.

Willie Roaf: lesões acumuladas

Willie Roaf sabia que era hora de deixar o esporte, em 2005. Depois de 13 anos como left tackle do New Orleans Saints e do Kansas City Chiefs, ele estava destinado ao Hall da Fama do futebol americano profissional, ao qual foi admitido em 2012. Muitos dos 189 jogos que ele disputou aconteceram em gramados difíceis, e seu corpo estava no limite,

Roaf, 48, teve um rompimento de tendão e lesões de joelho, sofreu ataques de gota, uma infecção por estafilococos, e passa por inchaços linfáticos periódicos em suas pernas. Diagnosticado como pré-diabético, ou seja, como portador de nível de glicose superior ao normal no sangue, ele estava determinado a controlar seu peso e continuar se exercitando, ao se aposentar. E conseguiu manter um peso de 145 quilos, próximo ao que tinha durante sua carreira.

Mas em poucos anos, sua mobilidade se reduziu. Os médicos lhe disseram que ele sofria de estenose espinhal, um estreitamento do canal da espinha. Em 2013, um médico disse que as costas dele eram como as de um homem de 70 anos. Ele passou por uma cirurgia para aliviar a pressão sobre os nervos ciáticos. Conseguiu manter o peso sob controle, mas se exercitar se tornou muito difícil.

"Eu não consigo fazer muito mais que um alongamento", ele disse, na cozinha de sua casa na Flórida. Roaf toma remédios para prevenir a gota e regular sua pressão arterial, colesterol, artrite e ácido úrico.

A mobilidade dele cresceu, e possibilitou uma volta à academia, onde faz 30 minutos na esteira ou no elíptico, diversas vezes por semana. Ele caminha cerca de sete mil passos por dia, que registra com uma Fitbit, e compete contra os amigos para determinar quem anda mais. Tenta beber smoothies, comer poucos doces e tomar vitaminas.

"Quanto mais me movimento, melhores os meus números", disse Roaf.

Mas as lesões que sofreu no passado limitam o que pode fazer, e isso dificulta seus esforços para perder os 23 quilos que faltam para que atinja sua meta de 136 quilos.

"Se o dia for ruim, fico deitado no sofá e nem saio", disse Roaf, sócio da Frame Your Game, uma empresa que fabrica molduras com temas esportivos para placas de veículos.

Ao final de uma conversa de uma hora, a Fitbit de Roaf zumbiu, para lembrá-lo de que era hora de sair da cadeira e se mexer. Ele se levantou, caminhou até um sofá na sala de estar e voltou a se sentar. A academia teria de esperar.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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