Descrição de chapéu Incêndio no CT do Flamengo

Promotoria pede bloqueio de R$ 57,5 milhões das contas do Flamengo

Intenção é garantir o pagamento de indenização de vítimas de incêndio no CT do clube

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Imagem do interior do centro de treinamento do Flamengo após o incêndio que matou dez jogadores das categorias de base
Imagem do interior do centro de treinamento do Flamengo após o incêndio que matou dez jogadores das categorias de base - Fabiano Rocha/Agência O Globo
Rio de Janeiro

O Ministério Público e a Defensoria Pública do Rio pediram nesta quarta (20) bloqueio de R$ 57,5 milhões das contas do Flamengo. O valor equivale ao montante pedido pelas autoridades para ressarcimento às vítimas do incêndio no centro de treinamento do clube que deixou dez mortos no último dia 9.

Eles pedem ainda a interdição do centro de treinamento. Apesar da falta de alvará da prefeitura de certificado do Corpo de Bombeiros, o local continua sendo usado para treinos da equipe profissional do clube. A concentração dos jogadores, porém, vem sendo feita em hotéis.

O valor das indenizações é motivo de divergências entre as autoridades e o clube. O Flamengo propôs pagar até R$ 150 mil para cada um dos pais dos jogadores mortos, mais R$ 50 mil para cada irmão e R$ 25 mil para os avós.

Como pensão, propôs o pagamento de um salário mínimo por mês durante dez anos para cada família de vítima fatal.

O Ministério Público e a Defensoria, por outro lado, falaram em R$ 2 milhões de indenização e salário de R$ 10 mil até o ano em que cada jogador morto completaria 45 anos - todos tinham entre 14 e 16 anos.

Os primeiros encontros para discutir o tema acabaram sem consenso e o Flamengo deu por encerradas as negociações com o grupo, apesar de representantes do clube terem se comprometido na semana seguinte ao incêndio a buscar uma solução rápida.

"O Flamengo apresentou uma proposta de indenização às vítimas em valores considerados pelos referidos órgãos como insuficientes e inadequados à satisfação dos direitos individuais e coletivos ocorridos", diz a petição.

As autoridades pedem também a imediata interdição do centro de treinamento, até que as instalações estejam "completamente seguras e regularizadas junto ao Corpo de Bombeiros e ao município do Rio", sob pena de multa de R$ 10 milhões.

"Pelas informações até a presente data obtidas, o Clube de Regatas do Flamengo tinha ciência das condições precárias a que estava submetendo os jovens. A omissão do clube, aliada ao grave acidente ocorrido, demonstra um desrespeito reiterado às determinações de interdição das referidas instalações", diz a petição.

A Promotoria e a Defensoria querem também acesso a documentos relativos à operação do centro de treinamento, como a escala dos monitores que deveriam ficar com os jovens e cópias de projetos de construção.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.